O Alcorão traz diversas revelações relacionadas aos cristãos. Isso se deve à herança abraâmica das duas religiões, e também às constantes interações que os muçulmanos tiveram com os povos de outras religiões que viviam na península arábica.
Os cristãos de modo geral, são exaltados por terem aderido à mensagem do último profeta antes de Muhammad, que foi Jesus, mensageiro da mensagem do Evangelho.
No entanto, são repreendidos pelo fato de terem adorado Jesus como um deus, e colocado outras inovações na religião que Allah ordenou a Jesus que propagasse.
A partir disso, eles são tecnicamente enquadrados em duas categorias: aqueles que continuaram fiéis à essência do Evangelho, e adoraram Allah sozinho, sem associar divindade à Jesus, e aqueles que aderiram às incrustações adorando o Messias e se afastando da revelação de Allah.
Dentre os que se afastaram da revelação de Allah, há aqueles que ao terem contato com o Islam, rejeitaram a mensagem do Alcorão após compreendê-la, mas também há os que não compreenderam ou são ignorantes em relação à revelação.
Allah diz no Alcorão que todas as pessoas serão julgadas com base no quanto elas aderiram à essência de Sua religião, independente de qual denominação ela faz parte.
Basicamente, o Alcorão exorta os cristãos a aceitarem a mensagem do Islam, mas não de maneira coercitiva, pois a fé deve penetrar de forma sincera no coração.
Isso é reforçado pelas revelações corânicas que permitem os cristão viverem em um estado islâmico, praticarem sua fé e ter a integridade de seus templos salvaguardado pelo governante.
"Em verdade, aqueles que crêem, e os que praticam o Judaísmo, e os cristãos e os sabeus, todos os que crêem em Allah e no Dia do Juízo Final e praticam o bem, terão sua recompensa junto ao seu Senhor. E não haverá medo sobre eles, nem se entristecerão." (Alcorão 2:62)
Allah descreve recompensas para as pessoas justas e obedientes. Aqueles que seguem o Profeta Muhammad alcançarão felicidade eterna, livres de medo e tristeza.
Isso vale para aqueles que receberam escrituras anteriores (judeus, cristãos, sabeus), são prometidos salvação se acreditarem em Allah e no Último Dia, caso eles tenham morrido em estado de ignorância, isto é, com desconhecimento da lei islâmica.
O Alcorão afirma neste versículo que Allah não aceita ações de ninguém a menos que estejam em conformidade com a Lei islâmica. No entanto, aqueles que seguiam a orientação de profetas anteriores estavam no caminho correto.
Os nomes das comunidades são mencionados para ilustrar que todos são convidados ao Islam, e que a salvação depende da adesão aos ensinamentos islâmicos, não de afiliações étnicas ou religiosas.
"E disseram: 'Ninguém entrará no Paraíso a não ser que seja judeu ou cristão.' Esses são seus desejos. Dize: 'Apresentai a vossa prova, se estais certos.'" (Alcorão 2:111)
Quando os judeus que viviam em Medina no tempo do Profeta rejeitaram a mensagem do Islam, ficaram alarmados com a aceitação que muitos demonstravam.
Eles se consideravam os únicos qualificados para julgar a verdade e, portanto, incitaram os politeístas contra os muçulmanos e tentaram enganar os convertidos ao Islam para que retornassem à religião de seus antepassados.
Apesar de provocados, os muçulmanos foram instruídos por Allah a serem pacientes, a manterem suas orações e a pagarem a caridade do zakat, criando uma sociedade baseada na compaixão.
Os judeus e cristãos da antiga Arábia afirmavam que apenas seus seguidores iriam para o paraíso, mas o Alcorão refuta essa ideia, afirmando que todos serão julgados por suas ações.
Os judeus e cristãos estavam em constante disputa e esqueciam a essência da religião, que é a obediência a Allah e a realização de boas ações.
O Alcorão rejeita suas pretensões de exclusividade no paraíso, destacando que os seguidores de todas as revelações divinas, se obedientes e sinceros, são dignos de recompensas no Dia do Juízo, desde que não rejeitem as revelações posteriores.
Esses versículos alertam também os muçulmanos para que não se iludam pensando que apenas a afiliação ao Isla garante a salvação sem a obediência sincera a Allah e à Sua Sharia.
"Os judeus dizem: 'Os cristãos não têm base alguma (para suas crenças);' e os cristãos dizem: 'Os judeus não têm base alguma (para suas crenças);' no entanto, ambos recitam o Livro. Assim falam aqueles que não sabem, como eles falam. Mas Allah julgará entre eles no Dia da Ressurreição, sobre aquilo em que eles divergiram." (Alcorão 2:113)
Allah esclareceu neste versículo a confusão dos judeus e cristãos, que alegavam que apenas os seguidores de suas religiões entrariam no paraíso.
Allah refutou essa afirmação dizendo que todos serão julgados por suas ações e sinceridade na fé.
Ele desafiou-os a apresentarem provas de suas alegações e enfatizou que a verdadeira obediência é submeter-se sinceramente a Allah e seguir a Sharia.
Os judeus e cristãos, apesar de lerem suas escrituras, rejeitavam mutuamente suas religiões, o que Allah descreveu como ignorância e autoilusão.
O Alcorão estabelece que a essência da religião é a obediência sincera a Allah e a realização de boas ações conforme a Sharia. Após a revelação do Alcorão, a aceitação do Islam se tornou essencial.
As disputas entre judeus e cristãos, e suas pretensões exclusivistas ao paraíso, foram refutadas pelo Alcorão, que afirmou que os verdadeiros crentes, obedientes e sinceros, de qualquer nação, serão recompensados no Dia do Juízo.
A exclusividade do paraíso não é determinada pela afiliação a uma comunidade específica, mas pela sinceridade e obediência às ordens de Allah.
"E nunca os judeus, nem os cristãos estarão satisfeitos contigo, até que sigas a sua religião. Dize: 'Em verdade, a orientação de Allah é a única orientação.' E se seguires os seus desejos, após o conhecimento que te chegou, não encontrarás protetor ou ajudante contra Allah." (Alcorão 2:120)
O Alcorão diz que no passado, judeus e cristãos foram portadores da religião revelada, mas com o tempo, suas religiões foram alteradas e se tornaram meros costumes étnicos.
A verdadeira religião só pode ser aceita por aqueles que permanecem fiéis à sua natureza humana, em vez de adotarem dogmas artificiais.
O Profeta Muhammad esforçou-se para convencer os negadores e foi especialmente gentil com o Povo do Livro (judeus, cristãos e sabeus).
No entanto, Allah informou-lhe que a negação deles era motivada pelo orgulho e autossatisfação.
Ambos, judeus e cristãos, acreditavam que sua religião era a única verdadeira, e não aceitariam o Profeta Muhammad a menos que ele adotasse suas crenças.
O versículo 120 do Alcorão esclarece que seguir os desejos pessoais dos judeus e cristãos, em vez da orientação divina, resultaria na ira de Deus.
O Profeta não deveria se preocupar em agradar a esses grupos, pois nunca estariam satisfeitos a menos que ele seguisse suas religiões.
Allah adverte os muçulmanos contra a imitação dos judeus e cristãos depois de terem recebido o conhecimento do Alcorão e da Sunnah.
A verdadeira recitação e adesão ao Livro de Allah envolvem seguir suas leis, fazer o que é lícito e evitar o que é ilícito, conforme ensinado pelo Profeta. A verdadeira crença e obediência resultam em recompensas e proteção de Allah no Dia do Juízo.
Allah destaca que aqueles que receberam as escrituras anteriores e as seguiram corretamente reconhecerão e acreditarão na verdade do Alcorão e do Profeta Muhammad.
Ele promete recompensas dobradas para aqueles que acreditam e fazem boas ações, repelindo o mal com o bem e gastando em caridade.
"E dizem: 'Sede judeus ou cristãos, e estareis guiados.' Dize: 'Não, seguimos a religião de Abraão, o hanif (monoteísta), e ele não era dos idólatras.'" (Alcorão 2:135)
O Profeta Muhammad foi abordado pelos judeus e cristãos, que afirmavam que a verdadeira orientação só poderia ser encontrada seguindo suas religiões.
Allah revelou que a verdadeira religião é a de Ibrahim (Abraão), que adorava apenas a Allah e evitava qualquer forma de shirk (associação de parceiros a Allah).
Os versículos anteriores já tinham estabelecido que o Islam é a continuação da religião de Ibrahim, e que as formas atuais do judaísmo e cristianismo foram distorcidas e abrogadas por Allah.
Portanto, os muçulmanos seguem a verdadeira religião de Ibrahim ao acreditar em Allah e em todos os profetas, sem distinção, e obedecer à Sharia do Profeta Muhammad .
"Ou dizeis que Abraão, Ismael, Isaque, Jacó e os Tribos eram judeus ou cristãos? Dize: 'Sois vós mais sabedores ou Allah?' E quem é mais injusto do que aquele que esconde um testemunho que tem de Allah? E Allah não está desatento ao que fazeis." (Alcorão 2:140)
A fé que agrada a Deus é a que aceita a verdade puramente por ser verdade, sem a influência de tradições, apego às raízes ou orgulho.
A verdadeira fé é reconhecida e aceita por Deus quando não está apoiada em história ou tradição, mas sim na aceitação da verdade por si mesma.
