Os brasileiros devem notar que muitas expressões utilizadas cotidianamente e algumas músicas estão relacionadas ao Islam de alguma maneira.
A ditados, marchinhas e músicas populares fazem referência aos árabes e ao Profeta Muhammad, popularmente conhecido no Brasil como Maomé.
As menções ocorrem em diferentes contextos, algumas em tom de brincadeira, outras de forma pejorativa, mas algumas mencionam a religião e seus costumes de forma muito respeitosa.
Neste texto vamos conhecer melhor algumas dessas expressões e explicar o significado de cada uma delas, detalhando o contexto e o significado.
Este provérbio é derivado de um outro semelhante vindo da Turquia, que diz: "Se a montanha não vai até você, você vai até a montanha".
O filósofo inglês Francis Bacon citou a frase em seu livre "Essays" adicionando o nome do Profeta Muhammad, narrando uma história falsa em que ele implorou para Deus que movesse uma montanha até os muçulmanos, e quando ela não veio, ele teria dito que isso foi uma misericórdia Divina, pois todos seriam esmagados.
A história narrada por ele, no entanto, não possui registro entre os relatos da vida do Profeta Muhammad e em nenhuma outra fonte islâmica, se tratando, na verdade, de uma falsificação.
O provérbio que Bacon adulterou era uma forma de diminuir o Profeta Muhammad, no qual ele também disse a respeito: "esses homens, quando prometeram grandes coisas e falharam vergonhosamente, ainda (se tiverem a perfeição do atrevimento), eles seriam desprezados, dariam meia volta e não criariam mais nenhum alvoroço"
A música composta por Haroldo Lobo e Nassará é famosa até hoje nos carnavais brasileiros. Não é uma referência direta à religião islâmica, mas sim a algumas características do mundo árabe.
A marchinha fala de viajantes passando pelo quente deserto do Saara e em um determinado momento eles pedem a Allah que mande a chuva para que eles pudessem refrescar.
Allah, no entanto, não é um Deus exclusivo dos muçulmanos, qualquer religião monoteísta com presença no mundo árabe chamará o seu Criador dessa forma, incluindo os cristãos.
A música de João Roberto Kelly e Roberto Faissal lançada em 1964 é um marco na mudança de hábitos da sociedade brasileira, em uma época em que os Beatles estavam fazendo muito sucesso.
O Zezé relatado na música era um garçom que trabalhava no Rio de Janeiro e era fã do grupo de rock, chegando ao ponto de manter um corte parecido com o dos membros da banda.
Não conseguimos apurar a quê se referiam os compositores quando eles mencionaram Maomé, se era aos muçulmanos que viviam no Brasil, os árabes mostrados nos noticiários, mas o fato curioso é que o Profeta Muhammad realmente tinha um cabelo comprido.
O Profeta dos muçulmanos, aliás, chegava a trançar os cabelos dele para evitar que a areia do deserto sujasse e baguçasse-o. Por causa disso, muitos muçulmanos replicam este costume.
Uma letra divertida de Raul Seixas fala de um homem que era tão velho que foi testemunha ocular de vários eventos, alguns deles ligados a vida de vários profetas, inclusive Maomé.
Ironicamente, ele menciona outros personagens importantes para os muçulmanos como Moisés e Jesus, ambos considerados profetas do Islam, embora haja discordâncias relacionadas à crucificação do Messias.
O evento que fala sobre Maomé cair na terra de joelhos parece ser apenas uma liberdade poética, pois não há um evento notável ou de maior destaque em que o Profeta Muhammad aparece ajoelhado.
A letra da banda Skank usa algumas referências para falar de uma paixão, como a distância entre o muçulmano e Meca.
A cidade sagrada localizada na Arábia Saudita é o local da peregrinação que os fiéis fazem anualmente. Além disso, os muçulmanos se conectam com Meca cinco vezes por dia ao fazer suas orações obrigatórias voltadas na direção dela.
Lá está a Caaba, um templo construído pelos profetas Ismael e seu pai Abraão.
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