Recentemente a comunidade islâmica brasileira foi atacada por pessoas que se dizem líderes da religião cristã. O meio de ataque à comunidade foi a divulgação de panfletos que teoricamente apontavam transgressões e afirmações absurdas contidas no Alcorão, o livro sagrado do Islamismo.
Com o objetivo de elucidar aos que buscam entender o que de fato há no Alcorão, iremos abordar tópico por tópico daquilo que foi afirmado, para que fique claro o que está contido no Alcorão e também o que não está.
Para este fim, iremos usar uma das traduções mais conhecidas do Alcorão para Português, que é a do Professor Samir El Hayek.
Quanto àquelas, das vossas mulheres, que tiverem chegado à menopausa, se tiverdes dúvida quanto a isso, o seu período prescrito será de três meses; o mesmo se diga, com respeito àquelas que ainda não tiverem chegado a tal condição; e, quanto às grávidas, o seu período estará terminado quando derem à luz. Mas, a quem temer a Allah, Ele lhe aplainará o assunto.
Concedei os dotes que pertencem às mulheres e, se for da vontade delas conceder-vos algo, desfrutai-o com bom proveito.
Claramente não há nada aí que fale em estupro. O primeiro versículo regulamenta o iddat, um período que ocorre para que um casal que esteja se divorciando repense se é realmente isso que ele quer. Caso decidam por não se divorciar, o casamento é restaurado sem precisar de uma nova cerimônia.
Se o período expirar sem que o casal decida se reconciliar, o casamento está desfeito, e, caso as duas pessoas queiram se casar de novo, têm que passar por todo o processo matrimonial novamente. O segundo versículo fala sobre o dote, mahr, uma obrigação que OS HOMENS têm de pagar a suas esposas no ato do casamento.
Concedei os dotes que pertencem às mulheres e, se for da vontade delas conceder-vos algo, desfrutai-o com bom proveito.
Como dito acima, esse versículo se refere ao dote que os maridos têm de pagar a suas esposas.
Também vos está vedado desposar as mulheres casadas, salvo as que tendes à mão. Tal é a lei que Allah vos impõe. Porém, fora do mencionado, está-vos permitido procurar, munidos de vossos bens, esposas castas e não licenciosas. Dotai convenientemente aquelas com quem casardes, porque é um dever; contudo, não sereis recriminados, se fizerdes ou receberdes concessões, fora do que prescreve a lei, porque Allah é Sapiente, Prudentíssimo.
Este versículo regulamenta várias questões relativas a casamento e relações sexuais. Em primeiro lugar, ele deixa claro a proibição do adultério, pois é pecaminoso se relacionar com mulheres casadas. Em segundo lugar, ele se refere às mulheres “que tendes à mão”. Essa parte regulamenta sobre a prática do concubinato, que foi comum em praticamente todas as sociedades tradicionais.
Quando o Alcorão foi revelado na sociedade árabe de Meca e Medina, as mulheres eram simplesmente propriedade dos homens, sem direito algum. Havia a prática (não só na sociedade árabe, mas em praticamente todas as sociedades da antiguidade e mesmo na Idade Moderna) de escravizar as pessoas de tribos derrotadas em guerra. As mulheres escravizadas, nesse caso, se tornavam concubinas daqueles que a possuíam, e o sexo com elas é lícito no Alcorão.
Porém, de maneira alguma ele fala em estupro, sexo forçado, etc. Inclusive é obrigação do muçulmano tratar bem e com justiça qualquer escravo que tivesse. Assim sendo, o que este verso (e outros sobre escravidão fizeram) foi atenuar a prática da escravidão, dando direitos aos escravos e obrigação aos possuidores deles. No entanto, dadas as mudanças sociais que o mundo sofreu, a escravidão hoje é totalmente proibida no Islam, de acordo com a opinião dos sábios atuais. Isso ocorre porque a Sharia acompanha a sociedade onde ela está inserida, se adaptando às tendências e mandamentos sociais dela.