Este versículo é parte da série que discute a refutação das reivindicações dos judeus e cristãos sobre a exclusividade de ser o povo escolhido e ter o paraíso garantido.
A religião de todos os profetas, incluindo Ibrahim (Abraão), era o Islam, e as leis anteriores foram abrogadas pelo Islam.
Allah não favorece nenhum grupo específico; todos serão julgados por suas ações e crenças individuais.
Allah conhece a verdadeira religião e a injustiça daqueles que escondem a verdade.
A essência do Islam é a devoção sincera e exclusiva a Allah, sem associação, fazendo boas ações puramente para agradar a Ele.
"E, se trouxeres a todos os que receberam o Livro todas as provas, eles não seguirão a tua quibla, nem tu seguirás a quibla deles, nem uns seguirão a quibla dos outros. E se seguires os desejos deles, após o conhecimento que te chegou, então serás, certamente, dos injustos." (Alcorão 2:145)
Allah descreve a teimosia e descrença dos judeus, afirmando que mesmo com todas as provas, eles não seguiriam a orientação do Profeta Muhammad . Eles estão mais apegados às suas próprias opiniões e desejos do que à verdade divina.
Além disso, os judeus e cristãos têm diferentes Qiblahs (direções de oração) e rejeitam a Qiblah um do outro. O Profeta Muhammad segue a direção de oração instituída por Allah, que é a Caaba.
Allah avisa que seguir os desejos dos judeus e cristãos, ignorando a nova orientação, seria desobediência. Embora essa advertência seja dirigida ao Profeta, ela se aplica à sua comunidade.
A Caaba é agora a direção de oração permanente para os muçulmanos, e isso refuta as alegações dos judeus e cristãos sobre a instabilidade das instruções islâmicas.
A mudança na Qiblah de Jerusalém para a Caaba sinalizou a separação do Islam das tradições judaicas, estabelecendo a nova fé em sua forma pura.
Apesar dos avisos sobre essa mudança, a maioria dos judeus recusou-se a seguir o Profeta devido ao seu apego a suas próprias tradições e desejos.
"Em verdade, aqueles que escondem as claras provas e a orientação que revelamos, depois de a termos explicado claramente aos homens no Livro, esses são amaldiçoados por Allah e por aqueles que amaldiçoam." (Alcorão 2:159)
Este versículo alerta contra ocultar mandamentos religiosos claros enviados pelos Mensageiros, dizendo que aqueles que escondem a verdade serão amaldiçoados por Allah, anjos, humanos e animais.
Quem esconde o conhecimento será punido severamente, mas Allah aceita o arrependimento daqueles que se corrigem e divulgam a verdade.
Allah afirma que descrentes teimosos não acreditarão, mesmo com todas as provas. Os judeus e cristãos não seguirão a Qiblah (direção de oração) dos muçulmanos, assim como o Profeta Muhammad não seguirá a deles, pois segue o comando divino.
"Em verdade, a religião perante Allah é o Islam. E aqueles a quem foi dado o Livro não divergiram senão por inveja entre si, depois de lhes haver chegado o conhecimento. E quem renegar os sinais de Allah, em verdade, Allah é rápido no ajuste de contas." (Alcorão 3:19)
Este texto destaca a importância do testemunho na unicidade de Deus e na religião islâmica.
Allah é o único digno de adoração e Ele próprio, junto com os anjos e os sábios, testemunha esta verdade.
Aqueles que se desviam disso, como o judaísmo e cristianismo, fizeram isso por interesses pessoais, mesmo após receberem conhecimento.
A obediência aos mensageiros e às escrituras é essencial, e qualquer desvio resultará na rápida retribuição de Allah.
A unidade inicial da humanidade sob uma única fé foi fragmentada por disputas e interesses pessoais, levando à necessidade de envio de profetas para guiar novamente as pessoas.
A aceitação da verdadeira fé implica submissão total a Allah, reconhecendo Sua justiça em todas as coisas.
No final, o texto enfatiza que Deus ama a justiça e a retidão, e isso se reflete no funcionamento harmonioso do universo, que é um sistema unitário governado por um único planejador.
O homem deve viver de acordo com o plano de Deus, sem adorar a ninguém além d’Ele e sem imaginar que o julgamento de Deus possa ser baseado em algo além da justiça.
"Quando Jesus percebeu a descrença deles, disse: 'Quem serão meus ajudantes na causa de Allah?' Os discípulos disseram: 'Nós somos os ajudantes de Allah; nós cremos em Allah, e testemunha que nós somos submissos (a Ele).'" (Alcorão 3:52)
O texto aborda a missão do Profeta Jesus e sua busca por seguidores dispostos a ajudá-lo a transmitir a mensagem de Allah.
Quando percebeu a descrença obstinada entre os israelitas, Jesus perguntou quem o ajudaria na causa de Allah.
Seus discípulos, conhecidos como Al-Hawariyyun, responderam afirmativamente, declarando sua fé em Allah e pedindo para serem contados entre os testemunhos de fé.
A seguir, o texto discute a conspiração dos israelitas para matar Jesus, difamando-o e tentando crucificá-lo.
No entanto, Allah salvou Jesus, elevando-o aos céus e substituindo-o por outra pessoa que foi crucificada em seu lugar.
Allah desbaratou os planos dos conspiradores, deixando-os confusos em sua própria transgressão.
Finalmente, o texto enfatiza a resistência dos líderes religiosos judeus em aceitar a verdade trazida por Jesus, devido ao seu apego ao poder e à influência.
Aqueles que se opuseram ao chamado da verdade são considerados agentes da desordem por impedir que os crentes em potencial sigam o caminho do Paraíso.
"Recorda-te quando Allah disse: 'Ó Jesus! Em verdade, Eu te farei morrer e te elevarei a Mim, e purificar-te-ei dos que descreram, e colocarei aqueles que te seguiram acima dos que descreem até o Dia da Ressurreição. Então, a Mim será o vosso retorno, e Eu julgarei entre vós sobre aquilo em que divergistes.'" (Alcorão 3:55)
O texto explica a interpretação do versículo "Eu te levarei e elevarei a Mim" em referência a Jesus. Destaca-se que ele foi elevado aos céus por Allah, e não foi morto ou crucificado pelos judeus.
A expressão "Eu te levarei" é entendida como "eu te levarei em plena forma", significando que Allah retirou Jesus da presença dos judeus e o elevou aos céus.
O texto também menciona que, devido à incredulidade e às falsas alegações contra Maria e Jesus, os judeus tentaram matar Jesus, mas Allah o salvou, confundindo-os e fazendo com que eles crucificassem outra pessoa que se parecia com ele.
Assim, Allah frustrou os planos dos judeus e elevou Jesus ao céu.
Além disso, o texto aborda a promessa de Allah de purificar Jesus dos incrédulos e de fazer com que seus seguidores prevaleçam sobre os descrentes até o Dia da Ressurreição.
Essa promessa se cumpriu, pois os cristãos e os muçulmanos sempre dominaram os judeus.
O texto também discute como o imperador Constantino alterou a religião de Jesus, estabelecendo rituais e práticas que não faziam parte do ensinamento original de Jesus.
Por fim, o texto afirma que os muçulmanos são os verdadeiros seguidores de todos os profetas, incluindo Jesus, e que a religião de Muhammad permanecerá dominante até o Dia do Juízo.
"Dize: 'Ó povo do Livro! Vinde a uma palavra comum entre nós e vós: que não adoremos senão Allah, e não Lhe associemos coisa alguma, e não nos tomemos uns aos outros por senhores, além de Allah.' E, se voltarem as costas, dizei: 'Testemunhai que nós somos submissos.'" (Alcorão 3:64)
O monoteísmo é um ensinamento básico do Profeta Muhammad e é considerado uma realidade estabelecida, até mesmo nas versões interpoladas da Torá e da Bíblia.
Avaliado por esse critério, o Islamismo, se coloca como a religião verdadeira, pois preserva o conceito de um único Deus, que deve ser adorado exclusivamente, sem parceiros ou intermediários.
O versículo "Venham para uma palavra comum entre nós e vocês" revela um princípio importante para pregação: encontrar um ponto de acordo comum.
O Profeta Muhammad aplicou isso ao convidar o imperador bizantino Heráclio ao Islam, focando na crença comum na Unicidade de Allah.
Ele incentivou a aceitação do Islam para alcançar paz e recompensa. Se o convite é recusado, deve-se reafirmar a própria crença sem prolongar debates desnecessários.
Este versículo inclui os Povos do Livro (judeus e cristãos) e aqueles que seguem seus caminhos.
A palavra "tawhid" (unicidade divina) implica adoração exclusiva a Allah, sem parceiros.
Todos os mensageiros de Allah transmitiram essa mensagem. A recusa em aceitar essa verdade deve ser respondida com a reafirmação da própria fé.
A carta do Profeta Muhammad a Heráclio exemplifica essa abordagem, pedindo a aceitação do Islam para alcançar segurança e paz, destacando a importância de adorar somente a Allah.
"Ó povo do Livro! Por que disputais sobre Abraão, quando a Torá e o Evangelho não foram revelados senão depois dele? Não compreendeis?"
Vós sois os que disputais sobre o que sabeis. (Tudo bem, mas) Por que disputais sobre o que não sabeis? É Deus quem os sabe, vós não sabeis.
