Há muitos países pelo mundo afora nos quais a cultura é fortemente influenciada pelo Islam e que possuem destinos turísticos belíssimos. Outros, ainda, além das construções encantadoras e da bela paisagem, possuem uma boa estrutura para receber turistas muçulmanos.
Lugares no continente africano, asiático, no Oriente Médio e até na Europa possuem atrações turísticas que contam um pouco sobre a história e revelam traços da cultura islâmica. Vários são bastante acessíveis para o turismo.
Abaixo, é possível conferir uma lista com dez destinos islâmicos, divididos em diferentes regiões e continentes, que mostram o quanto a cultura islâmica é rica, bonita e, acima de tudo, diversificada.
A Turquia é, certamente, um dos destinos islâmicos mais tradicionais do mundo, e isto se deve ao fato de possuir condições adequadas para o turismo: o país conta com belas cidades, paisagens exuberantes, rica cultura e construções históricas belíssimas e em excelente estado de conservação.
A cidade de Istambul possui uma série de palácios e templos com uma arquitetura imponente. Entre os mais famosos estão a Mesquita Azul, que possui seis minaretes, e o museu de Hagia Sofia, que já foi uma igreja e, posteriormente, se tornou uma mesquita.
Entre outras construções que se destacam, o Palácio Topkapi, que era a antiga casa dos sultões, guarda alguns pertences dos profetas, como a espada de Davi, o cajado de Moisés e o osso da mão esquerda de João Batista. Outro palácio da realeza é o de Dolmabahçe, feito de ouro, mármore e adornado com cristais.
Para quem gosta de artesanato e gastronomia, Istambul possui o Gran Bazar e o bazar de especiarias, onde é possível ter contato próximo com produtos e ingredientes locais. Aliás, o tempero turco é um dos mais famosos do mundo, e o turista muçulmano não tem dificuldades para encontrar comida halal, pois a maioria da população local também segue o Islam.
Um dos destinos islâmicos mais indicados por roteiros turísticos é a cidade de Fez, no Marrocos. O local, que é considerado patrimônio histórico da humanidade pela UNESCO, é uma das cidades do período imperial marroquino e ainda preserva boa parte das tradições culturais do país.
Entre as atrações culturais de Fez, estão as antigas escolas corânicas para formar altos funcionários da administração do império, as estreitas ruas de Talaa Kebira e Talaa Seghira, onde funciona um mercado em que se vende vários tipos de produto, e também o antigo curtume Chouwara, onde o couro é tingido de maneira rudimentar em poços com diferentes pigmentos.
A cidade também preserva muitas construções históricas, como a antiga Porta Azul, que era a entrada de Fez, e também os portais Bab Rcif e Bab Sid Lajoud. Há também o belíssimo palácio real, que só pode ser apreciado pelo lado de fora, pois até hoje é habitado pelos monarcas.
A culinária do Marrocos é bem rica e diversificada, com vários tipos de lanches e refeições para os mais diversos paladares. O turista não encontra dificuldades em comer comida halal em Fez, uma vez que quase 99% dos marroquinos são muçulmanos.
A cidade do Cairo é um dos destinos mais famosos do mundo, e muito disso se deve aos monumentos faraônicos que contam histórias de milhares de anos. No entanto, a cidade não se resume às esfinges e pirâmides, pois o país possui uma herança cultural imensa, influenciado também pelos cristãos e muçulmanos.
No Cairo, há muitas mesquitas por toda a cidade. No entanto, o muçulmano que quiser orar nesses locais deve ficar atento se o templo é sunita ou xiita, pois há a presença das duas vertentes por lá. Entre as mesquitas mais famosas estão a Al-Houssein, Sultan Hassan, Al-Hakim e Muhammad Ali.
A parte antiga da cidade é chamada de Cairo Islâmico e conta com madrassas, mesquitas, portais e outras construções do período do Califado Fatímida, do Sultanato Mameluco e do Império Otomano. As construções históricas também possuem influência do cristianismo e há, inclusive, um Bairro Copta onde fica a grande igreja de São Jorge.
