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Ruqiyah: Cura para Mau-Olhado, Feitiços e Possessão

Ruqiyah é uma cura para diversos problemas causados por influências espirituais negativas. Conheça as regras e procedimentos clicando aqui.
  • A Ruqyah é uma prática de cura espiritual que utiliza trechos do Alcorão e súplicas para proteção contra doenças, mau-olhado, bruxaria e possessões.
  • Baseada no Alcorão e na Sunnah, a Ruqyah deve ser realizada em conformidade com os princípios islâmicos, evitando práticas não islâmicas.
  • Além da recitação de súplicas e versículos, é importante ter fé em Allah e a aderência a práticas de purificação e ética para proteção espiritual e física.
  • A cura é auxiliada por outras práticas de aderência aos princípios islâmicos, e se afastando daquilo que é espiritualmente nocivo.

Ruqyah (às vezes transliterado como Ruqiyya, Ruqya, Ruqia, etc.) é uma prática de cura espiritual encontrada dentro do Islam, que envolve a recitação de versos do Alcorão, súplicas e orações por proteção e cura. 

É utilizada para tratar indivíduos que acreditam estar sofrendo de doenças causadas por mau-olhado, bruxaria , possessão por jinns (gênios) ou outros males espirituais.

A prática de Ruqyah é baseada em hadiths (dizeres e ações do Profeta Muhammad) que sugerem o uso de orações específicas e versículos do Alcorão para buscar proteção contra o mal e promover a cura. 

A Ruqyah pode ser considerada "Ruqyah Shariah" quando está em conformidade com os ensinamentos islâmicos, ou seja, não envolve práticas politeístas, xamanismo ou a invocação de outros deuses além de Allah.

A Ruqyah Shariah deve ser realizada com a intenção sincera de buscar a ajuda de Allah, e pode ser feita pelo próprio indivíduo afetado, por uma pessoa qualificada que conheça as práticas apropriadas e os versículos do Alcorão a serem recitados. 

A Ruqyah não é um substituto do tratamento médico convencional para doenças físicas ou psicológicas, e não deve ser usada de forma irresponsável.

Sintomas da Possessão e Mau-Olhado

Possessão

Na perspectiva islâmica, a possessão refere-se à crença de que um jinn (uma criatura feita do fogo sem fumaça, de acordo com o Islam) pode tomar controle parcial ou total de um ser humano. 

Os jinns são considerados seres espirituais com livre arbítrio, criados por Allah, e, como os humanos, podem ser bons, maus ou neutros. 

Aqueles que são maus são frequentemente associados aos shayatin (demônios), liderados por Iblis (Satanás).

A crença na existência dos jinns e na possibilidade de possessão por esses seres é amplamente aceita no Islam e está fundamentada no Alcorão e na Sunnah (tradições do Profeta Muhammad).

O que se normalmente é compreendido como espíritos, fantasmas, assombrações, demônios, obsessores, etc. são percebidos como jinns de acordo com a doutrina islâmica.

A possessão por jinns é frequentemente discutida no contexto de problemas de saúde física, mental ou emocional, que não têm uma explicação médica clara. 

Os sintomas da possessão podem variar amplamente, incluindo:

  • Aversão (e até mesmo convulsão) ao ouvir palavras santas, como o som do adhan ou de uma recitação do Alcorão;
  • Em alguns casos, o jinn que se apossou do corpo da pessoa revela o seu nome ao ouvir uma recitação corânica;
  • Pesadelos frequentes;
  • Perda de consciência;
  • Comportamentos anormais e vontade de se afastar das pessoas;
  • Médicos não encontram uma causa aparente para o problema, ou o tratamento recomendado não surte efeito algum.

O tratamento para a possessão, dentro do contexto islâmico, geralmente envolve a prática da Ruqyah Shariah, que é a recitação de versículos específicos do Alcorão, súplicas e orações para invocar a proteção de Allah e expulsar o jinn do corpo da pessoa afetada. 

A Ruqyah pode ser autoadministrada ou realizada por um sheikh ou qualquer muçulmano de fé profunda e com conhecimento profundo das práticas islâmicas e do Alcorão.

Mau-olhado

O Islam, o mau-olhado (al-ayn) é considerado uma realidade e uma causa de preocupação, com base tanto no Alcorão quanto na Sunnah (tradições do Profeta Muhammad). Acredita-se que o mau-olhado possa causar dano ou má sorte a uma pessoa, animal ou objeto, simplesmente por meio do olhar invejoso ou cobiçoso de alguém. Este conceito reflete a crença na capacidade do olhar humano de influenciar ou alterar o estado das coisas por meio de sentimentos negativos, como inveja ou ciúme.