Esse verso também explicita a necessidade de o marido sustentar sua esposa da melhor forma possível.
Allah não vos reprova por vossos inintencionais juramentos fúteis; porém, recrimina-vos por vossos deliberados juramentos, cuja expiação consistirá em alimentardes dez necessitados da maneira como alimentais a vossa família, ou em os vestir, ou em libertardes um escravo; contudo, quem carecer de recursos jejuará três dias. Tal será a expiação do vosso perjúrio. Mantende, pois, os vossos juramentos. Assim Allah vos elucida os Seus versículos, a fim de que Lhe agradeçais.
Ó Profeta, em verdade, tornamos lícitas, para ti as esposas que tenhas dotado, assim como as que a tua mão direita possui – que Allah tenha feito cair em tuas mãos –, as filhas de teus tios e tuas tias paternas, as filhas de teus tios e tuas tias maternas, que migraram contigo, bem como toda a mulher crente que se dedicar ao Profeta, por gosto, e uma vez que o Profeta queira desposá-la; este é um privilégio exclusivo teu, vedado aos demais crentes. Bem sabemos o que lhes impusemos (aos demais), em relação às suas esposas e às que suas mãos direitas possuem, a fim de que não haja inconveniente algum para ti. E Allah é Indulgente, Misericordioso.
Mais um verso que não fala nada sobre estupro e escravas sexuais. Aqui o Alcorão está regulamentando qual o grau de parentesco em que é permitido que duas pessoas se casem. Um homem não pode casar com a irmã ou a tia, assim como uma mulher não pode casar com um pai, irmão ou tio. Um homem e uma mulher que sejam primos podem se casar, por exemplo.
Esse verso também regulamenta o direito profético de casamento. Um homem muçulmano pode ter 4 esposas, desde que seja equitativo com elas em afeto e em provisão material (antes do Islam um homem poderia ter quantas esposas quisesse, e tratá-las como quisesse). No entanto, o Profeta tinha uma prerrogativa de poder ter mais de 4 esposas.
Uma das possíveis razões para isso é que entre líderes tribais e membros da realeza, as alianças políticas eram seladas através de casamentos. Essa prática permanece até hoje. Assim, tendo várias esposas de diferentes povos e tribos, o Profeta teria a capacidade de fortalecer a comunidade muçulmana através da adesão desses diferentes povos. Importante lembrar que no Islam não existe casamento forçado. O noivo ou a noiva têm de ser consultados se aceitam ou não o casamento.
Quanto àqueles que repudiarem as suas mulheres pelo zihar e logo se retratarem disso, deverão manumitir um escravo, antes de as tocarem. Isso é uma exortação para vós, porque Allah está inteirado de tudo quanto fazeis.
Exceto para com as esposas, ou aquelas que estiverem à mão (as cativas), – nisso não serão reprovados.
Como já dito acima, para um muçulmano, as únicas mulheres com quem eles podem se relacionar (jamais estuprar) são suas esposas e as concubinas que eles possam ter obtido por meio da guerra.
Os homens são os protetores das mulheres, porque Allah dotou uns com mais (força) do que as outras, e porque as sustentam do seu pecúlio. As boas esposas são as devotas, que guardam, na ausência (do marido), o que Allah ordenou que fosse guardado. Quanto àquelas de quem constatais rebeldia, admoestai-as (na primeira vez), abandonai os seus leitos (na segunda vez) e castigai-as (na terceira vez); porém, se vos obedecerem, não procureis meios (escusos) contra elas. Sabei que Allah é Excelso, Magnânimo.
Não existe qualquer menção nesse versículo sobre bater na esposa. O que o Islam determina, assim como o Cristianismo que os detratores diziam defender, é que cabe ao homem a responsabilidade pela liderança da família.
