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Emirados Árabes lançam sua primeira missão à Marte

A sonda Hope foi montada com a parceria de cientistas e engenheiros americanos, e é a primeira missão interplanetária de um país árabe.
  • A sonda Hope será a primeira criada por um país árabe a fazer uma missão interplanetária.
  • Autoridades responsáveis pela missão esperam inaugurar uma nova era para a ciência e a economia no país.
  • A nave deve levantar informações importantes sobre atividades na atmosfera do planeta vermelho.

No último domingo (19/07), a sonda Hope foi lançada em um foguete H2-A, em Tanegashima, no Japão, e promete entrar para história como a primeira missão à Marte. O lançamento é um marco na história dos Emirados Árabes Unidos que, mesmo com uma tecnologia espacial limitada, está em busca de uma meta ambiciosa.

O lançamento bem sucedido foi feito após outras duas tentativas, que foram canceladas por causa do clima ruim. O objetivo da missão é fazer um estudo profundo sobre a atmosfera de Marte, para aumentar a compreensão de como este planeta perdeu muito de seu ar e boa parte de sua água.

A chegada da Hope deve acontecer somente em fevereiro de 2021, coincidindo com o aniversário de 50 anos da formação do país. A expectativa é que o país possa ingressar cada vez mais na produção de tecnologia e conhecimento científico para superar a forte dependência econômica que os Emirados Árabes possuem no petróleo.

Importância da Hope

Sarah Al Amiri
Sarah Al Amiri, líder científica da Hope. (Foto: Foundations World Economic Forum)

Sarah Al Amiri, líder científica da Hope, afirmou em entrevista à BBC News que a importância deste projeto para os Emirados Árabes é a mesma da Apollo 11 para os EUA.

“Foi uma âncora para toda uma geração que estimulou todos os que a assistiram a avançar mais e a sonhar mais”, afirmou.

“Hoje, estou muito feliz que as crianças nos Emirados acordem na manhã de 20 de julho com um projeto âncora próprio, com uma nova realidade, com novas possibilidades, permitindo que contribuam ainda mais e criem um impacto maior no mundo”, concluiu.

A Hope é uma das três naves que vão à Marte este mês. Além dela, China e EUA estão preparando missões que estão em estágio final de preparação.

Desenvolvimento e legado do projeto

O projeto espacial se iniciou há seis anos. O governo do país disse que não poderia comprar a espaçonave, portanto, seria necessário estabelecer uma parceria com engenheiros e cientistas americanos para projetá-la e para criar seus sistemas e instrumentos, que irão estudar o planeta.

A maior parte da construção foi feita no Laboratório de Atmosfera Física Espacial da Universidade de Colorado, na cidade de Boulder, nos EUA. No entanto, etapas importantes foram desenvolvidas no Centro Espacial Mohammed bin Rashid, em Dubai.

A partir de agora, o conhecimento adquirido pelos emiradenses os colocam em uma posição mais avançada na tecnologia de tecnologia espacial, o que pode atrair mais estudantes para o país e viabilizar missões futuras.  

O diretor do projeto, Omran Sharaf, ressaltou que, assim como qualquer missão espacial, a sonda Hope também pode falhar, no entanto, o progresso que isso trará para o seu país compensa todos os esforços. 

“O fracasso em progredir como nação não é uma opção. E o que mais importa aqui é a capacidade que os Emirados Árabes Unidos ganharam com esta missão e o conhecimento que trouxe para o país”, destacou.

A missão da Hope

Ao traçarem os objetivos da missão, os Emirados Árabes não pretendiam que a sonda Hope fosse até Marte de maneira irrelevante, para levantar o que viagens anteriores ao planeta já haviam constatado. Para isso, eles recorreram ao comitê da NASA voltado especificamente para exploração no planeta vermelho, para certificarem-se que a nova sondagem poderia ser útil de fato. 

Foi decidido que a pesquisa irá observar como a energia se move pela atmosfera – de baixo para cima, em todos os momentos do dia e em todas as estações do ano. Isto será feito através da observação da poeira, que em Marte influencia bastante na temperatura do planeta.

Também será analisado o comportamento de átomos neutros de hidrogênio e oxigênio no topo da atmosfera. Há suspeitas de que eles desempenhem papel significativo na erosão contínua da atmosfera de Marte pelas partículas energéticas que fluem para longe do Sol.

Isso ajudaria a explicar o porquê de o planeta vermelho ter perdido a maior parte da água que já possuiu. A sonda permanecerá na órbita de Marte, a uma distância de 22.000 km a 44.000 km.

“Obteremos imagens completas do disco de Marte, mas nossa câmera possui filtros, por isso faremos ciência com essas imagens – obtendo visualizações globais com óculos diferentes”, disse David Brain, do Laboratório de Atmosfera Física Espacial. 

Com informações da BBC News.

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