Os sintomas podem ser:

  • Dores de cabeça que passam de uma parte da cabeça para outra; 
  • Palidez amarelada na face;
  • Suar e urinar muito; 
  • Apetite fraco; 
  • Formigamento, 
  • Calor ou frio nos membros; 
  • Palpitações no coração; 
  • Dor na região lombar e ombros; 
  • Tristeza e ansiedade; 
  • Insônia à noite; 
  • Reações fortes devido a medos anormais; 
  • Muitos arrotos,
  • Bocejar e suspirar; 
  • Retraimento e amor à solidão; 
  • Apatia e preguiça; 
  • Tendência a dormir; 
  • Problemas de saúde sem causa médica conhecida.

Evidência nas Fontes Primárias Possessão por Jinns e Existência de Mau-Olhado

Mau-olhado

Existem vários hadiths em que o Profeta Muhammad reconhece a realidade do mau-olhado e instrui os muçulmanos sobre como se protegerem dele. Um exemplo é o hadith em que o Profeta disse:

"A influência do mau-olhado é um fato; se algo pudesse preceder o destino, seria a influência do mau-olhado (...)" (Sahih Muslim)

Neste mesmo hadith, o Profeta ainda indica ao homem buscar cura por meio do banho ritual islâmico (ghusl).

"e quando você for solicitado a tomar banho (como cura) da influência do mau-olhado, você deve tomar banho."(Sahih Muslim)

Para prevenir o mau-olhado, foi encorajado dizer "Masha'Allah" (isto é o que Allah quis) ao ver algo que se admira, reconhecendo assim que todas as bênçãos vêm de Allah e evitando a inveja

Magia negra

A existência da magia negra como um recurso para prejudicar as pessoas está explícita no Alcorão:

"Eles seguiram o que os demônios recitavam sobre o reino de Salomão. Salomão não descreu, mas os demônios descreeram, ensinando às pessoas a magia e o que foi revelado aos dois anjos em Babilônia, Harut e Marut. Mas estes dois não ensinavam a ninguém sem dizer: 'Nós somos apenas uma tentação, então não descreia.' E as pessoas aprendiam com eles os meios para semear a discórdia entre o homem e sua esposa. Mas eles não poderiam prejudicar ninguém com isso, exceto com a permissão de Allah. E eles aprendiam o que lhes prejudicava e não lhes beneficiava, sabendo certamente que quem adquirisse isso não teria nenhuma parcela na Outra Vida. Miserável é o preço pelo qual venderam suas almas, se eles soubessem." (Alcorão 2:102)

Esta é uma prática abominável que o muçulmano não deve se envolver de modo algum, o que é algo comprovado pela tradição profética:

O Profeta Muhammad disse: "Evite os sete pecados destrutivos." Foi perguntado, "Quais são eles, Ó Mensageiro de Allah?" Ele respondeu, "Associar parceiros a Allah; praticar magia; matar uma alma que Allah proibiu matar, exceto por um motivo justo; consumir usura; consumir a propriedade de um órfão; fugir do campo de batalha; e acusar mulheres castas e crentes indevidamente" (Sahih Bukhari)

Há relatos em Sahih Bukhari de que o Profeta Muhammad foi afetado por magia feita por um homem chamado Labid ibn al-Asam. 

Aisha relatou que o Profeta Muhammad sofreu devido à magia, e Allah revelou os últimos dois capítulos do Alcorão (Al-Falaq e An-Nas) como meio para ele buscar cura. Portanto, estas suras são uma proteção contra tais males.

Isso demonstra o reconhecimento da existência e do perigo da magia, bem como a maneira de buscar proteção contra ela 

Possessão por jinns

As evidências sobre a interação entre jinns e humanos, incluindo a possibilidade de possessão, podem ser encontradas tanto no Alcorão quanto na Sunnah (os ditos e feitos do Profeta Muhammad). 

O capítulo 72, Surata Al-Jinn, é dedicado aos jinns, discutindo sua existência, suas crenças, e sua relação com a humanidade e com o Islam.