Para aqueles que quiserem ver um pouco mais de arqueologia além das pirâmides e da esfinge, há também o museu do Cairo, com vários achados do período do antigo Egito.
Embora não seja mais um país islâmico, boa parte da Espanha era território da Andaluzia no passado. Atualmente, poucos conhecem as construções feitas pelos muçulmanos que viveram naquela região que, além de serem muito bonitas, boa parte delas são abertas para visitação.
A cidade de Córdoba possui, em seus arredores, as ruínas da antiga cidade de al-Zahra, onde há um museu em que os visitantes podem ter uma noção de como eram as construções desta cidade, feitas de acordo com a arquitetura clássica islâmica.
A Espanha costumava abrigar belíssimas mesquitas. Em Córdoba, havia uma das mais importantes do ocidente, construída por volta de 785 e anexada à uma igreja em 1236 pelos cristãos que dominaram a Andaluzia. Hoje, a construção é conhecida como a mesquita-catedral, uma das construções mais belas de toda a cidade.
Embora o cristianismo seja predominante na Espanha, Córdoba tem uma grande variedade de restaurantes que servem comida halal; muitos trabalham com gastronomia árabe. No entanto, para orar em comunidade, o muçulmano deve ir até Granada, onde há a mesquita mais próxima.
A Jordânia é um local que atrai a atenção de muitos turistas, o que se deve ao fato de o país contar com construções de altíssimo valor histórico e arqueológico. O país possui algumas heranças do Império Romano e, no passado, era um local muito visitado pelos companheiros do Profeta Muhammad.
Os muçulmanos, em especial, que forem à Jordânia não podem deixar de conhecer a caverna de Ashabul Kahfi, em Amman. Este lugar é mencionado no Alcorão como o local que abrigou alguns jovens que fugiam do imperador romano Décio, que os perseguia por serem monoteístas. Ali, eles teriam dormido por 300 anos.
Outro destino islâmico no país é a mesquita El-Mallek Abdullah, em Amã, a mais visitada da Jordânia. Há também o castelo na cidade de Aljoun, que foi um antigo mosteiro do século XII, transformado em um forte durante o reinado de Saladino.
A Jordânia possui diversos sítios arqueológicos por todo o país. O principal são as ruínas de Petra, uma cidade do século IV, na qual algumas construções, esculpidas diretamente na rocha, resistem em bom estado de conservação. Além dessas atrações, vale a pena conhecer o Templo de Hércules, o Teatro Romano e o Museu Arqueológico da Jordânia.
Ao contrário das opções anteriores, Dubai chama a atenção dos turistas que se atraem pelo luxo e pela modernidade. Há anos, a cidade entrou para o mapa do turismo por causa de seus altos edifícios, suas ilhas artificiais e seu conceito futurista.
O maior destaque da cidade é o Burj Khalifa, o maior edifício do mundo, com 124 andares. Em seu topo, há um mirante que pode ser visitado. O acesso ao prédio é pelo Dubai Mall, um local excelente para quem gosta de fazer compras, com 1.200 lojas.
Pela cidade, outras atrações chamam a atenção dos turistas, como o arquipélago artificial da The Palm, que pode ser percorrido por um trem monotrilho. Os visitantes também podem se sentir atraídos pelo balé das Fontes de Dubai, que jorram água e se movem de acordo com o som das músicas.
Dubai é um lugar que atrai visitantes de diversas culturas, não apenas muçulmanos. Os adeptos do Islam não encontram dificuldades para se alimentar e visitar lugares que estejam de acordo com sua fé. Uma das mesquitas mais visitadas da cidade é a Al Jumeirah, uma bela construção feita de acordo com a arquitetura fatímida.
A capital da Malásia possui atrações turísticas para todos os gostos. O local tem uma intensa vida urbana, uma cultura rica e possui alguns pontos mais retirados, onde é possível ter contato com a natureza exótica do país.
Pela cidade, o turista muçulmano não tem dificuldades em encontrar lugares para comer. Na região do lago de Putra, é possível visitar o Parque do Patrimônio Agrícola, onde há vários frutos e especiarias locais. Na mesma região, está a mesquita de Putra, uma das mais bonitas do país.
