No calendário islâmico, o Ramadan é seguido pelo Shawwal, que é o décimo mês lunar. Esta época do ano também reserva muitas bênçãos e, embora o jejum desde mês não seja obrigatório, ele também é recomendado e dura um período de seis dias. Este jejum é uma forma de complementar as bênçãos do mês anterior.
O mês começa com uma data muito importante para os muçulmanos. Logo no primeiro dia de Shawwal, se celebra o final do jejum de Ramadan com a festa do Eid el-Fitr. Este evento é bastante especial, pois é quando os fiéis fazem a primeira refeição matinal após um mês.
Nesta data, os muçulmanos se vestem com suas melhores roupas, trocam presentes, visitam familiares e preparam banquetes de confraternização. Este ritual é tão importante que, pela tradição religiosa, é considerado proibido jejuar neste dia. Além da ceia, os fiéis também fazem orações durante o Eid e rogam a Deus para que Ele aceite o jejum realizado no mês anterior.
O clima do Ramadan não vai completamente embora durante o Shawwal. Neste mês, também se cultiva o hábito de jejuar, por mais seis dias. Isto é baseado em um hadith do Profeta Muhammad que diz:
“Quem quer que jejue o Ramadan e o siga com seis dias de Shawwal, será como se tivesse jejuado por uma vida inteira.” (Sahih Muslim 1164)
Outros hadiths abordam as questões das benções sobre os seis dias de jejum voluntário:
“Se algum de vocês melhorar (seguir estritamente) sua religião islâmica, suas boas ações serão recompensadas de dez a setecentas vezes por cada boa ação e uma má ação será registrada como está”. (Sahih al-Bukhari 42 Livro 2, Hadith 35)
Usando esta evidência como lógica, os 30 de jejum do Ramadan somado aos seis de Shawwal, vezes as dez recompensas mínimas, seria o equivalente a jejuar por 360 dias, isto é, pelo ano todo. Lembrando que o calendário lunar pode ter de 10 à 11 dias a menos em relação ao solar.
O jejum deve seguir o mesmo exemplo do que é feito durante o Ramadan, em que os muçulmanos se abstêm de líquidos (incluindo água), alimentos, relações sexuais, atos pecaminosos e tudo aquilo que pode chegar ao estômago através da boca, nariz, olhos e ouvidos.
Alguns estudiosos possuem opiniões diferentes sobre as regras do jejum. Parte deles sustenta que o muçulmano deve realizá-lo durante seis dias consecutivos, enquanto outros dizem que não há problemas em fazê-lo em dias separados. No entanto, eles concordam sobre os benefícios da prática no mês de Shawwal.
Alguns fatos ocorridos no décimo mês islâmico são especialmente marcantes para a história e até para a liturgia da religião. Entre os eventos mais importantes estão a Batalha de Uhud, o falecimento de Jafar al Sadiq e o nascimento do notável Imam Bukhari.
A batalha entre os muçulmanos e a tribo dos Quraysh no Monte Uhud aconteceu durante o mês de Shawwal em 624 (3 anos depois da Hégira). O conflito foi um dos três que conduziram os muçulmanos até a conquista de Meca, no ano de 629.
A batalha em Uhud foi penosa para os muçulmanos, que saíram derrotados do confronto. Muitos combatentes foram martirizados nesta luta, entre eles, Hamza e Hanzala, que eram companheiros notáveis do Profeta Muhammad.
Mesmo com a derrota, os muçulmanos não se desanimaram e venceram a Batalha das Trincheiras três anos mais tarde, o que desestabilizou a tribo dos Quraysh.
Jafar al Sadiq foi um grande erudito islâmico entre o primeiro e segundo século depois da Hégira. Embora seja uma figura de destaque para os fundamentos da teologia xiita, ele também é respeitado entre os sunitas como um transmissor de relatos da vida do Profeta Muhammad e grande jurista islâmico.
Jafar faleceu no dia 25 de Shawwal no ano 765 (148 anos depois da Hégira).
No dia 13 de Shawwal de 810 (194 depois da Hégira), nasceu o Imam al Bukhari, cujo principal legado foi sua célebre compilação de relatos da vida do Profeta, o Sahih al Bukhari, que é uma das mais apreciadas entre os estudiosos do Islam sunita.
Embora não haja nenhum tipo de celebração para as datas citadas, esses eventos são importantes para a formação da religião islâmica e para a atual compreensão a respeito dela.
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