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11 Muçulmanas inspiradoras que marcaram o ano de 2020

Muitas mulheres muçulmanas foram responsáveis por projetos ambiciosos em 2020. Destacamos 11 grandes exemplos que marcaram o ano.
  • Muitas mulheres muçulmanas estiveram empenhadas em grandes projetos ao longo do ano de 2020.
  • De alguma forma, elas romperam barreiras e, muitas vezes, ajudaram a melhorar a vida de diversas pessoas.
  • São mulheres de diferentes origens, idades e condições de vida que foram grandes destaques em seus projetos pessoais.
  • Entre os incontáveis exemplos, listamos 11 muçulmanas de diversas áreas.

Muitas vezes, o desconhecimento e a ignorância fazem com que muitas pessoas pensem que as mulheres muçulmanas não se aventuram em grandes projetos ou que elas não possam ser grandes líderes. No entanto, os desafios que marcaram o ano de 2020 mostraram que muitas delas trouxeram soluções para grandes problemas e são muito eficientes em alcançar grandes metas.

Abaixo, nós listamos alguns grandes exemplos femininos da comunidade islâmica que, embora muitas pessoas não conheçam, são mulheres que de alguma forma alcançaram grandes feitos neste ano e, em alguns casos, foram capazes de ajudar muitas pessoas.

1. Hafsah Faizal

(Foto: Wikipedia)

Hafsah Faizal é uma escritora americana, nascida na Flórida e criada na Califórnia. Em 2019, ela escreveu o livro “We Hunt The Flame” (ainda sem tradução para o idioma português). A história é inspirada na antiga Arábia e ganhou imenso destaque nos EUA. 

O livro ficou em 5º lugar na lista de best-sellers do jornal New York Times no mês de junho, fazendo com que Hafsah entrasse para a história como a primeira autora de niqab a estar no ranking. Sua obra também integra a lista da Time como um dos 100 melhores livros de fantasia de todos os tempos, ao lado de títulos como “As 1001 Noites”, “Senhor dos Anéis” e “Game of Thrones”.

Recentemente, Hafsah entrou para a lista da Forbes under 30, que são listas divididas em 20 categorias, cada uma com 30 personalidades que marcaram o ano. A autora foi citada no quesito Arte & Estilo pela criação da marca Icey Designs, que elabora velas, notebooks e outros produtos desenvolvidos por ela. Em breve, ela irá lançar seu segundo livro, “We Free The Stars”.

2. Sarah Al Amiri

(Foto: World Economic Forum / Sikarin Fon Thanachaiary)

Ministra para Tecnologias Avançadas dos Emirados Árabes e presidente da agência espacial do país, Sarah Al Amiri esteve envolvida em todos os projetos espaciais emiradenses e agora é líder da Missão Hope, a primeira de um país árabe a levar um satélite até Marte. 

A sonda deve chegar ao planeta vermelho em 2021 e fará uma análise profunda sobre a atmosfera do planeta para entender como ele perdeu boa parte de seu ar e quase toda a sua água.

3. Sania Nishtar

(Foto: WIkipedia)

Médica, cardiologista e Assistente Especial para o Alívio da Pobreza e Segurança Social do Primeiro Ministro do Paquistão, Sania Nishtar lidera o programa Ehsaas, que está levando bem-estar social para milhões de paquistaneses. 

O programa conta com 134 políticas que visam promover inclusão financeira das classes marginalizadas no país. Entre eles, estão sendo fornecidos serviços bancários móveis, contas de poupanças e uma série de recursos básicos. 

O trabalho de Sania tem sido pioneiro para o desenvolvimento de um Estado de Assistência Social no país.

4. Bilkis Dadi

A controversa lei de imigração do governo indiano que concedeu cidadania a estrangeiros na Índia, exceto aos muçulmanos, gerou revolta em parte da população indiana, que viu a medida como um ato de discriminação. 

Neste contexto, surgiu Bilkis Dadi, uma senhora de 82 anos que se tornou um rosto marcante em meio aos protestos. Ela integra um grupo de mulheres que manifesta pacificamente contra a lei de imigração. Ela também fez parte de muitos outros movimentos contra o governo e luta por um país mais inclusivo para as minorias religiosas, que estão cada vez mais sendo assoladas pela intolerância.

Ela foi considerada pela revista Time como uma das 100 pessoas mais influentes de 2020. O ranking da Muslim 500, que elege as personalidades que marcaram o ano, considerou-a como “a mulher do ano” em 2020.

5. Somaya Faruqi

Afegãs Sonhadoras (Foto: Unicef)

Em meio à triste pandemia causado pelo coronavírus, uma jovem de 17 anos no Afeganistão, junto com sua equipe feminina de robótica, começou a trabalhar na criação de respiradores de baixo custo para tratar os pacientes, feitos a partir de uma máquina de tirar tampas de garrafas. 

Somaya Faruqi reside na província de Herat e faz parte do grupo Afegãs Sonhadoras. Ela já ganhou medalha de ouro por “conquista corajosa” no FIRST Global Challenge, nos EUA; um prêmio Benefiting Humanity in AI no World Summit AI; o prêmio Permission to Dream, de Janet Ivey-Duensing, no Raw Science Film Festival; e também o Desafio de Empreendedorismo na Robotex na Estônia, o maior festival de robótica da Europa.