"Abraão não era judeu, nem cristão, mas era hanif (monoteísta) e submisso (a Allah), e não era dos idólatras." (Alcorão 3:65-67)
Allah repreende judeus e cristãos por disputarem com os muçulmanos sobre Abraão e por cada grupo reivindicar que ele pertencia a eles.
Ibn Abbas relatou que os rabinos judeus e os cristãos de Najran argumentaram diante do Profeta Muhammad, com os rabinos afirmando que Abraão era judeu e os cristãos dizendo que ele era cristão.
Allah então revelou que Ibrahim não poderia ser judeu ou cristão, pois ambos surgiram depois dele.
Ibrahim era um verdadeiro monoteísta, isto é, muçulmano, evitando a idolatria e vivendo na fé.
A verdadeira ligação com Ibrahim pertence àqueles que seguem sua religião, incluindo o Profeta Muhammad e os crentes. Allah é o protetor dos crentes.
O monoteísmo é um ensinamento básico do Profeta Muhammad e é uma realidade estabelecida, mesmo nas versões interpoladas da Torá e da Bíblia.
Com base nesse critério, o Islam é provado ser uma religião verdadeira, preservando o monoteísmo puro no Alcorão.
Outras religiões, embora aceitem o monoteísmo em sua doutrina, adotaram práticas que contrariam esse princípio, como atribuir status especial a santos, algo que é exclusivo do Senhor do Universo.
"Dize: 'Ó seguidores do Livro! Por que negais os versículos de Allah, enquanto Allah é testemunha do que fazeis?'
Dize: 'Ó seguidores do Livro! Por que desviais aqueles que crêem do caminho de Allah, buscando fazê-lo tortuoso, enquanto sois testemunhas? E Allah não está desatento ao que fazeis.'" (Alcorão 3:99)
Allah critica os descrentes do Povo do Livro por rejeitarem a verdade, negarem os sinais de Allah e impedirem aqueles que buscam acreditar.
Eles sabiam que a mensagem do Profeta Muhammad é verdadeira, como aprenderam com os Profetas anteriores.
O texto menciona um evento envolvendo um judeu chamado Shammas ibn Qays, que tentou semear discórdia entre duas tribos muçulmanas, Aws e Khazraj, ao lembrá-las de antigas rivalidades.
Isso quase resultou em conflito, mas o Profeta Muhammad interveio, lembrando-os de sua unidade como muçulmanos. Eles reconheceram seu erro, se reconciliaram e pediram perdão.
Esses versos admoestam o Povo do Livro por sua descrença e tentativa de desviar os muçulmanos, ressaltando que seria melhor que eles mesmos aceitassem o Islam.
Aos muçulmanos, é dado um aviso para permanecerem firmes na fé, utilizando o Livro e o Mensageiro como guias.
O conceito de "segurar-se firmemente em Allah" é enfatizado, significando manter a fé, ser fiel às ordens de Allah e não se deixar influenciar por adversários. Aqueles que fazem isso estão no caminho reto, que leva a todos os benefícios prometidos por Allah.
Quando a verdade é apresentada claramente, aqueles que promovem religiões auto-estilizadas se sentem ameaçados e levantam objeções falaciosas para desviar os outros da verdadeira mensagem.
Eles se concentram em aspectos secundários da religião, dando mais importância a práticas exteriores do que ao verdadeiro sacrifício e devoção a Deus. A verdadeira virtude está em sacrificar os desejos materiais e egoístas por amor a Allah.
"Vós sois a melhor comunidade que foi suscitada para a humanidade: ordenais o que é conveniente, proibis o que é reprovável e credes em Allah. E, se os seguidores do Livro cressem, seria melhor para eles; há entre eles crentes, mas a maioria deles são perversos." (Alcorão 3:110)
Allah destaca que a comunidade de Muhammad (Ummah) é a melhor nação já levantada para a humanidade, devido à sua justiça e benefícios para os outros.
Eles promovem o bem, proíbem o mal e acreditam em Allah. Esse status foi conferido a eles por causa do Profeta Muhammad, que trouxe uma Lei perfeita e completa.
A Ummah de Muhammad é reconhecida como a mais honrada e a última das setenta nações, conforme mencionado em vários hadiths.
Muitos hadiths destacam que um grande número de sua comunidade entrará no Paraíso, até metade de seus residentes.
A Ummah de Muhammad foi incumbida da responsabilidade de guiar a humanidade para o bem e afastá-la do mal.
Este papel distintivo foi concedido devido à sua adesão à fé verdadeira e aos ensinamentos do Profeta.
Eles são lembrados de permanecerem firmes em sua fé e cumprirem as obrigações de promover o bem e proibir o mal.
Se o povo do Livro tivesse acreditado na mensagem de Muhammad, isso teria sido melhor para eles, mas a maioria deles permaneceu rebelde.
"Não são todos iguais. Entre o Povo do Livro há uma comunidade que permanece firme, recitando os versículos de Allah durante as horas da noite e prostrando-se em adoração." (Alcorão 3:113)
Allah destaca a virtude daqueles entre o Povo do Livro (Judeus e Cristãos) que abraçam o Islamismo, mencionando figuras como Abdullah bin Salam, que era rabino, e outros que reconheceram e aceitaram a verdade do Profeta Muhammad.
Esses crentes são diferenciados dos descrentes, pois seguem a Lei de Allah e o Profeta Muhammad, recitando os versículos de Allah e prostrando-se em oração durante a noite. Eles acreditam em Allah e no Dia do Juízo, promovem o bem, proíbem o mal e se apressam em fazer boas ações, sendo considerados justos.
Allah garante que as boas ações desses crentes não serão desperdiçadas, pois Ele é conhecedor dos piedosos.
Por outro lado, aqueles que continuam na descrença, independentemente de suas riquezas ou descendência, não serão salvos do castigo de Allah e permanecerão eternamente no fogo do inferno.
As ações dos descrentes, comparadas ao vento frio que destrói a colheita, são inúteis tanto nesta vida quanto na próxima, porque faltam a base firme da fé.
O texto também destaca a diferença entre os crentes que aceitam a verdade revelada e os que persistem na descrença, enfatizando que os primeiros são recompensados por Allah, enquanto os últimos sofrem a perda de suas ações e o castigo eterno.
"E, em verdade, entre o Povo do Livro há aqueles que crêem em Allah e no que foi revelado a vós, e no que foi revelado a eles, humilhando-se diante de Allah. Não trocam os versículos de Allah por um ganho ínfimo. Esses terão a sua recompensa junto ao seu Senhor. Em verdade, Allah é rápido no ajuste de contas." (Alcorão 3:199)
Alguns dos membros do Povo do Livro acreditam verdadeiramente em Allah, em Muhammad e nos livros revelados anteriormente, sendo obedientes e humildes perante Allah.
Esses crentes não ocultam as profecias sobre Muhammad e sua comunidade por ganhos mundanos.
Eles são elogiados por sua retidão, leitura das escrituras, oração noturna, crença em Allah e no Dia do Juízo, promoção do bem e prevenção do mal. Allah promete que suas boas ações serão recompensadas.
Por outro lado, os descrentes do Povo do Livro, que persistem na descrença e ocultam a verdade, não encontrarão salvação em suas riquezas ou filhos, sendo destinados ao fogo do inferno.
Allah compara suas despesas mundanas a um vento frio que destrói a colheita, significando que suas boas ações são em vão sem a fé islâmica.
Aqueles que aceitam o Islam entre o Povo do Livro recebem dupla recompensa, por sua fé anterior e pela crença em Muhammad.
Esses crentes são destacados por suas ações corretas e compromisso com a verdade, enquanto aqueles que persistem na descrença enfrentam o castigo divino.
Além disso, Allah ordena aos crentes que sejam pacientes e firmes na fé, enfrentando dificuldades com perseverança e aguardando a recompensa divina.
"Ó vós que recebestes o Livro! Crede no que revelamos, confirmando o que já possuís, antes que apaguemos rostos e os tornemos semelhantes à parte de trás das cabeças, ou os amaldiçoemos como amaldiçoamos os transgressores do sábado. E a ordem de Allah é sempre executada. "Em verdade, Allah não perdoa que se Lhe associe algo. E perdoa o que é além disso a quem quer. E quem associa algo a Allah comete um grande pecado." (Alcorão 4:47-48)
Novamente, Allah ordena aos povos do Livro que acreditem na revelação enviada a Muhammad, que confirma as boas novas já presentes em suas escrituras.
Ele os adverte sobre as consequências de rejeitarem essa verdade, podendo transformá-los em cegos ou fazê-los andar para trás como punição.
Kab Al-Ahbar, uma autoridade dos judeus, ao ouvir essa advertência, se converteu ao Islamismo.
Allah não perdoa a idolatria, mas perdoa outros pecados conforme Sua vontade. Os que associam parceiros a Allah cometem um grande pecado.
A insensibilidade e a negação da verdade podem levar à transformação metafórica ou literal, rebaixando o ser humano ao nível dos animais.
