No Islam, os gênios, ou "jinn" (em árabe: جن), são criaturas espirituais mencionadas no Alcorão e em outras literaturas islâmicas.
Diferente dos anjos, que são feitos de luz e não têm livre arbítrio, os gênios foram criados por Deus a partir de um "fumo sem fogo" ou "chama de fogo" e possuem livre arbítrio, permitindo-lhes escolher entre o bem e o mal.
Eles são invisíveis aos humanos, mas têm a capacidade de assumir várias formas e influenciar o mundo material.
Os gênios têm suas próprias sociedades, leis e ordem, semelhantes aos humanos, incluindo religião, casamento, e podem ser bons, maus ou neutros.
O mais notório dos gênios é Iblis (Satanás), que se recusou a se prostrar diante de Adão e foi expulso da graça de Deus, dedicando-se a desviar os humanos do caminho reto.
A criação dos Jinn, segundo o Islam, é um ato divino realizado por Allah, que os criou a partir de "fogo sem fumaça" ou "um fogo ardente".
Este ato de criação é mencionado no Alcorão, onde Allah afirma: "E os jinn, Nós os criamos antes, de fogo abrasador" (Alcorão 15:27).
Em outra surata, é dito: "Ele criou o homem de argila, como a cerâmica, e criou os jinn de uma chama de fogo" (Alcorão 55:14-15).
Essas passagens destacam a origem sobrenatural dos Jinn, diferenciando-os dos humanos, que foram criados a partir da argila.
O propósito da criação dos Jinn, assim como o dos humanos, é adorar e servir a Allah. O Alcorão declara explicitamente esse propósito geral para todas as criaturas dotadas de razão: "E não criei os jinn e os homens senão para Me adorarem" (Alcorão 51:56).
Esse versículo sublinha a ideia de que a adoração e o reconhecimento da soberania de Allah são os principais objetivos para os Jinn, assim como para os seres humanos.
A história de Iblis, um Jinn que foi expulso do Paraíso, é central para entender o conceito islâmico de desobediência e rebelião contra Allah.
Iblis era um devoto adorador de Allah entre os Jinn e foi elevado à posição entre os anjos devido à sua piedade.
No entanto, quando Allah criou Adão, o primeiro humano, e ordenou a todos os anjos que se prostrassem diante dele, Iblis recusou-se a obedecer.
Ele argumentou que era superior a Adão, pois foi criado a partir do fogo, enquanto Adão foi criado a partir da argila.
Devido à sua arrogância e desobediência, Iblis foi expulso do Paraíso e condenado ao Inferno.
Antes de sua queda, ele pediu permissão para tentar desviar os humanos do caminho reto, ao que Allah respondeu: "Certamente, você terá poder sobre os Meus servos, exceto aqueles dentre eles que são sinceros" (Alcorão 15:39-40).
Essa história é narrada em várias partes do Alcorão, incluindo: "E quando dissemos aos anjos: 'Prostrem-se diante de Adão', eles se prostraram, exceto Iblis.
Ele se recusou, foi arrogante e foi dos descrentes" (Alcorão 2:34). A recusa de Iblis em se prostrar diante de Adão não é apenas um ato de desobediência, mas também um símbolo de orgulho e arrogância, que são fortemente reprovados no Islam.
A história de Iblis serve como um lembrete contínuo para os muçulmanos sobre a importância da obediência a Allah e a armadilha da arrogância.
Ela também estabelece a existência do mal no mundo como um teste para os humanos, desafiando-os a permanecerem fiéis a Allah apesar das tentações e influências negativas.
Não há informações precisas sobre o tempo de vida dos jinns nas fontes islâmicas primárias (Alcorão e Hadith).
Entende-se, contudo, que eles têm uma longevidade muito maior do que os humanos, podendo viver por séculos ou mais, embora o exato período de vida varie segundo diferentes interpretações e tradições.
O Alcorão menciona os jinns em vários versículos, indicando que a revelação divina é direcionada tanto aos humanos quanto aos jinns.
