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Zul al Qadah: Guia para o 11º mês do calendário islâmico

A Batalha das Trincheiras, o tratado de paz com os coraixitas e a primeira Umrah após a hégira são alguns dos principais eventos do 11º mês islâmico.
  • O mês de Zul al Qadah não possui uma prática religiosa reservada para este período.
  • No entanto, eventos históricos importantes ocorreram na história islâmica nesta época do ano.
  • Durante este mês, o Profeta Muhammad conduziu os muçulmanos à vitória em batalhas importantes e também guiou-os na primeira Umrah depois da hégira.
  • Esses eventos são um marco do fim da opressão sofrida pelos muçulmanos.

O mês do Zul al Qadah é o 11º do calendário islâmico, que vem logo depois do Shawwal. Este período do ano não é reservado a nenhuma prática religiosa em específico, no entanto, alguns eventos importantes para a história e para a fé dos muçulmanos ocorreram neste mês. Portanto, é importante relembrá-los.

Durante alguns anos, este mês foi marcado por acontecimentos que fortaleceram o Profeta Muhammad e seus companheiros, que foram importantes para que eles pudessem vencer a guerra contra os pagãos da cidade de Meca. Embora não haja uma celebração para isso, é importante que os muçulmanos conheçam a história da religião.

1. Batalha da Trincheira

Um dos eventos decisivos para a vitória islâmica contra os pagãos de Meca foi a Batalha da Trincheira, que talvez tenha sido o confronto mais duro entre muçulmanos e os idólatras da Arábia. 

O evento ficou conhecido desta forma porque os muçulmanos decidiram construir uma trincheira ao redor da cidade de Medina. Desta forma, não teriam que enfrentar os idólatras em campo aberto, nem teriam que permanecer dentro da cidade para protegê-la, o que poderia dar certa desvantagem durante o confronto.

A batalha aconteceu após as tribos judaicas Banu Nadir e Banu Qurayza conspirarem contra os muçulmanos, com quem possuíam tratado de paz, e articularem secretamente com os pagãos para que eles declarassem guerra contra o exército do Profeta em troca de algumas riquezas.

A batalha durou entre duas e três semanas e, após vários dias com tempestades e escassez de comida, os dois exércitos começaram a sofrer bastante. Neste momento, um líder árabe chamado Nuaym, que era respeitado pelos pagãos e havia se convertido secretamente ao Islam, foi até cada um dos líderes inimigos e convenceu-os de que eles estavam conspirando uns contra os outros, fazendo com que eles desistissem do combate.

2. Tratado de Hudaybiyyah

No ano de 628, o Profeta e seus companheiros saíram de Medina rumo a Meca para fazerem a Umrah, a peregrinação menor. Quando souberam da intenção dos muçulmanos, a tribo pagã dos Coraixitas, que era a responsável pela organização das peregrinações à Meca, quis impedir a entrada deles na Cidade Sagrada.

Os Coraixitas eram os principais inimigos dos muçulmanos e ficaram extremamente abalados com a derrota na Batalha da Trincheira. Deixar o Profeta e os seus companheiros entrarem em Meca seria extremamente negativo para a reputação da tribo idólatra que, desta vez, preferiu resolver o problema com uma negociação. Juntos, os dois grupos fizeram um acordo de paz e determinaram que os adeptos do Islam só fariam a peregrinação no ano seguinte.

Este acordo foi assinado no primeiro dia de Zul al Qadah e afirmou a soberania do estado islâmico de Medina, fazendo com que os coraixitas deixassem de tratar Muhammad como um rebelde fugitivo e o respeitassem como um líder político. Através disso, os muçulmanos que ainda residiam em Meca puderam praticar a religião publicamente, sem sofrer repressões, como vinham ocorrendo.

3. A primeira Umrah

Como foi estabelecido no acordo, os muçulmanos foram até Meca no ano seguinte e, durante três dias, eles fizeram a primeira peregrinação após a migração para Medina. Enquanto o Profeta e seus companheiros estavam ali, os pagãos se retiraram da cidade e ficaram em um topo de um monte, de onde contemplaram a devoção dos peregrinos circundando a Caaba.

Os muçulmanos levaram suas armas e aguardaram nas proximidades de Meca, pois temiam que os coraixitas pudessem quebrar o acordo. No entanto, o que Meca viu naqueles dias foi um grande louvor ao Deus Único.

As palavras do Profeta Muhammad durante a circundução da Caaba dizem perfeitamente qual era o espírito daquele momento: “Aqui estou! Ao seu serviço, ó Allah!”

Lições

Os eventos que marcaram o mês de Zul al Qida foram importantes para o fim da opressão sofrida pelos muçulmanos no período do Profeta. Batalhas que pareciam impossíveis de serem vencidas se transformaram motivos de respeito e temor entre aqueles que perseguiam o Islam, o que guiou os fiéis de Allah de volta à Cidade Sagrada.

Ainda que não exista uma prática religiosa específica para o mês, como o jejum do Ramadan ou a peregrinação maior no Zul Hijja, Zul al Qida é um mês que carrega lições importantes sobre a superação dos muçulmanos diante das dificuldades.

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