As Afegãs Sonhadoras aguardam a aprovação do respirador pelo Ministério da Saúde do Afeganistão e, caso a resposta seja positiva, o aparelho poderá ser utilizado para tratamento em hospitais remotos.

6. Iman Ghaleb Al Hamili 

Desenvolvedoras da microrrede do Iêmen (Foto: SDF Yemen)

Outro fato que marcou negativamente 2020 foi a guerra no Iêmen. Neste cenário triste, uma equipe de 10 mulheres, gerenciada por Iman Ghaleb Al Hamili, montou uma microrrede solar que oferece energia limpa de baixo impacto

Embora as mulheres envolvidas na microrrede tenham enfrentado preconceito por estarem lidando com uma atividade predominantemente masculina, elas logo começaram a ser respeitadas pela comunidade e, através disso, conseguiram manter uma renda pessoal.

As mulheres trabalham a apenas 32 quilômetros da zona de conflito. A microrrede é estabelecida pelo Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (PNUD).

7. Dra. Mubina Ramzan

(Foto: Jamia Islamia Mahdul Muslimat)

Desde 2018, a Dra. Mubina Ramzan é citada como uma das 500 muçulmanas mais influentes de mundo, sendo a primeira pessoa da Caxemira a ter este tipo de reconhecimento. Ela é reitora da Jamia Islamia Mahdul Muslimat, que leva educação regular e islâmica exclusivamente para mulheres. 

A fundação está espalhada por três regiões da Caxemira e adere a um modelo seminarista, em que as mulheres se especializam na exegese do Alcorão, ciências de hadith, jurisprudência islâmica e história. As estudantes também têm aulas de computação, aprendem tarefas como corte e design e também os idiomas urdu, árabe e inglês.

Ela também dirige um organismo de assistência às mulheres chamado Ansar un Nissa, que ajuda principalmente órfãs, viúvas e aquelas que estão em situação de vulnerabilidade social. Seu trabalho tem sido fundamental no combate à desigualdade e à injustiça e na promoção da inclusão social em uma região afetada pela repressão e violência do Estado Indiano.

8. Maria Christina

Maria Christina
(Foto: Acervo Pessoal)

Maria Christina faz um trabalho notável pela comunidade islâmica brasileira há quase 30 anos. Além da divulgação da religião através de palestras, ela também dedicou boa parte de sua trajetória na tradução de textos islâmicos para o português brasileiro

A dedicação dela durante todo este período foi fundamental para que os brasileiros pudessem solucionar uma parte da carência de materiais confiáveis em português. Atualmente, ela conduz o projeto Al Tasnim, que também tem o objetivo de fornecer bons conteúdos para os muçulmanos se aprofundarem na religião. 

Neste ano, o projeto disponibilizou dois livros em PDF do Imam Al Ghazali, um dos maiores sábios da história da religião. Os títulos são: “O Nicho das Luzes” e “A Alquimia da Felicidade”. Ambos podem ser baixados gratuitamente no site do Al-Tasnim

9. Gulchehra Hoja

(Foto: Wikipedia)

Em 2020, a Fundação Internacional das Mulheres na Comunicação Social, que possui o objetivo de valorizar o trabalho das profissionais da área, entregou o prêmio de “Coragem no Jornalismo” para a jornalista Gulchera Hoja, de origem Uighur.

Gulchera é uma figura proeminente da mídia chinesa e mantinha um programa infantil para as crianças Uighur, mas se mudou para os EUA para escapar da perseguição do governo do país asiático. 

Ela é uma voz ativa na luta pelos direitos do povo de sua etnia, cuja identidade cultural está sendo duramente reprimida pelo regime ditatorial da China. A jornalista sofreu perdas pessoais durante esta luta e, atualmente, 25 membros da família de Gulchehra estão detidos nos campos de reeducação, onde são mantidos os prisioneiros Uighurs. 

10. Safaa Kumari

Foto:  Arab Society for Plant Protection

Em meio à insegurança alimentar vivida pela Síria, a virologista de plantas Safaa Kumari se destacou ao desempenhar um trabalho corajoso e bastante notável. Ela passou anos estudando variedades de plantas que fossem resistente aos vírus que devastam as plantações e descobriu que o feijão faba era uma variedade resistente ao vírus amarelo necrótico faba (FBNYV).

Essa descoberta poderia ser a solução para os problemas das plantações de alimentos na Síria e, diante disso, ela arriscou sua própria vida para salvar sementes na cidade de Aleppo, que estava sendo duramente afetada pela guerra.

11. Raja Al Gurg

(Foto: Wikipedia)

Citada em 2020 pela Forbes como a mulher de negócios mais poderosa dos países árabes, e uma das 100 mulheres mais poderosas do mundo em 2019 pela mesma revista, Raja Al Gurg é diretora-gerente do Grupo Easa Saleh Al Gurg, um conglomerado empresarial dos Emirados Árabes responsável por 27 empresas e 370 marcas. 

Em 2020, ela ampliou sua gestão ao assumir a vice-presidência do Banco Nacional de Fujairah, cargo que anteriormente pertencia ao seu pai, Easa Saleh Al Gurg.

Além desses cargos, ela também foi a primeira mulher dos Emirados Árabes a ocupar um cargo no conselho do HSBC Bank Middle East Limited e também faz parte do conselho consultivo do Coutts Bank, a divisão de riquezas do Royal Bank of Scotland Group.

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