Além disso, no versículo 275 da Surata Al-Baqarah, embora não fale diretamente de possessão, é mencionado como Satanás pode tocar (afetar) as pessoas, sugerindo uma influência negativa:

"Aqueles que consomem Riba (juros ou usura) não podem permanecer, exceto como alguém a quem o diabo levou à loucura pelo seu toque..." (Alcorão 2:275)

Já a Surata An-Nas, é uma súplica para proteção contra o mal de sussurros ocultos, tanto de jinns quanto de humanos:

"Dize: Refugio-me no Senhor dos homens, O Rei dos homens, O Deus dos homens, Contra o mal do sussurrador oculto, Que sussurra nos peitos dos homens, Sejam eles jinns ou homens." (Alcorão 114)

Existem vários hadiths que instruem os muçulmanos a recitar certas súplicas para proteção contra os jinns. 

Por exemplo, o Profeta Muhammad recomendou a recitação de Surata Al-Falaq (113) e Surata An-Nas (114) como meio de proteção contra o mal.

Uqba ibn Amir disse: "O Mensageiro de Allah (ﷺ) disse-me: 'Você não viu as revelações que desceram esta noite, como não desceu nada semelhante a elas?' Ele disse: 'Diga: Refugio-me no Senhor do amanhecer,' e 'Diga: Refugio-me no Senhor dos homens.' (Suratas Al-Falaq e An-Nas)." (Sahih Muslim)

O Profeta Muhammad teria aprovado o uso de Ruqyiah para tratar doenças e aflições.

Abu Said al-Khudri relatou: "Algumas pessoas dos Companheiros do Profeta Muhammad (ﷺ) saíram em uma viagem até que chegaram a um dos acampamentos árabes, e eles foram recebidos por uma tribo dos árabes. Então, um homem foi picado por um escorpião. Eles disseram, 'Vocês têm alguma medicina conosco ou alguém que possa tratar com Ruqyah?' Os Companheiros disseram, 'Vocês recusaram nos hospedar e nos ajudar, então não vamos tratar [seu homem] com Ruqyah até que nos paguem por isso.' Eles concordaram em pagar-lhes um rebanho de ovelhas. Um deles então começou a recitar a Surata Al-Fatiha e soprou sobre o local da picada. O homem ficou curado e se levantou como se nada o tivesse afligido. Então, [os Companheiros] vieram ao Profeta (ﷺ) e mencionaram isso a ele. Ele disse: 'Como vocês souberam que ela [Surata Al-Fatiha] é uma Ruqyah? Dividam [o rebanho] e destinem uma parte para mim.'" (Sahih Bukhari)

Existem narrativas que descrevem encontros diretos entre o Profeta Muhammad e os jinns, demonstrando que a comunicação e a influência entre humanos e jinns são possíveis.

"O Profeta (ﷺ) partiu com a intenção de ir ao mercado de Ukaz juntamente com alguns de seus companheiros. Ao mesmo tempo, uma barreira foi colocada entre os demônios e as notícias do céu. Fogo começou a ser lançado contra eles. Os Demônios foram até o seu povo, que perguntou, "O que há de errado com vocês?" Eles disseram, "Uma barreira foi colocada entre nós e as notícias do céu. E fogo foi lançado contra nós." Eles disseram, "A coisa que colocou uma barreira entre vocês e as notícias do céu deve ser algo que aconteceu recentemente. Vão para o leste e oeste e vejam o que colocou uma barreira entre vocês e as notícias do céu." Aqueles que foram em direção a Tuhama encontraram o Profeta em um lugar chamado Nakhla e era no caminho para o mercado de Ukaz, e o Profeta (ﷺ) estava oferecendo a oração do Fajr com seus companheiros. Quando ouviram o Alcorão, eles escutaram e disseram, "Por Allah, isso é o que colocou uma barreira entre nós e as notícias do céu." Eles foram até o seu povo e disseram, "Ó nosso povo; verily nós ouvimos um recital maravilhoso (Alcorão) que mostra o verdadeiro caminho; acreditamos nele e não atribuiríamos parceiros ao nosso Senhor." Allah revelou os seguintes versos ao seu Profeta (Sura 'Jinn') (72): "Diga: Foi-me revelado." E o que foi revelado a ele foi a conversa dos Jinns." (Sahih Bukhari)

O Que Leva um Jinn a Possuir uma Pessoa?

Razões Espirituais

Indivíduos que se afastam das práticas espirituais ou que não buscam proteção regular através de orações e recitações podem ser mais vulneráveis à influência de jinns mal-intencionados.