Por exemplo, no Surah Al-Jinn (Capítulo 72), é narrado que um grupo de jinns ouviu a recitação do Alcorão e acreditou em sua mensagem, decidindo advertir seu povo sobre a adoração de um único Deus e a rejeição de falsos deuses.
Isso mostra que os jinns são responsáveis perante Allah e têm a capacidade de escolher entre a fé e a descrença, assim como os humanos.
Há poucas referências específicas sobre o que os jinns comem nas fontes islâmicas.
No entanto, algumas tradições sugerem que eles são capazes de comer e beber como os humanos, mas também podem consumir coisas que são imperceptíveis ou nocivas para os seres humanos.
Por exemplo, diz-se que eles podem se alimentar de ossos e restos de comida.
Os jinns, de acordo com o islam, podem habitar lugares isolados, ruínas, desertos e locais impuros.
Eles são considerados seres que preferem a escuridão e evitam a luz do dia, escolhendo locais onde não são perturbados pelos humanos.
Os jinns podem, de fato, se interessar ou capazes de observar os seres humanos em momentos privados, e há orientações específicas para buscar proteção contra tal intrusão.
Os Jinn, dentro da cosmovisão islâmica, ocupam um lugar único na criação. Sua função, semelhante à dos humanos, é adorar Allah, mas, devido ao seu livre arbítrio, eles têm o potencial de agir tanto para o bem quanto para o mal.
A capacidade dos Jinn de influenciar o mundo material e espiritual é significativa, e sua natureza invisível e etérea lhes confere habilidades que vão além das capacidades humanas normais.
Alguns Jinn benevolentes escolhem servir a Allah fazendo boas ações ou intervindo para afastar o mal.
Assim como os humanos, os Jinn podem se submeter à vontade de Allah e seguir os ensinamentos do Islam.
Esses Jinn podem praticar atos de adoração, evitar o mal e até auxiliar os humanos em sua jornada espiritual e na luta contra as tentações.
Já os Jinn malévolos, especialmente os seguidores de Iblis, buscam desviar os humanos do caminho reto, sussurrando-lhes tentações, incitando ao pecado ou criando dúvidas em sua fé.
Eles podem causar perturbações físicas ou psicológicas, como doenças inexplicáveis, pesadelos ou fenômenos paranormais, com o objetivo de assustar ou prejudicar os humanos.
Proteger-se dos jinns, de acordo com as tradições islâmicas, envolve práticas espirituais, físicas e verbais destinadas a evitar o mal ou a influência negativa desses seres. Aqui estão algumas das principais recomendações extraídas dos ensinamentos islâmicos para a proteção contra os jinns:
No Islam, os jinns são seres espirituais criados por Allah a partir de fogo sem fumaça, possuindo livre-arbítrio para escolher entre o bem e o mal, semelhante aos seres humanos.
Eles ocupam um espaço único na cosmologia islâmica, sendo invisíveis aos humanos mas presentes em suas vidas e no mundo ao redor.
O Alcorão e a Hadith fornecem orientações sobre a natureza dos jinns, suas capacidades, e como os humanos devem se relacionar com eles.
A revelação islâmica se dirige tanto a humanos quanto a jinns, enfatizando a universalidade da mensagem de Allah.
A vida dos jinns é marcada por uma longevidade muito maior que a dos humanos, e eles têm suas próprias sociedades, leis e ordens.
A interação entre humanos e jinns pode ser positiva ou negativa, dependendo da intenção e das ações de ambos.
Os ensinamentos islâmicos aconselham os muçulmanos a buscar proteção contra os jinns mal-intencionados através da recitação do Alcorão, suplicas específicas, e manutenção da pureza espiritual e física.
Práticas como fechar portas à noite, cobrir alimentos e evitar locais impuros são recomendadas para evitar a influência negativa dos jinns.
Em resumo, os jinns no Islam são reconhecidos como uma parte importante da criação de Allah, com uma natureza complexa que espelha a dos humanos em termos de escolha moral e capacidade de fé.
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