Muçulmanos no Reino Unido estão sofrendo vários ataques violentos desde o início de agosto, após a divulgação de notícias falsas disseminadas por grupos de extrema-direita.
A violência dos extremistas foi motivada por um crime ocorrido em Southport no último dia 29, quando o jovem Axel Rudakubana, de 17 anos, matou três crianças e feriu outras 10 pessoas.
Antes mesmo da divulgação da identidade do criminoso, o grupo English Defense League (EDL) já acusava os muçulmanos de serem responsáveis pelo atentado.
No entanto, o jovem não é muçulmano, mas sim um inglês católico descendente de ruandeses, país cuja maioria da população também é cristã.
Mesmo após a divulgação da identidade do autor do crime, os ataques contra os muçulmanos não cessaram, e os agressores acusam a polícia britânica de "esconder a verdade" da população.
Os registros divulgados na internet mostram diversos ataques violentos contra a comunidade muçulmana.
Carros foram depredados, lápides e túmulos vandalizados, hotéis de requerentes de asilo foram atacados, e mesquitas foram alvo de tumultos causados pelas várias passeatas que tomaram conta do país.
De acordo com o jornal britânico The Independent, até o momento, mais de 400 pessoas já foram presas na Inglaterra, e os tribunais estão funcionando à noite para julgar as pessoas detidas pela polícia durante os motins.
Na quarta-feira (7), um homem foi preso após a divulgação de um vídeo em que ele tentava atacar imigrantes usando um aparador de cerca viva; as vítimas, que estavam dentro de um carro, conseguiram escapar a tempo.
Os protestos continuam até o momento, e um contingente de 6 mil policiais foi mobilizado para conter as multidões.
Os protestos foram liderados por Tommy Robinson, um dos líderes da English Defense League.
Desde 2009, ele se dedica a um intenso ativismo anti-islâmico e já foi preso quatro vezes por crimes como comportamento ameaçador, tentativa de entrar nos EUA de forma ilegal com um passaporte de outra pessoa, desacato ao tribunal por tentar filmar os réus de um julgamento, e violação das normas de segurança contra a COVID-19.
A influência de Robinson não é amplificada de maneira orgânica; ele conta com o apoio massivo de think tanks e sionistas influentes para ajudar a espalhar informações falsas e enganosas sobre os muçulmanos no Reino Unido e no mundo inteiro.
De acordo com informações do jornal The Guardian, estes são alguns dos seus apoiadores:
O Middle East Forum é presidido por Daniel Pipes, judeu e sionista. Trata-se de um think tank para promover os interesses americanos no Oriente Médio, o que inclui pressionar a Palestina a aceitar Israel e fomentar intelectuais anti-muçulmanos.
Segundo o The Guardian, o Middle East Forum repassou 47 mil libras a Tommy Robinson para cobrir despesas legais e organizar manifestações.
Robert Shillman é um empresário do ramo de tecnologia que colabora com diversas organizações ligadas a Israel.
Ele financiou uma bolsa de estudos de 5 mil libras para Robinson e garantiu que ele fosse empregado pelo veículo de mídia canadense Rebel Media.
O Gatestone Institute é um think tank presidido pela empresária pró-sionismo Nina Rosenwald. Sua principal função é publicar artigos relacionados à política externa, que na prática funcionam como veículos de propaganda anti-islâmica.
O Gatestone frequentemente promove teorias de que os muçulmanos estão tentando dominar a Europa e extinguir a raça branca.
Entre as contribuições do Gatestone para a causa de Robinson, está a publicação de artigos apoiando o extremista inglês.
Assim como o Gatestone, o David Horowitz Freedom Center publicou artigos em favor de Robinson e fez lobby para que o líder dos motins falasse aos políticos americanos.
O David Horowitz Freedom Center é presidido por David Horowitz, um ativista conservador de origem judaica, junto com o editor Peter Anthony Dale Collier.
Eles ajudam a manter sites e revistas de extrema-direita, como FrontPage Magazine, Jihad Watch (com Robert Spencer) e Truth Revolt (com Ben Shapiro).
Esses veículos são responsáveis pela disseminação de notícias falsas e informações enganosas sobre o Islã, fomentando ódio e intolerância contra a comunidade muçulmana no Ocidente.
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