A Malásia possui fauna e flora que são únicas, e mesmo na capital do país é possível ter contato com um pouco de sua natureza. Ali está presente o Instituto de Pesquisa Florestal da Malásia, onde há presença de grande vegetação e museus que mostram como era a vida dos antigos povos indígenas da região.
Vale a pena conhecer o Mercado Central da cidade, onde há artesanato e especiarias. Pela cidade, também é interessante conferir o Museu Nacional, o restaurante na Menara Kuala Lumpur Tower e a feira noturna indiana.
Há uma discussão na comunidade muçulmana sobre qual seria a quarta cidade mais sagrada para o Islam, e Harar, na Etiópia, é uma das opções. A religião de Allah chegou ao local oito anos antes de Hégira, quando o povo de Meca tentava escapar da opressão dos coraixitas.
Embora a Etiópia seja um país pobre, Harar transmite ao turista a sensação de estar em um lugar muito especial. A parte histórica da cidade possui mais de 100 mesquitas, além de diversos templos sagrados. Sua beleza e importância levaram a UNESCO a reconhecê-la como patrimônio da humanidade.
Outra atração local é a forma de alimentar as hienas: segurar com a boca alguns gravetos com pedaços de carne nas pontas e oferecer aos animais. Não se trata de algo para entreter turistas, pois esta prática é uma antiga tradição, da qual os visitantes também podem participar.
Entre as atrações gastronômicas locais, a que mais se destaca é o café, pois o grão etíope carrega a fama de ser o melhor do mundo. Os turistas encontram pizzarias e restaurantes em Harar, mas devem ficar atentos, pois alguns lugares servem produtos impróprios para muçulmanos, como o álcool. Portanto, é importante se certificar de que a comida é halal.
O Chipre é uma ilha na Europa que foi dividida em uma parte grega e outra turca. Esta divisão surgiu no século passado, após uma série de disputas entre os dois países. Hoje, as tensões se reduziram e é possível transitar pela fronteira dos dois países de carro ou de ônibus.
Entre os pontos mais indicados, o castelo e o porto de Kyrenia são ótimos locais para ter contato com a beleza e a rotina do país. Nesta região, há alguns restaurantes onde os turistas podem parar e apreciar o momento. Aliás, o que não falta no Chipre do Norte é castelo: exemplos são o de St. Hilarion, Buffavento e Kantara.
O turista deve passear atento por ali, pois o Chipre do Norte possui atrações por todos os lugares. Vale a pena conhecer a aldeia de Bellapais e as ruínas de Salamina. Entre os templos religiosos, o turista muçulmano pode orar na mesquita Hala Sultan e também na de Selimyie, duas das mais importantes do país.
O clima do Chipre do Norte torna as praias um dos programas mais interessantes para os turistas, e por ali há algumas das mais belas do mar mediterrâneo. Entre elas, estão: Praia Dourada, Bafra, Yavuz, Kaplica, Tatlisu, Palm e Glapsides.
As pequenas e isoladas Ilhas Maldivas são um verdadeiro paraíso do ecoturismo, devido ao seu clima quente e úmido, às belas praias e águas limpas e cristalinas. O destino é ideal para quem pratica esportes radicais aquáticos ou mergulho.
Na gastronomia local, predominam alimentos como os pescados e uma grande variedade de frutas e verduras. Aliás, quem visitar os mercados da capital, Male, não pode deixar de conferir os ingredientes exóticos que compõem a gastronomia do país.
A população local segue o Islam, portanto, o turista muçulmano não terá problemas para encontrar locais para orar. Algumas mesquitas destinadas às comunidades menores funcionam em casas com simples arquitetura, mas há outras, como a Grande Mesquita da Sexta-Feira, em Male, que se parece com as mesquitas tradicionais.
Em Maldivas, há algumas ilhas particulares onde funcionam resorts. Nesses locais, o consumo de álcool é permitido e não é requerida nenhuma modéstia na vestimenta. Para quem quiser evitar este tipo de ambiente, a ilha de Fuvahmulah possui praias paradisíacas e os habitantes locais recebem bem os turistas. A esses locais, só é possível chegar de barco.
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