O mês de Rabi al Thani, que também é conhecido como Rabi al Akhar, não é considerado um dos principais do calendários islâmico e as fontes sagradas não estabeleceram nenhuma celebração ou ritual específico para este mês.
Além disso, na história profética, há poucos eventos marcantes ocorridos neste período. Mesmo assim, são dignos de serem lembrados por todos aqueles que buscam se aprofundar nos conhecimentos na doutrina islâmica e na tradição profética.
Ainda assim, alguns muçulmanos celebram eventos durante este mês que, apesar de não estarem ligados às fontes sagradas, ainda representam uma conexão importante com as tradições e os valores da religião para muitos adeptos do Islam ao redor do mundo.
A Batalha de Buhran é um evento pouco destacado na história do Profeta Muhammad, pois foram poucos os desdobramentos deste evento.
O Profeta e seus companheiros chegaram a se preparar para um confronto quando souberam que a tribo dos Banu Sulaym, aliada aos Quraysh, estavam reunindo uma tropa muito forte para marchar contra os muçulmanos em Medina.
Quando recebeu esta notícia, o Profeta Muhammad reuniu 300 homens e marchou em direção a Buhran, uma mina que ficava entre Meca e Medina, para enfrentar os conspiradores. No entanto, ao chegar no destino, seus oponentes haviam fugido do local e nenhum duelo armado aconteceu nesta ocasião.
O evento ocorreu pouco antes da grande Batalha de Uhud. Os Banu Sulaym ainda lutariam ao lado dos Quraysh, mais tarde, na Batalha das Trincheiras. A fuga da tribo em Buhran está mencionada na biografia do Profeta escrita por Ibn Hisham.
Um dos grandes sábios da história do Islam sunita, Imam Maliki ibn Annas, é também a personalidade que marcou o início de uma das quatro escolas de jurisprudência do sunismo: a escola Maliki. Ele nasceu no dia 14 de Rabi al Thani.
Ele viveu em Medina 79 anos após o falecimento do Profeta Muhammad e muitas pessoas que viviam na cidade haviam aprendido a religião diretamente com os companheiros. Por causa disso, ele considerava os hábitos do povo de Medina como algo próximo dos ensinamentos originais do Mensageiro de Allah e, portanto, era uma fonte importante para as práticas religiosas.
O Imam Maliki foi responsável por compilar um dos primeiros livros de relatos da vida do Profeta Muhammad, o “Al Muwatta”. Esta é uma das obras mais excelentes deste segmento, considerada por muitos sábios muçulmanos como a melhor compilação da história do Islam, cujos registros são referências para as práticas de milhões de muçulmanos no mundo.
Conhecido como o “santo dos santos”, o Sheikh Abd al Qadir al Jilani foi uma personalidade importante em seu tempo, principalmente pelo seu profundo conhecimento da lei islâmica, mas também por sua compreensão mística. Ele nasceu em Gilan, que atualmente é parte do Irã.
O Sheikh Abd al Qadir al Jilani era jurista em duas escolas islâmicas, Hanbali e Shafi, algo altamente notável. Além disso, ele era dotado de uma profunda compreensão mística dos ensinamentos religiosos, o que lhe fez entrar para história como um dos conciliadores entre a sharia (lei) e o sufismo (ciência mística).
Foi fundador de uma das maiores ordens sufis do Islam, a Qadiryya. Sua personalidade gentil e suas constantes inspirações abençoadas guiaram muitas pessoas ao Islam, inclusive algumas que eram de outras religiões e se converteram por seu intermédio. Ao longo de sua vida, ele foi o intermediário de diversos milagres.
Faleceu no dia 11 do mês de Rabi al Thani e, até hoje, é tido como um dos grandes guias espirituais na história islâmica e é considerado um exemplo para muitos adeptos da religião.
O legado do Sheikh Abd al Qadir al Jilani é celebrado por muitos muçulmanos em diversas partes do mundo e até mesmo os adeptos de outras ordens sufi costumam homenageá-lo na data de seu falecimento.
Ao celebrar a memória do Sheikh, os muçulmanos costumam fazer Niyaz, que são boas ações para o prazer de Allah. É comum que pessoas comam junto com famíliares e amigos e também deem caridade aos necessitados.
Muitas pessoas que têm capacidade para isto, visitam o mausoléu de Abd al Qadir al Jilani em Bagdá, no Iraque, e lhe oferecem súplicas.
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