"Não reparaste naqueles que se jactam de puros? Qual! Allah purifica quem Lhe apraz, e não os frustra, no mínimo que seja. Olha como forjam mentiras acerca de Allah! Isso, por si só, é um verdadeiro delito. Não reparaste naqueles que foram agraciados com uma parte do Livro? Creem em feitiçaria e no sedutor, e dizem dos incrédulos: Estes estão mais bem encaminhados do que os crentes. São aqueles a quem Allah amaldiçoou e, a quem Allah amaldiçoar, jamais encontrará socorredor." (Alcorão 4:49-52)
Este texto comenta sobre a hipocrisia e arrogância dos judeus e cristãos que se autodenominam "filhos de Deus e Seus amados".
Allah refuta essa afirmação, afirmando que apenas Ele pode santificar quem quiser, sem injustiças.
Ele condena suas mentiras e falsas alegações de pureza, destacando que as boas ações de seus antepassados não os beneficiarão.
O texto também aborda a maldição de Allah aqueles que acreditam em falsos ídolos e líderes religiosos corruptos, que na ocasião mencionada era uma referência aos judeus de Medina, mas se estende a qualquer outro que cometa o mesmo erro, incluindo muçulmanos.
A maldição implica serem afastados da misericórdia de Allah e sofrerem desgraça tanto nesta vida quanto na próxima.
A maldição é um ato grave e só deve ser usada com cautela e em contextos específicos.
"Isso não depende de vossos desejos, nem dos desejos do Povo do Livro. Quem fizer o mal será recompensado por ele e não encontrará, além de Allah, protetor ou ajudante." (Alcorão 4:123)
O versículo aborda a disputa entre os muçulmanos e os seguidores das escrituras (judeus e cristãos) sobre quem tem mais direito de estar próximo de Allah.
Os seguidores das escrituras afirmavam que tinham mais direito por terem recebido seu profeta e livro antes.
Os muçulmanos argumentavam que, sendo Muhammad o último profeta e o Alcorão o livro final, eles tinham mais direito.
Allah revelou que o mérito não é baseado em desejos ou reivindicações, mas em ações justas e na obediência a Ele.
Ele afirma que quem fizer o mal será recompensado por isso, e quem fizer o bem, sendo crente, receberá a recompensa.
Portanto, não basta apenas pertencer a uma religião; é necessário praticar boas ações com sinceridade e seguir a orientação correta.
"E a Allah pertence o que está nos céus e o que está na terra. E, em verdade, Nós ordenamos aos que receberam o Livro antes de vós, assim como a vós, que temais a Allah. E se descrerdes, em verdade, a Allah pertence o que está nos céus e o que está na terra. E Allah é Rico, Louvável." (Alcorão 4:131)
O versículo aborda a importância da Taqwa (consciência e temor de Allah). Allah afirma ser o dono dos céus e da terra, recomendando tanto aos muçulmanos quanto aos seguidores das escrituras anteriores a praticarem Taqwa, adorando-O exclusivamente.
Allah destaca que não necessita da obediência humana, pois é auto-suficiente e digno de louvor. Ele lembra que a aceitação de uma religião não se baseia em desejos ou reivindicações, mas em ações justas e sinceras.
O texto enfatiza que, embora Allah possa substituir povos desobedientes, Ele recompensa quem deseja e trabalha pelo bem tanto nesta vida quanto na próxima.
A verdadeira vida virtuosa e o sucesso no além só são alcançados pela adoração sincera e pela confiança plena em Allah.
"Ó vós que credes! Crede em Allah e em Seu Mensageiro, e no Livro que Ele revelou ao Seu Mensageiro, e no Livro que Ele revelou anteriormente. E quem renegar Allah, Seus anjos, Seus Livros, Seus mensageiros e o Dia do Juízo, cometeu um grande erro." (Alcorão 4:136)
Allah ordena aos Seus servos fiéis que mantenham e completem sua fé, aderindo a todos os seus elementos, ramos, pilares e fundamentos.
Este comando não é redundante, mas visa fortalecer e aumentar a orientação dos crentes. Em cada oração, o crente pede a Deus que o guie no caminho reto, buscando maior entendimento e firmeza na fé.
No versículo 4:136, aparece a exigência que os crentes acreditem em Allah, no Seu Mensageiro (Muhammad) e nos Livros revelados anteriormente.
Negar qualquer desses elementos significa desviar-se do caminho correto. Allah adverte que quem rejeita Allah, Seus anjos, Seus livros, Seus mensageiros e o Dia do Juízo se afasta muito da verdade.
Além disso, Allah menciona aqueles que alternam entre a fé e a descrença, aumentando ainda mais sua incredulidade.
Estes indivíduos não encontrarão perdão nem orientação. A Surah continua discutindo a natureza da verdadeira fé e criticando os descrentes por suas crenças e ações decorrentes dessas crenças.
Ser chamado de "muçulmano" ou se considerar um não basta para ser visto como um verdadeiro crente aos olhos de Deus.
Um verdadeiro muçulmano é aquele que coloca Deus no centro de sua vida, confia plenamente Nele, segue o Profeta e a orientação revelada, e vive sob a constante consciência da presença dos anjos de Deus.
Ele também avalia todas as suas ações com base no julgamento do Dia do Juízo. Aqueles que não alcançam esse nível de fé estão desviados, independentemente de como se autodenominem.
"Ó Povo do Livro! Não exagereis em vossa religião e não digais de Allah senão a verdade. O Messias, Jesus, filho de Maria, não é senão o Mensageiro de Allah, Seu Verbo que Ele lançou a Maria e um Espírito vindo d'Ele. Crede, pois, em Allah e em Seus mensageiros, e não digais: 'Trindade.' Abstende-vos disso, será melhor para vós. Em verdade, Allah é um Deus Único. Longe está de Sua glória ter um filho. A Ele pertence o que está nos céus e o que está na terra. E Allah basta como Guardião." (Alcorão 4:171)
Allah proíbe os adeptos das Escrituras de se entregarem a extremos religiosos, como os cristãos que exageraram ao elevar Jesus ao status de divindade.
Eles não apenas o consideraram um profeta, mas o adoraram como um deus. Além disso, exageraram na veneração dos autores da Bíblia, aceitando tudo o que diziam, seja verdade ou mentira.
Allah condena essas práticas e enfatiza que apenas Ele é digno de adoração.
O Profeta Muhammad também alertou seus seguidores a não o exaltarem como os cristãos fizeram com Jesus, reafirmando que ele é apenas um servo e mensageiro de Allah.
Allah instrui a falar a verdade sobre Ele, negando quaisquer parceiros ou filhos.
Jesus é descrito como um mensageiro e uma palavra de Allah, criada por Sua vontade e sem um pai humano, para enfatizar sua humanidade e profecia, não divindade.
O conceito de trindade que surgiu com crenças contraditórias é rejeitado, e Allah adverte que todos devem acreditar apenas Nele como único Deus.
Ele menciona que todas as criaturas pertencem a Ele e não há necessidade de um parceiro ou filho.
O excesso na fé é uma crítica recorrente, com exemplos de cristãos e judeus que distorceram a verdade ao elevar ou denegrir profetas e líderes religiosos.
O Islam adverte contra essas práticas e enfatiza a importância de seguir a orientação correta sem exageros.
"O Messias jamais desdenharia de ser um servo de Allah, nem os anjos que estão próximos d'Ele. E quem desdenha de adorá-Lo e se ensoberbece, Ele os reunirá todos a Si." (Alcorão 4:172)
Allah proíbe a arrogância e o orgulho em rejeitar a adoração a Ele. Tanto Jesus quanto os anjos nunca seriam arrogantes ao ponto de se recusarem a ser servos de Allah. No Dia do Julgamento, Allah reunirá todos e julgará com justiça.
Para aqueles que acreditam e fazem boas ações, Allah dará suas recompensas e acrescentará ainda mais de Sua generosidade.
No entanto, para aqueles que recusam adorá-Lo e são orgulhosos, Allah os punirá severamente, e eles não encontrarão protetor ou ajudante além de Allah. Essas pessoas entrarão no Inferno em humilhação.
A honra está em ser um servo de Allah, como mostrado por Jesus e os anjos. A maior desgraça é adorar alguém além de Allah.
Reconhecer a grandeza de Allah e a própria impotência é a verdadeira realização, e aqueles que compreendem isso com clareza alcançarão o sucesso, enquanto os que não o fazem, vagarão sem rumo e cairão em desgraça.
"Ó humanidade! Chegou-vos uma prova clara de vosso Senhor, e enviamos a vós uma luz evidente." (Alcorão 4:174)
Allah informa a todos que lhes enviou uma prova clara e inquestionável, removendo todas as desculpas e dúvidas. Ele enviou uma luz evidente, referindo-se ao Alcorão, que orienta para a Verdade.
Aqueles que acreditam em Allah e se apegam a Ele, adorando-O e confiando Nele, serão admitidos na Sua misericórdia e graça, recebendo recompensas multiplicadas e posições elevadas no Paraíso.
Allah os guiará por um caminho reto, seguro e sem desvio, tanto nesta vida quanto na outra, levando-os aos jardins do Paraíso.
Após refutar as crenças dos cristãos que atribuem divindade a Jesus, o texto elogia a missão abençoada do Profeta Muhammad, que transmitiu a verdade revelada a ele.
Aqueles que acreditam no Profeta e no Alcorão são louvados por sua fé e orientação correta.
O termo "Burhan" significa prova e refere-se ao Profeta Muhammad, que é uma prova viva de sua profecia, demonstrada por sua pessoa, sua moral nobre, seus milagres e sua recepção da revelação divina.