Isso obviamente não implica nenhum tipo de superioridade entre ele e a esposa, é apenas a atribuição que lhe foi dada. Sobre a questão de “bater”, leia mais em O Versículo do Alcorão que manda o marido bater na esposa.
Por que não apresentaram quatro testemunhas? Se não as apresentarem, serão caluniadores ante Allah.
Mais uma mentira dos difamadores contra o Alcorão. O que este verso especifica é que, se uma pessoa for acusada de qualquer crime, e aí inclui o adultério e a fornicação, é obrigatório que esse crime seja testemunhado por quatro testemunhas, para que assim se evite que uma pessoa inocente seja condenada por um crime que pode ser falsamente imputado.
No entanto, técnicas modernas de identificação, como filmagens, exames forenses e de DNA também podem ser utilizados como prova de um crime. A leis islâmicas são bastantes escrupulosos para evitarem o máximo possível punir um inocente por um crime.
Em verdade, àqueles que molestam a Allah e ao Seu Mensageiro, Allah os amaldiçoará neste mundo e no outro, e tem-lhes preparado um afrontoso castigo.
Este versículo claramente não tem nenhuma instrução a que se mate quem insultar a Allah ou ao Profeta. O que ele diz é que o próprio Deus castigará essa pessoa.
De sorte que prescrevemos aos israelitas que quem matar uma pessoa, sem que esta tenha cometido homicídio ou semeado a corrupção na terra, será considerado como se tivesse assassinado toda a humanidade; quem a salvar, será reputado como se tivesse salvo toda a humanidade. Apesar dos Nossos mensageiros lhes apresentarem as evidências, a maioria deles comete transgressões na terra.
E de quando o teu Senhor revelou aos anjos: Estou convosco; firmeza, pois, aos crentes! Logo infundirei o terror nos corações dos incrédulos; decapitai-os e decepai-lhes os dedos!
Este verso regulamenta questões de guerra, e devem ser entendidos nesse contexto. Não existe nenhuma instrução no Islam de que os que não creem na religião devam ser mortos por isso. Se assim fosse, com 1,8 bilhão de muçulmanos no mundo, certamente estaríamos vivendo uma total barbárie e guerra civil em todos os cantos.
Pelo contrário, o Alcorão diz: “Não há compulsão na religião” e “para você a sua religião, para mim a minha”. A punição referida no verso diz respeito a punições utilizadas contra inimigos nas guerras. Há ainda uma explicação mais metafórica, em que as “cabeças dos dedos” seriam as lideranças inimigas. Matar as lideranças de uma força inimiga é um recurso de guerra óbvio para quem deseja atrapalhar a ordem dessas forças.
E quando vos enfrentardes com os incrédulos (em batalha), golpeai-lhes os pescoços, até que os tenhais dominado, e tomai (os sobreviventes) como prisioneiros. Libertai-os, então, por generosidade ou mediante resgate, quando a guerra tiver terminado. Tal é a ordem. E se Allah quisesse, Ele mesmo ter-Se-ia livrado deles; porém, (facultou-vos a guerra) para que vos provásseis mutuamente. Quanto àqueles que foram mortos pela causa de Allah, Ele jamais lhes desmerecerá as obras.
Mais um verso que regulamenta as ações na guerra. A libertação de inimigos por pura generosidade era uma prática comum do Profeta Muhammad, e através dela e da grande ética com que tratava seus inimigos de batalha, muitos entraram na religião do Islam.
Allah cobrará dos crentes o sacrifício de seus bens e suas pessoas, em troca do Paraíso. Combaterão pela causa de Allah, matarão e serão mortos. É uma promessa infalível, que está registrada na Tora, no Evangelho e no Alcorão. E quem é mais fiel à sua promessa do que Allah? Regozijai-vos, pois, da troca que haveis feito com Ele. Tal é o magnífico benefício.
