Por que o Islam é tão violento? Essa pergunta é feita por milhares ou milhões de pessoas ao redor do mundo sobre a religião Islâmica. Essa pergunta procede? É claro, toda pergunta feita em busca da verdade é uma boa pergunta, por que não seria? Porém a forma como a respondemos deve ser muito bem respondida pois se o Islam é violento, isso deve ser provado por meio de dados, pela história, não só recente mas também a história antiga.
Para algo ser comparado violento, ele deve ter um ponto de comparação. Por conta disso, com o que iremos comparar o Islam? Iremos comparar o Islam ao Cristianismo, ao Hinduísmo ou até mesmo com o ateísmo, que nem uma religião é mas que toma espaço dentro de uma sociedade como se fosse uma religião, ditando o comportamento e pensamento das pessoas, muitas vezes impedindo a progressão de outras religiões através da opressão, e claro, devido ao ponto de vista Islâmico, a ideologia ateísta é uma forma de idolatria pois coloca essa ideologia acima de Allah.
Quando o assunto é a convivência entre si, os muçulmanos se dão muito bem. Seguem alguns fato:
Predominantemente, os países muçulmanos, em média possuem 2,4 assassinatos por ano para 100.000 pessoas, em comparação com 7,5 em países não-muçulmanos. A porcentagem da sociedade que é composta de muçulmanos é extraordinariamente boa preditora da taxa de homicídios de um país. Mais autoritarismo em países muçulmanos não leva em conta a diferença. Eu descobri que o controle de regime político na análise estatística não muda as conclusões. Mais muçulmanos, menos homicídios. [1]
Isso foi dito pelo Professor M. Steven Fish que estudou o assunto. Então, já vimos que quanto mais muçulmanos, menor a violência no país, e quanto mais aumenta o número de muçulmanos, mais cai a violência. Ponto.
Então em que as pessoas se baseiam para dizer que os muçulmanos ou o Islam são violentos? Vamos tentar descobrir.
É verdade, os muçulmanos e o Islam estão no foco do terror… no foco do terror da mídia pois essa percepção de que os muçulmanos e o Islam são os maiores praticantes de atentados terroristas e promotores do terrorismo cai por terra quando analisamos o estudo feito pela Duke University [2].
“Organizações muçulmanas-americanas e a grande maioria dos indivíduos que foram entrevistados rejeitam liminarmente a ideologia extremista radical que justifica o uso da violência para alcançar fins políticos“
David Schanzer, um professor associado da Escola Sanford de Políticas Públicas de Duke e diretor da Triangle Center on Terrorism and Homeland Security, disse em um comunicado.
Não somos nós muçulmanos falando isso, são as estatísticas e elas valem mais do que palavras. Continuando com algumas estatísticas:
Não é necessário falar inglês para entender que os muçulmanos representam 6% de todos os atos terroristas de 1980 até 2005 em solo Americano. Logo podemos continuar a afirmar que o Islam não é violento. Algumas pessoas poderiam contestar os dados e questionar o que seria de fato terrorismo nesse gráfico acima. Abaixo segue o que é considerado terrorismo e quais os percentuais da prática desses atos:
Se a questão é falar de minorias, dizendo que os muçulmanos são uma minoria nos EUA e que esse percentual baixo representa um grande número, não esqueçamos que os judeus também são minoria por lá então isso faria dos judeus um grupo religioso muito mais inclinado à violência do que o dos muçulmanos.
E quanto ao terrorismo na Europa? A Europa com tanto imigrantes muçulmanos, será que segue nessa linha de comportamento por parte dos muçulmanos? Vejamos alguns gráficos:
2006
2007
2008
Claramente os muçulmanos não representam nem 1% de todos os ataques terroristas. Então, por que as pessoas ainda acham que o Islam é uma religião violenta?
Além de não serem os maiores praticantes do terrorismo, os muçulmanos ainda combatem o terrorismo em si dentro de suas comunidades.
