As palavras acima citadas foram ditas por nosso amado mensageiro ﷺ a sua esposa, `A’isha radi Allahu` anha (que Allah esteja satisfeito com ela). Um grupo de pessoas tinha passado pelo Profeta ﷺ e nossa mãe `A’isha, e disseram-lhe:”. As-sa’amu `alaykum” (que morte esteja com você) “Foi um jogo de palavras com” As-Salaamu ` alaykum (que a paz esteja com você) “, com a intenção de ridicularizar o Profeta ﷺ. `A’isha (ra) ficou tão irritada, que ela se levantou e começou a gritar com eles desejando que a morte estivesse com eles, e a maldição de Deus, e assim por diante.
Com isso, o Profeta ﷺ se virou para ela e disse estas palavras, dizendo-lhe para se acalmar, e não perder a compostura, mesmo em face de insulto pessoal. Este homem, o nosso mensageiro ﷺ, era um pilar de tranquilidade em um oceano de caos. Nossa mãe Aisha (ra), fez isso como a demonstração de um amor puro, sincero, e inflexível para com o nosso profeta (saw). Não por qualquer arrogância ou orgulho. Para ela era uma raiva enraizada no amor, um desejo de proteger o profeta daqueles que o odiavam. Que Allah esteja satisfeito com ela.
Quando aconselhados a se aclamarem, ou parar de serem tão críticos, o individuo (a) reage geralmente com estas três respostas:
E assim por diante.
Mas contra o que estas pessoas se enfurecem tanto? Não é contra a grave falta de serviços de aconselhamento na comunidade. Não é contra a dificuldade que os nossos jovens estão tendo em proteger a sua fé de um ataque intelectual. Nem as questões de violência doméstica, pobreza, rompimentos familiares ou falta de moradia que afligem os não-muçulmanos e muçulmanos em torno de nós.
Mas o comprimento das nossas calças e se ou não elas estão acima de nossos tornozelos, os comprimentos das nossas barbas, etc. Talvez contra a aderência de uma pessoa ou a falta dela a um grupo ou organização. Ou o que nós pensamos sobre os conceitos pseudo-filosóficos sobre a essência dos atributos de Deus. Tal maldade e aspereza não ocorre sobre o que está afetando as pessoas fisicamente, mas são direcionadas a um desacordo entre opiniões em nossas mentes. E também as diversas interpretações textuais que resultam em diferentes pareceres jurídicos ou a pontos de crença desconhecidos para a maioria dos muçulmanos do mundo.
Por que isso acontece conosco quando quase nada é mais importante na nossa religião do que a subjugação de nossos egos ao poder e à Unidade de Deus?
“O Islam nos pega e nos atira para que caiamos totalmente rendidos no amor para com o nosso Criador. No entanto, de alguma forma, alguns de nós transformamos ele (o Islam) em uma maneira de olhar desdenhosamente para a criação. “
Isso acontece porque em algum lugar ao longo do caminho em que nos esforçamos para amar a Deus, o ego, a parte mais íntima de nossa alma que deseja continuamente ser glorificado e exaltado sobre os outros, fez a nossa religiosidade um meio de fazer exatamente isso. A religião existe para esmagar o ego, e escravizar-lo para a adoração de seu Criador.
Quando dizemos Allahu-Akbar (Deus é o maior), o verdadeiro significado deste, quando se explora a gramática árabe, é “Deus é o Maior acima de tudo”, incluindo os nossos amores, nossos ódios, nossos desejos, nossas fraquezas, nossos sonhos, nossas esperanças, nossas próprias essências. O sucesso em alcançar nossos desejos é somente através de Sua permissão, e o poder de superar as nossas fraquezas é apenas através de Sua Misericórdia. Esta frase é formulada para nos lembrar da grandeza de Deus sobre nós mesmos e sobre todos os elementos de nossas vidas. Ela reconhece o poder esmagador que é Allah Subhanahu wa ta`ala (exaltado seja Ele).
No caminho da escravização do ego e à realização de reconhecer Allah (SWT) sozinho como o único objeto de adoração e amor, nosso ego procura uma saída para que ele não passe por tal tribulação e destruição; para que ele não tenha que desistir de sua posição com a que é elogiado e se sente valorizado.
Esse ego, essencialmente, sequestra a religiosidade do indivíduo e leva-o a um desvio. E o que é que desvio? Ao invés de deixar o Islam ser Islam, permitindo que a alma se perca nas maravilhas do poder de Deus, a natureza ilimitada do Seu amor, a amplitude magnânima de Sua Misericórdia, a profundidade incomensurável de seu conhecimento, o cuidado e carinho que Ele derrama sobre a Sua criação, o ego desvia a alma, para que ela AME-SE.
Quando a alma começa a amar a si mesma, torna-se insatisfeita não só com Deus, mas com a criação de Deus. Ela vê o seu próprio conhecimento, opinião e visão de mundo como superior a todos os outros. A fim de manter a sua falsa noção de ser humilde, ele expõe essa falsa humildade para os demais através de: “Eu não sou ninguém, não sou conhecedor” -Enquanto secretamente abriga desprezo por todos aqueles que seguem diferentes opiniões ou idéias sobre o Islã. É fácil reconhecer essa tendência em nós mesmos. Isso acontece quando o nosso discurso e vocabulário religioso torna-se menos sobre amar a Deus e seu Mensageiro ﷺ e melhorar a nós mesmos, e mais sobre as divergências de credo, tênues pontos legais, e como um grupo é ruim ou outro é bom.
Quando a religião torna-se mais sobre como uma pessoa não pratica o caminho que nos agrada (mesmo se estamos corretos em expressar a opinião do Islã ortodoxo) do que sobre como podemos agradar a Deus, a religião tem, essencialmente, transformado-se em uma ferramenta para nos fazer sentirmos melhor sobre nós mesmos.
Isso não quer dizer que devemos abandonar a crítica legítima no discurso religioso. Ordenar o bem e proibir o mal significa que devemos ter um interesse ativo em nossas comunidades e no esforço para desenvolve-las e nossas práticas religiosas de uma forma que seja saudável, natural, permitindo que muçulmanos de todas as origens sejam incluídos e não-muçulmanos sintam-se bem-vindos.
É tempo de examinarmos nossos motivos e sentimentos mais profundos quando críticos e negativos: “Estou criticando e fazendo brotar negatividade, porque a minha crítica e do jeito que eu estou colocando-a a diante irá contribuir ativamente para evitar danos e trazer benefícios? Ou estou criticando para ridicularizar, me fazendo sentir melhor, e fazendo os outros me verem como superior? “
Responder a esta pergunta correta e sinceramente é a diferença entre o idiota religioso e um servo de Deus.
Fonte: https://www.virtualmosque.com/personaldvlpt/character/being-religious-without-being-a-jerk/
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