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A Esposa Judia do Profeta Muhammad

  • Safiyyah bint Huyayy era uma mulher de origem judia, mas que não relutou em abraçar o Islam quando o Profeta lhe propôs casamento.
  • Ela foi uma esposa dedicada ao Profeta Muhammad e é considerada um exemplo para outras muçulmanas.
  • Relatos de sua vida mostram que ela foi uma pessoa importante para a comunidade islâmica e suas origens foram exaltadas pelo Mensageiro de Allah.

 

Allah, o Todo-Poderoso, concedeu aos muçulmanos uma grande vitória sobre os judeus na Batalha de Khaybar e Safiyyah foi uma das cativas nessa batalha.

O Profeta disse a ela: "Seu pai continuou sendo o mais ferrenho inimigo judeu para mim até que Allah, o Todo-Poderoso, o derrotou. Ó Safiyyah, se você escolher o Islam, vou mantê-la como minha esposa. Se você escolher o judaísmo, posso libertá-la e deixar você se juntar ao seu povo."

Ela respondeu: "Ó Mensageiro de Allah, Allah O Todo-Poderoso diz (o que significa): ‘E nenhum portador de fardos carregará o fardo de outro.’ (Alcorão 39: 7) Eu aprecio o Islam e tenho acreditado em você até mesmo antes de ficar sob sua custódia. Além disso, não preciso do judaísmo, nem tenho um pai ou irmão sob ele. Já que você me deu a opção de escolher entre o Islam e a descrença, prefiro Deus, o Todo-Poderoso, e Seu Mensageiro do que ser libertada e devolvida ao meu povo." (Ibn Sad)

Quando Safiyyah quis montar um camelo, o Profeta dobrou seus joelhos para ajudá-la a subir, mas ela se recusou a colocar os pés em sua coxa por reverência. Em vez disso, colocou seu joelho na coxa dele e montou no camelo. O Profeta cavalgou ao seu lado e colocou um véu sobre ela. Eles viajaram com o exército muçulmano até que estivessem a seis milhas de Khaybar, a casa do inimigo onde a batalha ocorrera, onde pararam para descansar.

Enquanto estavam descansando, o Profeta quis consumar o casamento com ela, mas Safiyyah recusou, o que o deixou aborrecido. Alcançando As-Sahbaa, que fica a dezesseis milhas de Khaybar, Safiyyah obedeceu-lhe. Ele perguntou: "Por que você recusou durante o primeiro descanso?" Ela respondeu: "Ó Mensageiro de Allah, eu estava com medo por você porque os judeus estavam muito perto." O Profeta a apreciou e respeitou por isso. [Ibn Sad]

Safiyyah disse que o Profeta veio um dia depois de ela ter ouvido Aisha e Hafsa dizendo que eram mais honradas aos olhos do Profeta do que ela, pois eram suas esposas, bem como de sua tribo.

Ela narra: “Quando eu contei a ele sobre isso, ele disse: 'Você deveria dizer a elas,' Como vocês poderiam ser melhores do que eu, se meu marido é Muhammad, meu pai é Haarun (Aarão) e meu tio é Musa (Moisés)?'" (At-Tirmidhi)

Ela também disse: Fui visitar o Profeta  enquanto ele estava no estado de Itikaaf (reclusão na mesquita durante os últimos dez dias do Ramadan). Depois de falar com ele por uma hora, levantei-me para voltar. O Profeta também se levantou comigo. Quando chegamos ao portão da mesquita, perto da porta de Umm Salamah, dois homens dos Ansaar (Ajudantes) passaram a passos rápidos e cumprimentaram o Profeta. O Profeta disse a eles: "Não se apressem. Ela é Safiyyah, filha de Huyayy e minha esposa.''

Eles disseram: "Subhaan Allah (Glória a Allah)!' 'Eles ficaram surpresos com o Profeta dizendo quem eu era. Portanto, o Mensageiro de Allah disse: "O diabo circula como o sangue no filho de Adão. Eu percebi que o diabo pode colocar alguns pensamentos malignos em suas mentes.'' (Al-Bukhari e Muslim)

Quando o Profeta estava sofrendo da doença fatal devido à qual morreu, Safiyyah disse: "Ó Mensageiro de Allah, por Allah, eu gostaria de ser a única a sofrer em vez de ti." As outras esposas do Profeta se entreolharam (como se zombassem do que ela disse). O Profeta as viu e disse: "Lavem a boca." Elas disseram: "Por quê?" Ele disse: "Por ridicularizá-la com seus olhares uma para a outra. Por Allah, ela é verdadeira.” (Ibn Sad)

Safiyyah sempre foi aberta e generosa. Um dia, ela deu a Fatima e a algumas das Mães dos Crentes anéis de ouro e, antes de morrer, deu o preço de sua casa em caridade.

Foi relatado uma vez que sua escrava foi para Omar ibn Al-Khattab e disse: "Safiyyah ama o sábado e tem boas relações com os judeus." Quando Omar, que Allah esteja satisfeito com ele, mandou chamá-la e perguntou-lhe sobre isso, ela respondeu: "Quanto ao sábado, eu não o amo porque Allah, o Todo-Poderoso, me deu um dia melhor (ou seja, sexta-feira). Quanto aos judeus, tenho parentesco entre eles, então mantenho laços de parentesco com eles." Depois disso, ela perguntou à escrava por que se comportou daquela maneira e, quando a garota disse a ela que o diabo a havia tentado a contar histórias, Safiyyah libertou-a. (Ibn Abdul-Barr)

Tal foi a Mãe dos Crentes, Safiyyah bint Huyayy ibn Akhtab, uma descendente do Profeta Haarun. Sua mãe se chamava Barrah bint Samawal de Banu Quraythah. Safiyyah, que Allah esteja satisfeito com ela, casou-se com o Profeta  aos 17 anos e, apesar de sua pouca idade, havia se casado duas vezes antes disso. Ela foi casada pela primeira vez com Salaam ibn Mishkam Al Qurathi, o guerreiro de sua tribo e um de seus grandes poetas. Ela, então, se casou com Kinaanah ibn Rabi, o defensor do forte de Al Qamus, que era o mais forte de Khaybar.

Safiyya relatou que quando se casou com o Profeta, ele viu um hematoma perto de seu olho. Então, ele perguntou: "O que é isso, Safiyyah?" Ela disse: "Eu vi em meus sonhos que uma lua caiu em meu colo. Quando contei a meu marido sobre esse sonho, ele me deu um tapa muito forte, dizendo: 'Você deseja estar sob o rei que vem de Medina (referindo-se ao Profeta).” (Ibn Sad)

Safiyyah apoiou a verdade quando o Comandante dos Crentes Uthman ibn Affan foi sitiado em sua casa. Ela fez uma ponte entre sua casa e a de Uthman com pedaços de madeira através dos quais transferia água e comida para ele.

Safiyyah morreu no mês de Ramadan do ano 50 depois da Hégira, durante o califado de Muawiyah ibn Abu Sufyaan. Ela foi enterrada no cemitério de Al Baqi, ao lado das outras Mães dos Crentes.

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