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O Tratado que deu Surgimento ao Primeiro Estado Islâmico

O tratado de Hudaybiyyah fez com que o estado islâmico de Medina fosse reconhecido pelos pagãos e também ajudou os muçulmanos a vencer a guerra.
  • O Tratado de Hudaybiyyah foi assinado entre os muçulmanos e os pagãos de Meca após três batalhas de uma longa guerra.
  • Pela primeira vez na história, o Islam ganhou o status de uma religião reconhecida pelos pagãos de Meca.
  • Isso também significou que Medina foi considerada, pela primeira vez, uma nação islâmica pela ótica dos idólatras.
  • Pouco tempo depois, este evento levaria os muçulmanos a vencer a guerra contra os idólatras.

 

O dia 31 de março ocupa um lugar importante na história islâmica como o aniversário do tratado que abriu caminho para o reconhecimento oficial do primeiro estado islâmico sob a liderança do Profeta Muhammad.

Em 628 EC, há 1.394 anos, foi assinado o tratado de Hudaybiyyah, que é considerado um marco na história do Islam.

O que aconteceu em Hudaybiyyah foi uma espécie de tratado de paz assinado pelos idólatras de Meca e pelos muçulmanos. Foi assinado na aldeia de Hudaybiyyah, localizada a cerca de 14,5 km de Meca, reconhecendo assim a igualdade dos muçulmanos como parceiros de negociação.

O incidente ocorreu seis anos depois da Hégira (que significa “partida” ou “migração”) e os muçulmanos, sob a liderança do Profeta Muhammad (que a paz esteja com ele), estavam ansiosos para visitar a Santa Caaba novamente. 

Durante este período, os pagãos idólatras de Meca e os muçulmanos travaram guerra três vezes: em Badr, Uhud e na Batalha das Trincheiras. Embora os muçulmanos tivessem derrotado os idólatras em duas dessas batalhas, eles ainda não eram fortes o suficiente para lutar novamente contra uma força tão grande. 

O encontro em Hudaybiyyah testou a coragem e a fé dos muçulmanos. Veja um pouco de como tudo aconteceu e a importância do tratado.

Por Trás do Tratado

Sua Santidade, o Profeta Muhammad, convocou seus seguidores a realizar a Umrah (a peregrinação) seguindo um sonho que ele teve e, então, cerca de 1.400 de seus companheiros passaram por Meca. 

Como sua intenção era cumprir um dever religioso, eles levaram apenas setenta armas de sacrifício com eles. Quando os idólatras de Meca os impediram de entrar na cidade, a caravana liderada pelo Profeta Muhammad decidiu ficar em Hudaybiyyah e acampou lá. 

Após rumores sobre os preparativos para a guerra dos habitantes de Meca, o Profeta Muhammad enviou uma mensagem dizendo que não haviam vindo para lutar.

Sua Santidade, o futuro califa Uthman, foi mandado como um enviado para transmitir a mensagem do Profeta aos habitantes de Meca. Porém, quando surgiram relatos de que ele havia sido martirizado, os muçulmanos se prepararam para a guerra. 

Quando os coraixitas (um agrupamento de clãs árabes que historicamente habitaram e controlaram a cidade de Meca) enviaram um exército de cerca de 200 pessoas, encontraram os muçulmanos e foram feitos prisioneiros. Depois disso, os mecanos tentaram fazer as pazes. Após uma longa discussão, finalmente surgiu um tratado.

Os artigos do tratado

Foi de baixo de uma árvore que os companheiros do Profeta fizeram um pacto para salvar Uthman.

 

O Profeta Muhammad e o enviado de Meca, Suhaly ibn Amr, concordaram com os artigos de acordo com o Tratado Hudaybiyyah:

  1. Haveria um armistício entre as duas partes e nenhuma luta ocorreria pelos próximos 10 anos.
  2. Qualquer pessoa ou tribo que desejasse se juntar ao Profeta Muhammad e entrar em qualquer acordo com ele estaria livre para fazê-lo. Da mesma forma, qualquer pessoa ou tribo que desejasse se juntar aos coraixitas e entrar em qualquer acordo com eles estaria livre para fazê-lo.
  3. Se algum mecanês fosse para Medina, então os muçulmanos o devolveriam a Meca, mas se algum muçulmano de Medina fosse para Meca, ele não seria devolvido.
  4. Se qualquer jovem, ou alguém cujo pai estivesse vivo, fosse a Muhammad sem permissão de seu pai ou tutor, ele seria devolvido ao pai ou tutor. Mas se alguém fosse aos coraixitas de Meca, não seria devolvido.
  5. Naquele ano, os muçulmanos voltariam sem entrar em Meca. Mas no ano seguinte, o Profeta Muhammad e seus seguidores puderam entrar em Meca, passar três dias lá e realizar a Umrah.

Resultados futuros do tratado

O acordo, a princípio, parecia um desenvolvimento negativo para os muçulmanos, mas depois acabou sendo uma grande vitória.

Embora o tratado que foi assinado nas fronteiras de Hudaybiyyah tenha sido recebido com tristeza pelos companheiros do Profeta Muhammad, mais tarde abriu caminho para ganhos significativos, já que os habitantes de Meca reconheceram oficialmente os muçulmanos.

Os muçulmanos foram igualmente autorizados a fazer alianças com outras tribos. Os 10 anos de armistício com Meca proporcionaram uma oportunidade única para difundir o Islam e lidar com seus rivais em outras partes da península, assim como conquistar o reduto judaico de Khyber.

Um ano após a assinatura do tratado, havia 2.000 peregrinos com o Profeta Muhammad em vez dos 1.400 de anteriormente.

Em meio ao ambiente pacífico, o número de muçulmanos começou a aumentar. Graças a este tratado, abriu-se o caminho para a conquista de Meca, que ocorreu dois anos depois, quando a trégua foi quebrada porque Banu Bakr, aliado dos coraixitas, atacou os Banu Khuza, que haviam se tornado aliados dos Muçulmanos.

Via: TRT World

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