A crise dos refugiados sírios ganhou um novo capítulo nesta semana devido ao avanço do coronavírus (COVID-19). A ameaça de a doença se espalhar nos campos onde os fugitivos de guerra estão concentrados está deixando as autoridades europeias apreensivas, o que pode afetar a transferência de crianças que estão esperando para entrar na União Europeia desacompanhadas.
Nas últimas semanas, Finlândia, França, Portugal, Luxemburgo e a cidade alemã Berlim concordaram em retirar os menores desacompanhados dos campos de refugiados na Grécia, onde estão presos. No entanto, as fronteiras da União Europeia foram fechadas nesta semana por causa da ameaça provocada pelo avanço do coronavírus no continente.
“O desligamento temporário do movimento transfronteiriço na UE terá um impacto inevitável em quando e como as crianças vulneráveis na Grécia serão realocadas para a Alemanha, Finlândia e outros Estados”, disse a Coordenadora Especial da Resposta a Refugiados e Migrantes na Europa, Afshan Khan, em resposta ao site TRT World.
Afshan também fez um apelo aos países para que transfiram as crianças o mais rápido possível, e também para que ofereçam a elas os exames que indicam se contraíram o coronavírus. Ela também cobrou ações para arranjos de vida coletivos para os demais refugiados.
Desde o final de fevereiro, a situação ficou crítica, após o governo da Turquia ter decidido abrir suas fronteiras para que os refugiados pudessem entrar no território europeu. A atitude foi tomada logo após uma base militar turca ser atacada por soldados sírios em Idlib, na fronteira entre os dois países.
Desde então, uma das principais rotas de entrada para a Europa é através da fronteira com a Grécia. A chegada dos refugiados foi duramente reprimida pelas forças de segurança grega e muitas das pessoas que vieram da Síria ficaram confinadas em campos destinados aos fugitivos da guerra.
Além das hostilidades vividas pelos sírios na Grécia, outro fator começa a se tornar preocupante para a saúde dos refugiados – o coronavírus. Até o momento, 10 casos foram confirmados entre os requerentes de asilo na Alemanha e o receio é de que a doença possa se propagar ainda mais.
O porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Andrej Mahecic, pediu para que os países ofereçam auxílios no combate ao coronavírus para os refugiados, da mesma maneira que estão sendo disponibilizados para os cidadãos locais.
Nesta segunda-feira (16), a União Europeia tomou a decisão de fechar as fronteiras do bloco, que engloba 27 países. Até o momento, mais de 81 mil casos da doença foram constatados em todo o continente.
Por causa desta medida, a Organização Internacional de Migração (OIM), uma agência da ONU, estima que cerca de 13 mil refugiados vindos da Síria e Afeganistão estejam aglomerados ao longo de 212 km de fronteira.
Com informações de TRT World.
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