O "Nur" ou luz mencionado no versículo refere-se ao Alcorão, que ilumina e esclarece a verdade.
A chamada divina é tão clara que elimina a escuridão e ilumina as realidades da vida. Ela vem fortificada com argumentos irrefutáveis, tornando impossível negá-la logicamente.
Aqueles que prestam atenção a essa chamada divina recebem orientação, enquanto os que não prestam atenção permanecem privados dela.
"E, dos que dizem: 'Somos cristãos,' fizemos uma aliança. Mas eles se esqueceram de parte do que com eles foi lembrado. Então, semeamos entre eles a inimizade e o ódio até o Dia da Ressurreição. E Allah lhes informará do que faziam. Ó Povo do Livro! Em verdade, Nosso Mensageiro chegou a vós, explicando-vos muito do que escondíeis do Livro e perdoando-vos muito. Chegou-vos, de Allah, uma luz e um Livro evidente." (Alcorão 5:14-15)
O versículo 5:14 do Alcorão refere-se aos cristãos, mencionando que seu castigo por quebrarem a confiança será a dissensão mútua, que continuará até o Dia do Juízo. Isso se aplica aos verdadeiros cristãos praticantes.
Aqueles que se afastaram de sua religião, tornando-se seculares ou ateus, não estão incluídos nessa previsão, pois a dissensão religiosa não se aplica a eles. Historicamente, os cristãos se dividiram em três principais seitas:
Essas divisões de crença inevitavelmente levaram a hostilidades mútuas. Quando os povos do Livro (comunidades com escrituras divinas) se desviam, abandonam as partes claras e eternas das Escrituras e se apegam às partes de interesse local ou temporário, causando conflitos e degradação espiritual.
Ao deixar o caminho certo, surgem fraquezas. Eles começam a criar uma religião própria, afastando-se da autêntica.
Insatisfeitos com os mandamentos claros de Deus e de seus profetas, introduzem novos elementos na religião para justificar desejos mundanos ou para atualizar a "religião imperfeita" de Deus.
Isso cria novas versões da religião, ao redor das quais pessoas de mentalidade semelhante se reúnem criando novas denominações e afiliações.
Com o tempo, essas novas edições se tornam sagradas e eternas aos olhos de seus seguidores, perpetuando-se até o Dia do Juízo.
O texto destaca que o Alcorão foi enviado para corrigir os desvios religiosos, tanto dos cristãos quanto dos judeus, e para trazer de volta os ensinamentos divinos perdidos.
Além disso, o Alcorão liberou as pessoas das restrições religiosas desnecessárias que elas mesmas impuseram.
"Em verdade, são descrentes aqueles que dizem: 'Em verdade, Allah é o Messias, filho de Maria.' Dize: 'Quem poderia impedir Allah, se Ele quisesse destruir o Messias, filho de Maria, e sua mãe e todos os que estão na terra?' E a Allah pertence o domínio dos céus e da terra e o que está entre ambos. Ele cria o que quer. E Allah é Onipotente. Os judeus e os cristãos dizem: 'Nós somos os filhos de Allah e Seus amados.' Dize: 'Então, por que Ele vos pune por vossos pecados?' Não, sois apenas seres humanos, dentre aqueles que Ele criou. Ele perdoa a quem quer e pune a quem quer. E a Allah pertence o domínio dos céus e da terra e o que está entre ambos. E a Ele será o retorno." (Alcorão 5:17-18)
Allah declara que os cristãos são descrentes devido à sua alegação de que Jesus, filho de Maria, é Allah.
Allah refuta essa alegação destacando Seu poder absoluto sobre tudo e todos. Ele afirma que, se quisesse destruir Jesus, sua mãe e todos na terra, ninguém poderia impedi-Lo.
Além disso, Allah lembra que tudo no céu e na terra pertence a Ele e que Ele cria o que deseja.
Ele é o único soberano e não deve ser questionado sobre Suas ações. Isso é uma refutação à crença cristã de que Jesus é divino, destacando que somente Allah tem esse poder supremo.
Allah também refuta as falsas alegações dos judeus e cristãos de serem filhos e amados de Allah.
Eles interpretaram mal suas escrituras para fazer essas alegações. Allah desafia essas reivindicações perguntando por que Ele os puniria por seus pecados se fossem realmente Seus filhos e amados.
Ele afirma que eles são apenas seres humanos como os outros, e que Ele perdoa ou pune quem Ele quiser.
"E a ti revelamos o Livro, com a verdade, confirmando o que veio antes dele do Livro e prevalecendo sobre ele. Então, julga entre eles pelo que Allah revelou e não sigas seus desejos, desviando-te da verdade que te veio. Para cada um de vós designamos uma lei e um caminho. E, se Allah quisesse, teria feito de vós uma única comunidade, mas Ele queria testar-vos no que vos deu; então, competi em boas ações. A Allah será o retorno de todos vós, e Ele vos informará a respeito das coisas sobre as quais divergistes." (Alcorão 5:48)
Allah menciona a Torá que Ele enviou ao Profeta Moisés, elogiando-a e ordenando que fosse implementada antes de ser ab-rogada.
Depois, Ele menciona o Evangelho, elogia-o e ordena aos seus seguidores que aderissem a ele.
A seguir, Allah menciona o Glorioso Alcorão que foi revelado ao Seu honrado servo e Mensageiro, Muhammad.
Allah disse que o Alcorão foi enviado com a verdade, confirmando as Escrituras anteriores e sendo o guardião delas.
Ele elogia aqueles que, ao ouvir a recitação do Alcorão, se prostram em humilde adoração, reconhecendo o cumprimento da promessa de Allah.
O Alcorão é descrito como "Muhaymin" sobre as Escrituras anteriores, significando que é confiável, testemunha e dominante sobre elas.
Isso implica que o Alcorão é o mais abrangente, glorioso e perfeito de todos os tempos, contendo todos os bons aspectos das Escrituras anteriores e muito mais. Allah prometeu proteger o Alcorão, afirmando que Ele o guardará da corrupção.
Allah ordena ao Profeta Muhammad que julgue entre as pessoas pelo que foi revelado no Alcorão, não seguindo os desejos vãos das pessoas que se desviaram da verdade revelada.
Ele ressalta que, embora pudesse ter feito de toda a humanidade uma única nação, Allah optou por testar as pessoas com diferentes leis e caminhos, incentivando-as a competir em boas ações.
No final, todas as pessoas retornarão a Allah, que as informará sobre as diferenças que tinham.
O versículo também aborda a sabedoria por trás das diferenças nas leis dos profetas, afirmando que, embora os princípios fundamentais sejam os mesmos, as leis subsidiárias variam conforme as necessidades das pessoas em diferentes tempos e contextos.
Essas variações ensinam a verdadeira essência da adoração e a obediência aos comandos de Allah.
Finalmente, a diferença nas leis dos profetas visa testar a obediência das pessoas e demonstrar que a verdadeira adoração não está nos rituais em si, mas na prontidão em obedecer aos comandos divinos.
Essas mudanças também previnem a idolatria dos rituais, mantendo o foco dos crentes em Allah.
Os detalhes fornecem uma explicação abrangente sobre a relevância contínua das revelações anteriores, a centralidade do Alcorão na fé islâmica e a importância da obediência e adaptação aos comandos divinos ao longo do tempo.
"Ó vós que credes! Não tomeis os judeus e os cristãos por amigos e protetores. Eles são amigos e protetores uns dos outros. E quem quer que dentre vós tome-os por amigos e protetores, será, por certo, um deles. Em verdade, Allah não guia os iníquos." (Alcorão 5:51)
Este versículo deve ser interpretado sob a luz de outra passagem que diz: "Allah vos proíbe tão-somente entrar em privacidade com aqueles que vos combateram na religião, vos expulsaram de vossos lares ou que cooperaram na vossa expulsão."(Alcorão 60:9)
Esta revelação vem em um período de guerra, onde outras comunidades tentavam destruir os muçulmanos unicamente pela fé que eles carregavam, e por isso Allah proibiu laços profundos de amizade que prejudicasse a comunidade.
Para além do contexto, o muçulmano não deve estabelecer amizades profundas com pessoas de outras religiões se isso causar prejuízos para sua fé.
Isto é, se ele tem amigos de outras religiões, e por isso adere ao culto deles, deixa de praticar a sua fé, abre mão dos princípios dela, é humilhado por isso, ou prejudica outro muçulmano, então esta amizade é proibida e mantê-la é um pecado.
Caso não haja prejuízos a sua fé ou integridade, e nem a de outro muçulmano, então não há problemas em ter amigos de outras religiões, incluindo judeus e cristãos, pois o próprio Profeta Muhammad tinha boas relações com pessoas de outras religiões.
"Ó vós que credes! Não tomeis por amigos e protetores aqueles que tomam vossa religião por zombaria e divertimento, dentre aqueles que receberam o Livro antes de vós, e os descrentes. E temei a Allah, se sois crentes." (Alcorão 5:57)
O contexto é semelhante ao do trecho acima, exceto que nesse caso o Alcorão especifica que não deve haver amizades entre os muçulmanos e aqueles que prejudicam sua fé e sua comunidade.
As pessoas que maltratam muçulmanos por sua fé exibem a sua ignorância e falta de compreensão deles sobre os atos de adoração e as leis de Allah.