O “mito” das 72 virgens não é citado em parte alguma do Alcorão, e é muito mais uma construção cultural do que uma afirmação religiosa. Este verso também regulamenta questões de guerra. Sendo o Islam uma religião revelada para guiar as pessoas e formar e administrar civilizações, naturalmente a religião precisa tratar sobre todos os assuntos, dentre eles a paz e a guerra.
Quando te perguntarem se é lícito combater no mês sagrado, dize-lhes: A luta durante este mês é um grave pecado; porém, desviar os crentes da senda de Allah, negá-Lo, privar os demais da Mesquita Sagrada e expulsar dela (Makka) os seus habitantes é mais grave ainda, aos olhos de Allah, porque a perseguição é pior do que o homicídio. Os incrédulos, enquanto puderem, não cessarão de vos combater, até vos fazerem renunciar à vossa religião; porém, aqueles dentre vós que renegarem a sua fé e morrerem incrédulos tornarão as suas obras sem efeito, neste mundo e no outro, e serão condenados ao inferno, onde permanecerão eternamente.
Não há nenhuma passagem aqui que ordene matar quem deixa a religião. Apenas o que se diz é que quem assim o fizer será condenado ao inferno. É puramente uma questão de crença.
Anseiam (os hipócritas) que renegueis, como renegaram eles, para que sejais todos iguais. Não tomeis a nenhum deles por confidente, até que tenham migrado pela causa de Allah. Porém, caso se rebelem, capturai-os então, matai-os, onde quer que os acheis, e não tomeis a nenhum deles por confidente nem por socorredor,
Novamente não há aqui nenhuma ordem para matar quem deixar a religião. A ordem é que, caso alguém deixe a religião e ataque belicamente a comunidade muçulmana, ela tem o direito de retaliar em auto defesa.
E de quando o teu Senhor revelou aos anjos: Estou convosco; firmeza, pois, aos crentes! Logo infundirei o terror nos corações dos incrédulos; decapitai-os e decepai-lhes os dedos!
Já explicado acima.
E quando vos enfrentardes com os incrédulos (em batalha), golpeai-lhes os pescoços, até que os tenhais dominado, e tomai (os sobreviventes) como prisioneiros. Libertai-os, então, por generosidade ou mediante resgate, quando a guerra tiver terminado. Tal é a ordem. E se Allah quisesse, Ele mesmo ter-Se-ia livrado deles; porém, (facultou-vos a guerra) para que vos provásseis mutuamente. Quanto àqueles que foram mortos pela causa de Allah, Ele jamais lhes desmerecerá as obras.
Já explicado acima.
Mas quando os meses sagrados houverem transcorrido, matai os idólatras, onde quer que os acheis; capturai-os, acossai-os e espreitai-os; porém, caso se arrependam, observem a oração e paguem o zakat, abri-lhes o caminho. Sabei que Allah é Indulgente, Misericordiosíssimo.
Leia este artigo, que explica esses versículos.
E de quando o teu Senhor revelou aos anjos: Estou convosco; firmeza, pois, aos crentes! Logo infundirei o terror nos corações dos incrédulos; decapitai-os e decepai-lhes os dedos!
Já explicado acima.
Mobilizai todo poder que dispuserdes, em armas e cavalaria, para intimidardes, com isso, o inimigo de Allah e vosso, e se intimidarem ainda outros que não conheceis, mas que Allah bem conhece. Tudo quanto investirdes na causa de Allah, ser-vos-á retribuído e não sereis injustiçados.
Mais um verso que regulamenta a guerra. A guerra nunca deve ser buscada, mas sim utilizada como último recurso para se defender de um ataque e manter a paz. Quando há uma guerra por motivos justos, a recompensa espiritual daquele que investe seus bens e luta com sinceridade é muito grande.
1. Perguntar-te-ão sobre os espólios. Dize: Os espólios pertencem a Allah e ao Mensageiro. Temei, pois, a Allah, e reconciliai entre vós; obedecei a Allah e ao Seu Mensageiro, se sois crentes.