“Comunidades muçulmanas-americanas têm sido ativas na prevenção da radicalização”, disse Charles Kurzman, professor de sociologia da UNC, em comunicado. “Esta é uma das razões que o terrorismo muçulmano-americano representou em menos de três dúzias das 136.000 assassinatos cometidos nos Estados Unidos desde 11 de setembro”. [5]
No relatório de 2009 da EUROPOL foi afirmado o seguinte:
“O terrorismo islâmico ainda é percebido como sendo a maior ameaça em todo o mundo, apesar do fato de que a União Européia enfrentou apenas um ataque terrorista islâmico em 2008. Este atentado ocorreu no Reino Unido… O terrorismo separatista continua a ser o tipo de terrorismo que mais afeta a UE. Isso inclui o terrorismo basco separatista na Espanha e França e o terrorismo da Córsega, na França… Contatos anteriores entre ETA e as FARC ilustram o fato de que também as organizações terroristas separatistas procuram parceiros fora da UE, com base em interesses comuns. No Reino Unido, grupos republicanos dissidentes irlandeses, principalmente o RIRA e o CIRA, e outros grupos paramilitares que podem continuar a se envolver em crimes e violência.” [6]
É claro que ocorreram outros eventos desde quando esse relatório foi concluído mas todos os grupos continuam a praticar o seus atos, não só os muçulmanos. A maior diferença entre o terrorismo Islâmico e o terrorismo de outros grupos é a cobertura midiática. Os motivos pelos quais existe a cobertura exagerada dos acontecimentos Islâmicos podem ser muitos, cabe cada um usar seu senso crítico para avaliar. Não há dúvidas que existe um exagero quando acontece algo relacionado ao Islam e aos muçulmanos, onde o erro de poucos são destacados para prejudicar um grupo muito maior e inocente.
É comum ver hoje em sites que atacam o Islam e os muçulmanos a afirmação de que não é só uma minoria que apoia os grupos terroristas, de que existem pesquisas que mostram que muitos muçulmanos apoiam ataques terroristas em algumas situações e para eles isso é justificável, em algumas situações.
Sim, é verdade, alguns apoiam inclusive ataques terroristas em solo americano apesar de que o simples fato de apoiar ou simpatizar com uma causa não torna alguém um terrorista. O sentimento de apoio pode ser explicado (mas não justificado) pelos constantes ataques à países Islâmicos e então como uma forma de retaliação por toda a injustiça praticada. Além disso, não sejamos hipócritas, os americanos apoiaram a ofensiva contra o Iraque [7] e todos nós sabemos, em uma guerra, por mais precisa que sejam as armas, inocentes, mulheres, crianças, não combatentes, todos eles são vítimas, quando não são mortos são deslocados de suas casas, além de diversos problemas que a guerra traz e como ainda está trazendo, como vemos o surgimento de facções / seitas / grupos que são extremamente violentos se comparados aos grupos que foram os pivôs das guerras e invasões e acabaram por “justificar” as mesmas. Não que eu concorde com as invasões mas o pretexto sempre foi trazer uma certa “estabilidade” ao local e leis mais “justas”. Isso não acontece, na verdade é o oposto que aconteceu.
Não seria pedir demais achar que depois de promover uma guerra barbárica, onde diversos tipos de atrocidades foram cometidas, de estupros à execuções (sim, pelos EUA e coalizão) [8], não haveria uma reação de ódio àqueles que a praticaram? Os americanos não estão livres disso e muito menos os cristãos que apontam os dedos para os muçulmanos, ou será que eu não posso generalizar? Afinal, se a maioria americana é cristã, e entre 47% e 60%[7] das pessoas pesquisadas apoiaram a invasão ao Iraque e com certeza estavam cientes de que haveria derramamento de sangue de inocentes, esses cristãos dos EUA, que possuía 281.421.906 cidadãos segundo o levantamento de 2000 [9], 73% deles são declarados cristãos segundo outro levantamento [10], isso leva a entender que claramente um número gigantesco de cristãos apoiaram a invasão do Iraque e consequente derramamento de sangue de inocentes.
Então agora eu vou dizer que os cristãos são terroristas sanguinários? É claro que não, isso é injusto.
Por que as pessoas insistem em dizer que o Islam e os muçulmanos são violentos? Isso é porque elas não buscam se informar, não buscam saber os fatos e repetem aquilo que a mídia entrega para elas. E a mídia não é uma entidade sem fins lucrativos, ela busca o lucro e o lucro está onde estão aqueles que possuem dinheiro estão, isso é simples e direto, não sejamos inocentes quanto à isso.
Depois te ler esse texto, se você achar que sou pró terrorismo eu lhe dou um conselho: verifique se você sabe interpretar textos e verifique seu coração, busque ser sincero, terrorismo não tem religião.
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