Eles podem ser inteligentes em assuntos mundanos, mas são ignorantes sobre questões espirituais e de fé. Essa ignorância é o que leva à zombaria dos atos religiosos dos muçulmanos.
"Dize: 'Ó Povo do Livro! Por que nos censurais por crermos em Allah e no que nos foi revelado, e no que foi revelado anteriormente? A maioria de vós é, em verdade, transgressora.'" (Alcorão 5:59)
Allah ordena ao Profeta Muhammad que diga aos que zombam da religião entre os Povos do Livro (judeus e cristãos) que sua única crítica contra os muçulmanos é que eles acreditam em Allah e nos livros revelados.
Esta crença não é motivo de crítica. Allah afirma que aqueles que zombam da religião são os que incorreram na maldição e na ira de Allah, sendo transformados em macacos e porcos.
Allah também descreve os hipócritas que fingem acreditar, mas entram e saem da presença dos muçulmanos com descrença em seus corações.
Eles não se beneficiam do conhecimento e dos conselhos do Profeta, pois Allah conhece seus segredos e retribuirá de acordo.
Allah critica os rabinos e os estudiosos religiosos que não proíbem as más ações e o consumo de coisas ilegais. Eles são repreendidos por não cumprirem seu dever de impedir o pecado e a transgressão entre seu povo.
"E, se o Povo do Livro cresse e fosse temente a Allah, certamente, removeríamos deles as más ações e admiti-los-íamos nos Jardins da Delícia. E, se tivessem observado a Torá e o Evangelho e o que foi revelado a eles por seu Senhor, certamente, comeriam de cima e de baixo de seus pés. Entre eles há um povo moderado, mas muitos deles são péssimos em suas ações." (Alcorão 5:65-66)
(Alcorão 5:65)
O Alcorão está dizendo que se judeus e cristãos seguissem os ensinamentos da Torá e do Evangelho corretamente e não tivessem corrompido a mensagem, receberiam provisões abundantes do céu e da terra. Porém, a maioria deles se desviou, realizando más ações.
Entre os Povos do Livro, há uma comunidade moderada, mas a maioria comete más ações. Allah reconhece os que seguem a verdade e a justiça, prometendo-lhes grandes recompensas, incluindo entrada nos Jardins do Éden, adornados com ouro e pérolas, e vestes de seda.
Aqueles que seguiram a mensagem de fé e boas ações receberam essas bênçãos em plenitude, como Najashi (Negus), o Rei da Etiópia, que era cristão, mas reconheceu a fonte divina do Alcorão.
No entanto, não é uma regra geral que aqueles que seguem a fé e as boas ações terão necessariamente sustento abundante, nem que aqueles que não seguem terão sustento restrito.
A promessa de uma vida boa e pura é universal, mas pode se manifestar de formas diferentes, seja por meio de abundância de sustento ou de meios aparentemente limitados, como aconteceu com os profetas e homens piedosos que não tiveram sempre abundância material, mas sempre tiveram uma vida pura.
"Dize: 'Ó Povo do Livro! Não tendes fundamento algum enquanto não observardes a Torá e o Evangelho e o que foi revelado a vós por vosso Senhor.' E o que te foi revelado por teu Senhor aumentará, em muitos deles, a rebeldia e a descrença. Então, não te aflijas pelos que não crêem.Em verdade, aqueles que crêem, e os que praticam o Judaísmo, e os sabeus, e os cristãos, qualquer um que crer em Allah e no Último Dia e fizer o bem, não haverá medo sobre eles, nem se entristecerão." (Alcorão 5:68-69)
Novamente, Allah diz que, até que os seguidores das escrituras anteriores (Torá e Evangelho) acreditem e pratiquem suas instruções, incluindo a aceitação do Alcorão e do Profeta Muhammad, sua religião será inútil.
Eles devem acreditar em todos os livros sagrados revelados por Allah e seguir as leis trazidas por Muhammad. Sem isso, seus esforços e superioridade intelectual não terão valor perante Allah.
É imprescindível aderir totalmente aos ensinamentos sem alterar ou distorcer nada.
"São descrentes aqueles que dizem: 'Em verdade, Allah é o Messias, filho de Maria.' No entanto, o Messias disse: 'Ó Filhos de Israel! Adorai a Allah, meu Senhor e vosso Senhor.' Em verdade, quem quer que associe algo a Allah, Allah vedará a ele o Paraíso, e sua morada será o Fogo. E os injustos não terão ajudadores. São descrentes aqueles que dizem: 'Em verdade, Allah é o terceiro de três.' E não há nenhum deus senão um Deus. E, se não cessarem o que dizem, um doloroso castigo afligirá os descrentes entre eles." (Alcorão 5:72-73)
Jesus sempre se declarou servo e mensageiro de Allah, nunca reivindicando divindade. Desde bebê, ele proclamou ser Abdullah (servo de Allah), e como adulto, ele ensinou adorar apenas a Allah.
Jesus disse aos filhos de Israel para adorarem Allah, seu Senhor e Senhor deles, e alertou que associar parceiros a Allah resultaria na proibição do Paraíso e na condenação ao Inferno. Allah não perdoa a idolatria, mas perdoa outros pecados conforme Sua vontade.
Allah afirma que os que dizem que Allah é parte de uma trindade são descrentes. Ele ameaça os que persistem nessa crença com um tormento doloroso no Dia do Juízo, mas oferece arrependimento e perdão, mostrando Sua misericórdia.
Jesus é apenas um mensageiro e sua mãe, uma crente devota, ambos necessitando de comida, evidenciando sua humanidade.
Allah condena as seitas cristãs que afirmam divindade para Jesus e Maria, esclarecendo que só há um Deus verdadeiro.
"Dize: 'Ó Povo do Livro! Não exagereis em vossa religião, além da verdade, e não sigais as paixões de um povo que se desencaminhou anteriormente, e desencaminhou a muitos, e desencaminhou-se do caminho reto.'" (Alcorão 5:77)
Allah repreende aqueles que adoram ídolos e falsas divindades, afirmando que tais deidades não têm poder divino. Allah ordena a Muhammad que diga aos cristãos e outros que adoram além de Allah:
"Como vocês podem adorar algo que não tem poder de causar dano ou benefício? Apenas Allah é o Todo-Ouvinte e Onisciente." Allah então diz aos cristãos:
"O Povo do Livro, não exagerem na sua religião além da verdade." Isso significa que eles não devem exceder os limites da verdade, elevando profetas, como Jesus, ao status de deuses.
Os primeiros discípulos de Jesus o viam como um homem de Deus e um profeta. Porém, quando o cristianismo se espalhou, enfrentou a filosofia egípcia e grega.
Intelectuais sob essa influência entraram para o cristianismo, tentando moldá-lo conforme o pensamento filosófico da época.
Introduziram a ideia da "Trindade", associando "Existência" ao "Pai", "Vida" ao "Filho" e "Conhecimento" ao "Espírito Santo".
Isso levou à crença de que Jesus era a manifestação encarnada da palavra divina (kalam) e que sua crucificação foi uma expiação pelos pecados da humanidade, resultando no cristianismo moldado como se conhece hoje.
"Certamente encontrarás que os mais fortes entre os homens em inimizade para com os crentes são os judeus e os idólatras. E encontrarás que os mais próximos em amizade para com os crentes são aqueles que dizem: 'Somos cristãos.' Isso porque há entre eles padres e monges, e porque eles não são arrogantes. E, quando ouvem o que foi revelado ao Mensageiro, vês os olhos deles transbordarem de lágrimas por reconhecerem a verdade. Eles dizem: 'Nosso Senhor, cremos; então, inscreve-nos entre os que testemunham. E por que não haveríamos de crer em Allah e em tudo quanto nos chegou, da verdade, e como não haveríamos de aspirar a que nosso Senhor nos contasse entre os virtuosos? Pelo que disseram, Allah os recompensará com jardins, abaixo dos quais correm os rios, onde morarão eternamente. Isso será a recompensa dos benfeitores. Aqueles que negarem e desmentirem os Nossos versículos serão os réprobos. (Alcorão 5:82-86)
As razões por trás da revelação desses versos estão relacionadas a um grupo de pessoas enviadas por An-Najashi, o rei da Etiópia, para ouvir as palavras do Profeta Muhammad e observar suas qualidades.
Quando o grupo encontrou o Profeta e ouviu o Alcorão, eles se converteram ao Islamismo, choraram e ficaram humildes.
Ao retornarem, contaram a An-Najashi o que havia acontecido. Esses versos foram revelados sobre pessoas que se comportaram assim, independentemente de serem da Etiópia ou de outro lugar.
Allah afirma que os judeus e os politeístas são os mais hostis aos crentes, enquanto os cristãos são os mais próximos em amor aos crentes devido à compaixão e misericórdia que possuem, características derivadas da religião de Jesus.
Entre os cristãos, há sacerdotes e monges que não são orgulhosos, são justos e reconhecem a verdade quando ouvem o Alcorão, suas lágrimas fluem por causa da verdade que reconhecem, e eles acreditam sinceramente em Allah.
Esses cristãos dizem: "Nosso Senhor! Cremos, então escreve-nos entre os que testemunham", e esperam ser admitidos no Paraíso com as pessoas justas.
Devido a essa fé e reconhecimento da verdade, Allah os recompensa com Jardins sob os quais correm rios, onde permanecerão eternamente.
