A comunidade islâmica no México triplicou de tamanho nas últimas duas décadas. Parte deste acontecimento se deve à influência dos refugiados que vieram do Líbano e da Síria. Atualmente, há cerca de 5.270 muçulmanos vivendo no país.
Durante os anos 1990, alguns muçulmanos espanhóis chegaram a converter uma comunidade zapatista que vive no país. Recentemente, comunidades indígenas que vivem ao redor da Cidade do México começaram a conhecer a mensagem de Allah e a praticar a nova religião.
Durante algum tempo, a comunidade da Cidade do México se reunia na casa do imam local para fazer suas atividades religiosas. Agora, eles contam com uma mesquita para poder cumprir com suas obrigações espirituais.
Uma reportagem feita pelo site National Geographic mostrou que os muçulmanos carregam uma fé inspiradora. As novas práticas religiosas não impedem que os povos sigam a cultura local.
A fotógrafa italiana Giulia Iacolutti contou que uma das nativas afirmou: “Quero falar a minha língua, eu quero colocar o vestido indígena, mas também quero acreditar em Allah”.
Em algumas situações, o Islam se encaixa facilmente na rotina dos nativos. Por exemplo, as mulheres indígenas no estado de Chiapas, no sul do país, já tinham o costume de andar com lenços na cabeça.
Por outro lado, os costumes alimentares, em especial a carne halal, tornou a alimentação um pouco mais difícil. O abate islâmico no México é raro e Chiapas é um estado muito pobre. A comunidade costuma providenciar as próprias vacas, abatê-las e dividi-las entre muçulmanos e os vizinhos de comunidades cristãs.
“Um ideal do Islam é que você precisa ajudar uma pessoa mais pobre que você”, diz uma mulher. “Não importa se você acredita em outro deus – você é meu vizinho e pode comer a mesma comida.”
Todos os muçulmanos recém convertidos precisam de ajuda para praticar os novos costumes. No México, professores de árabe ensinam o idioma aos novos muçulmanos e oferecem bolsas de estudo em cidades do Iêmen.
Na cidade de San Cristobal de las Casas, foi construída a primeira mesquita da comunidade, onde acontecem as orações e as celebrações religiosas. A existência do templo tem sido fundamental para fortalecer a interação religiosa local.
Ao contrário da Europa, a reação dos mexicanos ao Islam não é negativa. Apesar da tradição católica no país, ter fé é algo mais importante do que seguir uma determinada religião.
Para os novos fiéis, as obrigações do Islam, como fazer as cinco orações e evitar álcool e carne de porco, são considerados hábitos agradáveis, nos quais eles estão em constante aperfeiçoamento. Portanto, o Islam para eles não é um fardo, e sim um caminho proveitoso a ser seguido.
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