Atos involuntários ou deliberados que perturbam os jinns, como derramar água quente sem avisar (uma prática mencionada em hadiths), podem levar à retaliação por parte dos jinns.

Razões Emocionais e Psicológicas

Raiva intensa, tristeza, ou outras emoções fortes podem atrair jinns, especialmente aqueles que buscam explorar vulnerabilidades humanas.

Razões Mágicas ou Ocultas

Práticas ocultas, como bruxaria, necromancia, rituais de invocação de entidades, etc. podem resultar em possessão de jinns como parte de um feitiço ou maldição.

Todas essas práticas são proibidas pela lei islâmica por causa do efeito nocivo que elas podem propagar, e principalmente por levar a pessoa a depositar sua fé em outra coisa além de Allah.

Interesses Pessoais dos Jinns

Em alguns casos, um jinn pode se tornar atraído por um ser humano e possuí-lo como resultado de um sentimento de amor ou obsessão.

Se um jinn sentir que foi injustiçado por um ser humano, pode buscar vingança possuindo a pessoa.

Como a Ruqiyah é Feita

Ibn Hajar delineou três princípios para Ruqiyah, que devem ser respeitados para que seja válida. Eles são:

  1. O Ruqyah deve estar com as palavras de Allah ou Seus Nomes e Atributos.
  2. O Ruqyah deve estar em árabe ou ter um significado compreensível (você não deve escrever ou dizer algo ilegível ou obscuro).
  3. Você deve acreditar que eles não têm efeito por si mesmos, mas sim que o efeito do Ruqyah só ocorre pela vontade de Allah. (Fath al-Bari)

Intenção

Comece com a intenção correta no coração, reconhecendo que você está buscando ajuda e proteção de Allah contra o mal ou a doença. 

A intenção deve ser pura, buscando agradar a Allah e confiando n'Ele para a cura.

Wudu (Ablução)

Realize o wudu (ablução), que é o processo de purificação ritual antes das orações. Estar em estado de purificação ajuda a fortalecer a espiritualidade e a conexão com Allah durante a Ruqyah.

Recitação do Alcorão e Súplicas

Recite versículos do Alcorão e súplicas específicas conhecidas por oferecerem proteção e cura:

  • Surata Al-Fatiha (Capítulo 1): Conhecida como a "Mãe do Livro" (Umm al-Kitab), é frequentemente recitada para fins de cura e proteção.
  • Ayat al-Kursi (Versículo do Trono, Al-Baqarah 2:255): É considerado um dos versículos mais poderosos para proteção contra o mal e os jinns.
  • As últimas duas Ayahs de Surata Al-Baqarah (Al-Baqarah 2:285-286): Recitar estas ayahs oferece proteção contra o mal e ajuda na manutenção da fé.
  • Surata Al-Ikhlas (Capítulo 112), Surata Al-Falaq (Capítulo 113) e Surata An-Nas (Capítulo 114): Coletivamente conhecidas como "al-Muawwidhat" (As Protetoras), são recitadas para proteção contra o mal-olhado, inveja e sussurros de Shayatin.

A recitação deve ser em voz alta, clara e com concentração pelo menos 3 ou 7 vezes.

Ao recitar para outras pessoas, coloque a mão na testa de quem está possuído (somente mahram ou cônjuge), ou na parte do corpo que sente dor, depois recite e sopre.

Soprar ou Passar as Mãos

Após a recitação, é prática comum soprar levemente sobre a pessoa doente ou sobre as próprias mãos e passá-las pelo corpo, especialmente se houver alguma parte específica afetada ou com dores, buscando a bênção e a cura através das palavras sagradas.

Use água e medicina profética para auxiliar no processo

A água que a pessoa possuída vai utilizar para beber ou tomar banho também pode ser abençoada através da recitação da oração diretamente na água.

É possível recitar e soprar na água ou manter a boca perto da água, respirar e soprar repetidamente.

O azeite e outros medicamentos da Sunnah também podem ser usados para esta finalidade. Recite e aplique no corpo.

Confiança e Paciência

Mantenha confiança em Allah e seja paciente. A cura e o alívio podem vir de maneiras inesperadas e em tempos determinados por Allah. 

É importante continuar com as práticas regulares de adoração, recitação e súplicas, mantendo a fé firme, pois este é um processo que pode levar algum tempo.