Isso é a recompensa dos benfeitores, que seguem e obedecem à verdade onde quer que a encontrem.
No entanto, isso não é algo que se aplica a todos os cristãos, mas apenas aqueles que seguem os princípios originais da revelação do Evangelho.
"Quando Allah disse: 'Ó Jesus, filho de Maria! Recorda-te da Minha graça para contigo e para com tua mãe, quando te fortaleci com o Espírito Santo, para que falasses aos homens no berço e na idade adulta; e quando te ensinei o Livro, a sabedoria, a Torá e o Evangelho; e quando formaste, do barro, algo como a figura de um pássaro, com Minha permissão, e sopraste nela e se tornou um pássaro, com Minha permissão; e curaste o cego de nascença e o leproso, com Minha permissão; e quando trouxeste os mortos à vida, com Minha permissão; e quando contive os Filhos de Israel de [te fazerem] mal, quando lhes trouxeste as evidências claras, e os que descreem dentre eles disseram: 'Isso não é senão mágica evidente.'" (Alcorão 5:110)
Allah lembra Jesus sobre os favores que concedeu a ele, destacando vários milagres e atos extraordinários.
Allah menciona a criação de Jesus sem intervenção de um pai, tornando-o um sinal de Seu poder perfeito. Jesus também testemunhou a castidade de sua mãe, Maria, livrando-a das acusações injustas.
Allah o apoiou com o Espírito Santo (anjo Jibril) e fez com que Jesus falasse no berço, defendendo a virtude de sua mãe e proclamando sua adoração a Allah.
Jesus também foi ensinado por Allah sobre o Livro, a sabedoria e a Torá. Com a permissão de Allah, ele fez formas de pássaros de barro que se tornaram pássaros vivos, curou cegos e leprosos e ressuscitou os mortos.
Allah protegeu Jesus dos israelitas, que rejeitaram os sinais claros que ele trouxe e o acusaram de ser um mágico, tentando crucificá-lo. Allah o salvou, elevou-o e purificou-o de suas acusações.
Allah inspirou os discípulos de Jesus a acreditarem Nele e em Seu Mensageiro. Eles testemunharam sua fé, dizendo: "Cremos. E testemunha que somos muçulmanos."
Quando os discípulos pediram um banquete do céu, Jesus os advertiu a temerem a Allah, mas eles insistiram para que suas mentes se tranquilizassem e soubessem que Jesus dizia a verdade.
Jesus então pediu a Allah para enviar um banquete, que seria um sinal e uma celebração para eles. Allah atendeu ao pedido, mas advertiu que aqueles que não acreditassem depois disso enfrentariam um castigo severo.
"Quando os discípulos disseram: 'Ó Jesus, filho de Maria! Teu Senhor pode enviar-nos uma mesa servida do céu?' Ele disse: 'Temei a Allah, se sois crentes.'" Tornaram a dizer: Desejamos desfrutar dela, para que os nossos corações sosseguem e para que saibamos que nos tens dito a verdade, e para que sejamos testemunhas disso. Disse Jesus, filho de Maria: 'Ó Allah, nosso Senhor! Envia-nos uma mesa servida do céu, que nos seja um festim - para o primeiro de nós e para o último de nós - e um sinal de Ti. E concede-nos sustento, pois Tu és o melhor dos sustentadores. E disse Allah: Fá-la-ei descer; porém, quem de vós, depois disso, continuar descrendo, saiba que o castigarei tão severamente como jamais castiguei ninguém da humanidade. E quando Allah disse: 'Ó Jesus, filho de Maria! Disseste aos homens: 'Tomai a mim e a minha mãe como dois deuses, além de Allah?' Ele disse: 'Glorificado sejas! Não me é legítimo dizer o que não tenho direito. Se eu tivesse dito, Tu saberias. Tu sabes o que há em mim, e eu não sei o que há em Ti. Em verdade, Tu és o Conhecedor do invisível.'" (Alcorão 5:112-116)
Esta passagem narra a história da mesa com comida que Allah enviou como favor ao Seu servo e Mensageiro Jesus, após o pedido dos seus discípulos.
Eles solicitaram a Jesus que pedisse a Allah para enviar uma mesa do céu como sinal e prova clara da Sua Divindade.
Jesus, inicialmente, os advertiu a temerem a Allah e a não pedirem tal coisa, mas os discípulos insistiram, desejando fortalecer sua fé e testemunhar o milagre.
Então, Jesus suplicou a Allah para enviar a mesa, que seria um sinal de Sua onipotência e uma festividade para eles e para as futuras gerações.
Allah aceitou o pedido, mas advertiu que qualquer um que negasse este sinal depois disso enfrentaria um tormento severo, como nunca antes infligido a qualquer outro.
"Aqueles a quem demos o Livro, reconhecem-no como reconhecem a seus filhos. Aqueles que se perderam, não crerão." (Alcorão 6:20)
Os judeus e cristãos devem Muhammad como profeta, assim como reconhecem seus próprios filhos, devido às profecias anteriores.
Não há injustiça maior do que inventar mentiras contra Allah ou rejeitar Seus sinais. Aqueles que fazem isso nunca terão sucesso.
Allah lembra que aqueles que inventam mentiras contra Ele ou rejeitam Suas revelações são os mais injustos e nunca serão bem-sucedidos.
"Esses são aqueles a quem demos o Livro, a sabedoria e a profecia. Se estes o negarem, em verdade, confiaremos isso a um povo que não será descrente." (Alcorão 6:89)
Allah falará com Jesus, filho de Maria, no Dia da Ressurreição, diante daqueles que adoraram a ele e a sua mãe como deuses além de Allah, perguntando se ele ordenou tal adoração.
Jesus responderá negando essa acusação, afirmando que ele nunca disse algo que não tivesse o direito de dizer e que só chamou as pessoas para adorar Allah, seu Senhor e o Senhor de todos.
Ele dirá que apenas transmitiu a mensagem de Allah enquanto esteve entre eles e, após ser elevado por Allah, Ele foi o Guardião sobre eles.
Jesus continuará dizendo que se Allah decidir punir aqueles que cometeram idolatria, isso é justo, pois são Seus servos, e se Ele decidir perdoá-los, isso também é Sua prerrogativa, pois Ele é o Todo-Poderoso, o Sábio.
No Dia da Ressurreição, Allah recompensará os sinceros por sua verdade e dará a eles jardins onde rios fluem, onde permanecerão para sempre.
"Os que seguem o Mensageiro, o Profeta iletrado, a quem encontram mencionado em sua própria (escritura) na Torá e no Evangelho; pois ele ordena-lhes o que é justo e lhes proíbe o que é errado; ele permite-lhes o que é bom e puro (como alimento) e proíbe-lhes o que é impuro; ele alivia-os de seus fardos e dos grilhões que estavam sobre eles. Então, aqueles que acreditam nele, honram-no, ajudam-no e seguem a luz que é enviada com ele - são eles os que terão sucesso." (Alcorão 7:157)
Allah destaca que os seguidores do Profeta Muhammad são mencionados na Torá e no Evangelho. Esses livros antigos profetizavam sua vinda e instruíam os povos a segui-lo. Os rabinos e sacerdotes sabiam de suas descrições.
Há um relato de um beduíno que testemunhou Muhammad confirmando com um judeu a presença de suas descrições na Torá. O filho do judeu, antes de morrer, confirmou a profecia, aceitou o Islam e foi sepultado por Muhammad.
Abdullah bin Amr afirmou que Muhammad está descrito na Torá como um profeta misericordioso, que não responde ao mal com mal, e que corrigiria a religião distorcida. Sua mensagem principal era adorar Allah e abandonar ídolos.
Muhammad é descrito como aquele que ordena o bem e proíbe o mal, tornando lícitas as coisas boas e proibindo as más. Ele trouxe uma religião fácil, sem os fardos pesados das leis anteriores.
Os verdadeiros crentes nele, que o honram e seguem a luz revelada do Alcorão, são os que terão sucesso nesta vida e na outra.
"Os judeus dizem: 'Uzair é o filho de Allah;' e os cristãos dizem: 'O Messias é o filho de Allah.' Essas são palavras de suas bocas; eles imitam o dito dos descrentes de outrora. Que Allah os destrua! Quão pervertidos eles são! Eles tomaram seus rabinos e seus monges como senhores além de Allah, e (também) o Messias, filho de Maria; e não lhes foi ordenado senão que adorassem um Deus Único; não há deus senão Ele. Glorificado seja Ele acima de qualquer coisa que associem a Ele!" (Alcorão 9:30-31)
Os judeus afirmam que Uzayr é filho de Deus, enquanto os cristãos cometem erros semelhantes sobre Jesus.
Allah declara que ambos os grupos estão mentindo e sem provas para suas alegações, comparando-os a nações anteriores que se desviaram.
Allah menciona que esses grupos tomaram seus rabinos e monges como senhores além de Allah, imitando a idolatria.
Hudhayfah bin Al-Yaman e Ibn Abbas, entre outros, explicaram que os judeus e cristãos obedeciam seus líderes religiosos em tudo, tratando suas ordens como se fossem de Allah, ou seja, comparável à adoração.