2. Só são crentes aqueles cujos corações, quando lhes é mencionado o nome de Allah, estremecem e, quando lhes são recitados os Seus versículos, é-lhes acrescentada a fé, e confiam em seu Senhor.
3. São aqueles que observam a oração, e fazem caridade com aquilo com que os agraciamos;
4. Estes são os verdadeiros crentes, que terão graus de honra junto ao seu Senhor, indulgências e um magnífico sustento.
5. Tal como, em verdade, quando o teu Senhor te ordenou abandonar o teu lar, embora isso desgostasse alguns dos crentes.
6. Discutem contigo acerca da verdade, apesar de a mesma já lhes haver sido evidenciada, como se estivessem sendo arrastados para a morte, e a estivessem vendo.
7. Recordai-vos de que, quando Allah vos prometeu que teríeis de combater um dos dois grupos, desejastes enfrentar o desarmado. E Allah quis fazer prevalecer a verdade, com as Suas palavras, e exterminar os incrédulos,
8. Para que a verdade prevalecesse e desaparecesse a falsidade, ainda que isso desgostasse os pecadores.
9. E de quando implorastes o socorro do vosso Senhor e Ele vos atendeu, dizendo: Reforçar-vos-ei com mil anjos, que vos chegarão paulatinamente.
10. Allah não vo-lo fez senão como boas-novas e segurança para os vossos corações. Sabei que o socorro só emana de Allah, porque é Poderoso, Prudentíssimo.
Mais uma calúnia de baixo calão. Esses versos regulamenta a prática das pilhagens, que é um recurso tático utilizado por qualquer civilização em estado de guerra. Além disso, durante a vida do Profeta Muhammad, os muçulmanos foram expropriados de seus bens quando migraram de Meca, de modo que as pilhagens foram em grande parte feitas como retaliação a isso.
Os crentes não tomam por confidentes os incrédulos, em detrimento de outros crentes. Aqueles que assim procederem, de maneira alguma terão o auxílio de Allah, salvo se for por precaução e resguardo contra eles. Allah vos exorta a d’Ele vos lembrardes, porque para Ele será o retorno.
Aquele que renegar Allah, depois de ter acreditado – salvo quem houver sido obrigado a isso e cujo coração se mantiver firme na fé – e aquele que abre o seu coração à incredulidade, esses serão abominados por Allah e sofrerão um severo castigo.
A mentira é uma prática extremamente abominada no Islam, em vários versos do Alcorão e em falas do Profeta. No entanto, se a pessoa estiver sob ameaça e for obrigada a renegar a religião, ela pode fazer isso com o intuito de salvar sua vida.
Está-vos prescrita a luta (pela causa de Allah), embora a repudieis. É possível que repudieis algo que seja um bem para vós e, quiçá, gosteis de algo que vos seja prejudicial; todavia, Allah sabe, e vós ignorais.
Em todos os países do mundo existe alistamento militar obrigatório, em caso de guerra. Na comunidade muçulmana não é diferente. Allah sabe que as pessoas não desejam a guerra e que isso é um fardo para elas. No entanto, Ele explica que podem haver bênçãos ocultas em coisas que não gostamos, ou malefícios ocultos em coisas que gostamos.
Ó crentes, não tomeis por confidentes os judeus nem os cristãos! Que sejam confidentes entre si. Porém, quem dentre vós os tomar por confidentes, certamente será um deles; e Allah não encaminha os injustos.
Se a afirmação proferida fosse verdade, não haveria milhões de muçulmanos amigos de não-muçulmanos no mundo. O que a explicação do verso diz é que não podemos tomar os judeus e cristãos por confidentes ao ponto que isso nos leve a cometer atos ilícitos na religião ou a renegar a fé correta.