Súplicas (Dua)

Outra forma de Ruqiyah é através súplicas a Allah, pedindo proteção, cura e alívio da doença ou do mal. 

Você pode incluir súplicas pessoais e aquelas transmitidas pelo Profeta Muhammad que são específicas para proteção e cura:

  • Dua para proteção contra doenças e males: "Bismillahil-ladhi la yadurru ma asmihi shayun fil-ardi wala fis-samaí wa Huwas-Sami ul-Alim" (Em nome de Allah, com cujo nome nada na Terra ou no céu pode causar dano, e Ele é o Ouvinte, o Conhecedor).
  • Dua para alívio de dor ou sofrimento: "Audhu bi izzatillahi wa qudratihi min sharri ma ajidu wa uhadhir" (Eu busco refúgio no poder e na força de Allah contra o mal que eu encontro e temo).

Como Se Proteger de Doenças, Bruxaria, Mau-Olhado e Possessões de Acordo com o Islam?

Mantenha suas práticas religiosas e exercite a sua fé

Seu elo com Allah é a principal forma de se fortalecer contra as influências negativas. Mantenha suas orações obrigatórias em dia, pois elas são a principal proteção contra tais calamidades.

Faça súplicas ao dormir e acordar, e também ao sair de casa. Jejum, caridade e recordação de Allah (dhikr) também nos aproxima de Allah, e a presença divina é o remédio contra as forças malignas.

Evite ambientes que favorecem a presença de jinns

Jinns gostam de sujeira, locais escuros, afastados e àqueles que possuem cerimônias onde eles são invocados.

Não se exponha a ambientes que tenham pilhas de lixo, banheiros, locais onde cultuam qualquer coisa além de Allah, ou que haja práticas de mágica, necromancia, adivinhação e outras práticas proibidas pela Sharia.

Não mantenha imagens religiosas ou artefatos ocultistas 

Não mantenha imagens tridimensionais e descarte qualquer tipo de amuleto ou artefato que possua algo escrito que invoque a presença de qualquer coisa senão Allah, como amuletos ou objetos de arte, mesmo que sejam apenas objetos de decoração ou por vínculo afetivo.

Sobre os amuletos

Os amuletos (tawiz) para proteção contra más influências espirituais podem ser usados, mas possuem regras muito específicas:

  • Quem utiliza não pode acreditar que o amuleto possui efeito em si mesmo, apenas pela vontade de Allah.
  • Os amuletos não podem invocar nada além de Allah;
  • Podem ter apenas nomes e atributos de Allah, versículos corânicos e súplicas prescritas pelo Profeta;
  • Devem ser escritos obrigatoriamente em árabe;

Essas prescrições precisam ser rigorosamente respeitadas, caso contrário, o risco de se cometer um pecado grave é alto, podendo implicar até mesmo em incredulidade (kufr) em algumas situações.

Se o muçulmano sabe dessas regras e as desrespeita de forma consciente e deliberada, ele deixa de ser muçulmano. Isso não se aplica para quem comete esses erros por ignorância. 

Caso esteja em posse de um amuleto fora das regras islâmicas, o ideal é se livrar do objeto o mais rápido possível. 

Não entregue ele a ninguém, o que é ruim para você também é nocivo aos outros.

Se essas prescrições não forem atendidas, o efeito de proteção é anulado, podendo ter efeito contrário e se tornar algo atraente para os jinns e más influências.

Caso tenha dúvidas, não guarde um objeto cuja procedência é duvidosa. Para mais informações sobre o assunto clique aqui.

Conclusão

Em conclusão, a Ruqyah Shariah oferece uma abordagem espiritual robusta dentro do Islam para lidar com uma ampla gama de aflições, desde o mau-olhado e bruxaria até possessões por jinns e doenças sem explicações médicas claras. 

Baseando-se em práticas autenticadas por hadiths e versículos do Alcorão, a Ruqyah não apenas busca a proteção e cura divinas, mas também reforça a conexão do indivíduo com Allah, promovendo um senso de bem-estar espiritual e físico. 

É crucial, no entanto, que essa prática seja realizada com a devida aderência aos princípios islâmicos, evitando superstições e práticas não islâmicas, enquanto se mantém a abertura e o respeito pelo tratamento médico convencional. 

A Ruqyah, portanto, destaca a abrangência do cuidado no Islam, que engloba o bem-estar físico, mental e espiritual, reconhecendo a supremacia e a misericórdia de Allah em todas as formas de cura.

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