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Muçulmanas lançam campanha para convertidas que querem usar Hijab

Para apoiar mulheres que querem se aproximar do Islam, Alessandra e Beatriz criaram uma série de vídeos com depoimentos de mulheres convertidas.
  • Alessandra e Beatriz produzem roupas modestas e decidiram lançar uma campanha para incentivar convertidas que desejam usar o véu islâmico.
  • Para isso, elas convidaram outras muçulmanas para falarem sobre os desafios do período em que se converteram.
  • Os depoimentos são uma forma de orientar as novas convertidas a terem paciência e respeitarem seus limites, para que este momento seja prazeroso.
  • Além disso, a palavra de mulheres experientes é uma forma de alertar sobre as dificuldades e falar sobre a beleza e o sentido do uso do véu.

Toda muçulmana convertida tem uma história para contar sobre como foi o início do uso do lenço (hijab). Muitas vezes, esses relatos são de verdadeiras vitórias, seja contra o preconceito ou o julgamento alheio que, às vezes, fazem com que essas batalhas se repitam frequentemente. Mas enfrentá-las acaba compensando, pois seguir a religião é algo gratificante para elas.

Buscando incentivar e dar apoio a outras mulheres, Alessandra Melo e Beatriz Kehdy, sócias proprietárias da iCovered, que produz roupas para mulheres muçulmanas, decidiram lançar a campanha “Meu Primeiro Hijab”, que trouxe o depoimento de várias convertidas sobre como foi para cada uma delas começar a usar o lenço. As histórias são algo íntimo, mas a felicidade e o sentimento de liberdade são comuns em todos os relatos.

Orientações e apoio às novas muçulmanas

Desde o final de agosto, seis vídeos foram gravados por diferentes mulheres, postados nas redes sociais da iCovered e, desde então, reproduzidos centenas de vezes. O isolamento social causado pela pandemia de COVID-19 ajudou a aumentar o engajamento com a campanha, e sua repercussão foi surpreendente e bastante positiva.

“A gente está contando os desafios que cada uma passou e, muitas vezes, a gente acha que essa dificuldade é única, mas quando você vê, todo mundo passou por dificuldades similares de formas diferentes”, afirma Beatriz.

As idealizadoras do projeto acreditam que a etapa de aproximação e iniciação na religião é um período delicado que demanda tempo e paciência. As pessoas costumam ter estilos de vida muito distantes das práticas religiosas e, por isso, respeitar os próprios limites ajuda a entender e se aprofundar neste caminho espiritual.

“Todas as irmãs que passaram por isso colocaram isso no vídeo: a questão de estudar muito a religião. Primeiro, é preciso adquirir muito conhecimento e ir com calma, no seu tempo, sem querer abraçar o mundo, porque há muita coisa para entender e praticar. Por último, quando sentir o momento ideal, se coloca o hijab”, diz Alessandra. “Com o conhecimento, a gente pode (…) explicar (para os familiares) o porquê que a gente entrou para a religião para ajudá-los a entender, porque é um momento difícil, (…) tem família que não liga, mas outras ficam chateadas e com medo do desconhecido”, completou.

Em geral, o preconceito sofrido pelas muçulmanas e o medo de ser rejeitada dentro dos ciclos familiares e das amizades é algo que deixam muitas convertidas ou interessadas pelo Islam com receio de usar o lenço. Por isso, Alessandra e Beatriz acreditam que um estudo profundo sobre a religião e o contato com a história de mulheres que lidam com esses problemas são fundamentais para ajudar quem está se aproximando. “O maior medo está dentro de nós mesmas. Quando nos convertemos, precisamos ter muita convicção”, afirma Beatriz.

Uma campanha para continuar

As duas sócias também deram os seus depoimentos para a campanha “Meu Primeiro Hijab” e, em ambos os relatos, mostraram o quanto seu amor pelo Islam tornou-as capazes de enfrentar diversos desafios.

Para dar continuidade à campanha, elas convidaram outras mulheres que também passaram pelo mesmo processo, para que contassem sua própria experiência. À medida em que outros vídeos forem enviados, eles serão divulgados no Instagram da marca

“O fato de sermos o nosso próprio público facilita muito no entendimento do que nossas irmãs precisam, e esse retorno para nós é muito gratificante”, conclui Alessandra.

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