Dize ainda: Poderia anunciar-vos um caso pior do que este, ante os olhos de Allah? São aqueles a quem Allah amaldiçoou, abominou e converteu em símios, suínos e adoradores do sedutor; estes encontram-se em pior situação, e mais desencaminhados da verdadeira senda.
Essa é uma falácia que utiliza um falso silogismo. Allah está se referindo neste verso a pessoas amaldiçoadas, sem especificar de quem se trata. Mesmo se elas forem judeus ou cristãos, de forma alguma isso implica que esses adjetivos se estendem a todos eles.
E quando, ensoberbecidos, profanaram o que lhes havia sido vedado, dissemos-lhes: Sede símios desprezíveis!
Da mesma forma que no verso acima, o Alcorão não especifica de quem se trata, e sim de pessoas que se comportam de maneira soberba e profana.
Aquele que renegar Allah, depois de ter acreditado – salvo quem houver sido obrigado a isso e cujo coração se mantiver firme na fé – e aquele que abre o seu coração à incredulidade, esses serão abominados por Allah e sofrerão um severo castigo.
Já explicado acima.
Em verdade, os incrédulos, dentre os adeptos do Livro, bem como os idólatras, entrarão no fogo infernal, onde permanecerão eternamente. Estas são as piores das criaturas!
Mais um falso silogismo. O verso deixa claro que quem entrará no Fogo são os incrédulos dentre o Povo do Livro, e não a totalidade deles. Em outro verso, Allah diz: “Convoca (os humanos) à senda do teu Senhor com sabedoria e uma bela exortação; dialoga com eles de maneira benevolente, porque teu Senhor é o mais conhecedor de quem se desvia da Sua senda, assim como é o mais conhecedor desencaminhados.” (Alcorão 16:125)
Quando viajardes pela terra não sereis recriminados por abreviardes as orações, temendo que vos ataquem os incrédulos; em verdade, eles são vossos inimigos declarados.
Uma falsa generalização. Aqui o Alcorão se refere aos incrédulos que são hostis para com os muçulmanos e os atacam durante a oração.
Combatei aqueles que não crêem em Allah e no Dia do Juízo Final, nem se abstêm do que Allah e Seu Mensageiro proibiram, e nem professam a verdadeira religião daqueles que receberam o Livro, até que paguem de bom grado a Jizya (taxa ou tributo pago pelos não-muçulmanos dentro do Estado Islâmico) e se sintam submissos.
Como dito acima, o Alcorão deixa muito claro que não existe conversão forçada no Islam. O que a religião determina é que, num território sob governo muçulmano, quem for praticante de uma das Religiões do Livro tem o pleno direito de manter e praticar sua religião, e que os que têm condições dentre eles têm de pagar um imposto ao Estado chamado jiziya. O valor da jiziya é mais ou menos equivalente ao valor do zakat, um imposto obrigatório que todo muçulmano em condições tem que pagar.
Combatei aqueles que não crêem em Allah e no Dia do Juízo Final, nem se abstêm do que Allah e Seu Mensageiro proibiram, e nem professam a verdadeira religião daqueles que receberam o Livro, até que paguem de bom grado a Jizya (taxa ou tributo pago pelos não-muçulmanos dentro do Estado Islâmico) e se sintam submissos.
Explicado acima.
Como podemos ver, os ataques realizados contra a honra do Profeta e aos versículos do Alcorão, revelados por Deus, não passam de mera estratégia para colocar medo no coração de pessoas que não possuem meios de realizar a leitura do Alcorão e concluir por si as falácias criadas para enganá-las.
Essa estratégia é claramente um objetivo de aumentar o engajamento dos seguidores dos auto intitulados líderes religiosos, que buscam com isso aumentar as suas arrecadações, prática infelizmente bastante comum no Brasil.
As afirmações, em boa parte, não tinham relação alguma com o que era dito nos versículos. Ou seja, além de má compreensão, falta de contexto da revelação do Alcorão, existiu muita má fé ao criar o material anti islâmico.
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