"Ó vós que credes! Em verdade, muitos dos rabinos e dos monges devoram os bens das pessoas de modo falso e desviam (os outros) do caminho de Allah. E aqueles que acumulam ouro e prata e não os despendem no caminho de Allah, dá-lhes, então, a boa nova de um doloroso castigo." (Alcorão 9:34)
A explicação desta passagem começa um pouco antes, mais especificamente no versículo 32, que foi dito: "Então, isso é Allah, teu Senhor na verdade. E o que há, depois da verdade, senão o erro?".
Depois de ter encontrado a Verdade, não resta mais nada a encontrar, exceto o erro e o desvio.
Em outras palavras, uma vez provado que Allah é o único digno de adoração, é terrivelmente insensato abandonar esta verdade e permitir-se ser desviado para outro lugar.
"Em verdade, aqueles que crêem, e os que praticam o Judaísmo, e os sabeus, e os cristãos, e os magos, e os idólatras - em verdade, Allah julgará entre eles no Dia da Ressurreição. Em verdade, Allah é Testemunha de todas as coisas." (Alcorão 22:17)
Allah afirma que julgará entre os crentes, ou seja muçulmanos, e os descrentes entre os judeus, sabeus, cristãos e outros, no Dia da Ressurreição. Ele recompensará os crentes com o Paraíso e condenará os descrentes ao Inferno.
A pessoa só é considerada descrente pelo nível de aderência ao Alcorão que ela apresenta. Ela pode, intimamente, estar inclinada a aceitar a mensagem do Islam, mas não o faz por desconhecimento ou por má compreensão dela.
Em alguns casos, a pessoa pode até já ter iniciado sua conversão ao Islam, mas faleceu antes de aceitar a realidade revelada através do Profeta Muhammad.
No entanto, se alguém rejeita deliberadamente esses princípios, o destino dela é a punição após a vida.
"Aqueles que foram expulsos injustamente de suas casas apenas por dizerem: 'Nosso Senhor é Allah.' E se Allah não tivesse repelido algumas pessoas por meio de outras, certamente, mosteiros, igrejas, sinagogas e mesquitas, nas quais o nome de Allah é muito mencionado, teriam sido destruídos. E Allah ajudará a quem O ajudar. Em verdade, Allah é Forte, Todo-Poderoso." (Alcorão 22:40)
O versículo foi revelado em relação ao Profeta Muhammad e seus companheiros quando foram expulsos de Meca.
Este é considerado o primeiro versículo sobre Jihad. Quando os muçulmanos foram injustamente expulsos de suas casas em Meca, Allah permitiu que eles lutassem em defesa própria, prometendo-lhes vitória.
Allah é poderoso o suficiente para dar vitória aos crentes sem necessidade de luta, mas Ele deseja que Seus servos se esforcem.
A luta é um meio para testar a fé e a paciência dos crentes. Aqueles que são mortos no caminho de Allah não perderão suas boas ações; serão guiados e recompensados com o Paraíso.
A Jihad foi prescrito no momento apropriado, quando os muçulmanos estavam bem estabelecidos em Medina, após serem perseguidos e expulsos de Meca. A luta contra os opressores tornou-se necessária para garantir a segurança e a propagação do Islam.
Se Allah não repelisse as forças do mal com a Jihad, lugares de adoração (mosteiros, igrejas, sinagogas e mesquitas) onde o nome de Allah é frequentemente mencionado teriam sido destruídos. A proteção desses lugares sagrados é um motivo crucial para a Jihad.
Allah é forte e poderoso, e Ele apoia e dá vitória aos que ajudam a Sua causa. A vitória é garantida aos mensageiros e seus seguidores, conforme decretado por Allah.
A filosofia da Jihad e da guerra contra os infiéis é assegurar a sobrevivência das verdadeiras religiões e proteger os lugares de adoração.
Sem resistência armada, nenhuma religião estaria segura, e seus locais sagrados seriam destruídos pelos infiéis. Este conceito foi relevante desde os tempos de Moisés, Jesus e o Profeta Muhammad.
O versículo destaca a importância do Jihad na proteção da fé e dos locais de adoração, enfatizando a força e a sabedoria de Allah em conceder vitória aos crentes e provar a fé deles.
"Depois, fizemos seguir os Nossos mensageiros, e fizemos seguir Jesus, filho de Maria, e demos-lhe o Evangelho, e colocamos nos corações dos que o seguiram compaixão e misericórdia. Mas o monasticismo que inventaram para si, Nós não lho prescrevemos, apenas buscavam agradar a Allah, mas não o observaram como deveriam. Então, concedemos aos que creram, entre eles, a sua recompensa, mas muitos deles são transgressores." (Alcorão 57:27)
Allah menciona que desde Noé, todos os Profetas e Mensageiros enviados foram de sua descendência.
Após Abraão, todos os livros divinos e mensageiros revelados vieram de seus descendentes.
O último profeta entre os Filhos de Israel foi Jesus, que anunciou a vinda de Muhammad .
Os seguidores de Jesus tinham características de compaixão e misericórdia. No entanto, eles inventaram o monasticismo, que não foi prescrito por Allah, mas adotado por eles mesmos.
Havia duas interpretações sobre essa prática: alguns queriam agradar a Allah com o monasticismo, enquanto outros não conseguiram cumprir os requisitos dessa prática.
Alguns estudiosos afirmam que o monasticismo surgiu porque os seguidores de Jesus queriam proteger sua fé dos reis opressores que alteraram a Torá e o Evangelho.
Algumas pessoas buscaram refúgio em lugares isolados para praticar sua religião livremente, enquanto outras adotaram um estilo de vida nômade ou construíram mosteiros em desertos.
Muitos que adotaram o monasticismo não conseguiram mantê-lo adequadamente. Isso levou a críticas de que, além de inventarem práticas não prescritas por Allah, eles não seguiram essas práticas de maneira correta.
O verso destaca que, embora o monasticismo não fosse originalmente errado, sua falha em observar seus requisitos foi criticada.
Alguns estudiosos, como Qurtubi, interpretaram o monasticismo de forma negativa, enquanto outros consideraram que a prática tinha boas intenções inicialmente.
O monasticismo é comparado à jihad no Islam, que é vista como a verdadeira forma de devoção e sacrifício.
O hadith do Profeta Muhammad menciona que cada profeta teve sua forma de monasticismo, e a jihad é a forma de monasticismo desta Ummah (comunidade muçulmana).
O termo bidah (inovação religiosa) geralmente é usado de forma negativa, referindo-se a práticas não prescritas por Allah.
No entanto, o monasticismo, quando adotado por razões legítimas de proteção da fé, não é considerado bidah em seu sentido técnico. A crítica principal é a falha em manter os requisitos do monasticismo, não a prática em si.
"Ó vós que credes! Sede os ajudantes de Allah, como quando Jesus, filho de Maria, disse aos discípulos: 'Quem serão meus ajudantes na causa de Allah?' Os discípulos disseram: 'Nós somos os ajudantes de Allah.' Então, uma parte dos Filhos de Israel creu, e outra parte descreu. Então, fortalecemos aqueles que creram contra seu inimigo, e eles se tornaram superiores." (Alcorão 61:14)
Allah ordena aos Seus servos fiéis que sejam Seus apoiadores em todos os momentos, em todas as suas ações e declarações, sacrificando-se e utilizando seus recursos.
Esta chamada é semelhante à feita pelos discípulos de Jesus, quando ele perguntou: "Quem são meus ajudantes na causa de Allah?". Os discípulos responderam afirmativamente, comprometendo-se a apoiar e transmitir a mensagem divina.
Durante a época do Hajj, o Profeta Muhammad também buscava apoio, perguntando: "Quem me ajudará a transmitir a mensagem do meu Senhor?". Os residentes de Al-Madinah, Al-Aws e Al-Khazraj, responderam a este chamado, oferecendo proteção e apoio, tornando-se conhecidos como Al-Ansar (os Ajudantes).
Quando Jesus pregou a mensagem de Allah, seus seguidores se dividiram. Um grupo dos Filhos de Israel acreditou nele e aceitou a orientação, enquanto outro grupo se desviou, rejeitando sua profecia e inventando mentiras sobre ele e sua mãe.
Esses são os judeus que o acusaram falsamente, enquanto outros elevaram Jesus a uma posição além da de profeta, considerando-o filho de Deus ou parte de uma trindade.
Allah deu poder ao grupo de crentes contra seus inimigos, tornando-os vitoriosos, especialmente após o envio de Muhammad.
Ibn Abbas relatou que quando Allah decidiu elevar Jesus ao céu, ele informou seus discípulos, e um jovem se voluntariou para ser feito à semelhança de Jesus e ser crucificado em seu lugar, enquanto Jesus foi elevado ao céu.
Após isso, os seguidores de Jesus se dividiram em três grupos: os que acreditavam que ele era Deus, os que acreditavam que ele era filho de Deus, e o grupo dos muçulmanos que acreditavam que ele era um servo e mensageiro de Allah.
Os muçulmanos são incentivados a apoiar a religião de Allah, seguindo o exemplo dos companheiros do Profeta Muhammad, que sacrificaram tudo para ajudar na propagação do Islam.
Esta responsabilidade continua até os dias finais, quando o último grupo de muçulmanos lutará contra o Dajjal (Anticristo) ao lado de Jesus.
Este versículo exorta os muçulmanos a serem ajudantes de Allah, seguindo o exemplo dos discípulos de Jesus e dos companheiros do Profeta Muhammad.
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