Qual o conceito de Ummah no Islam?

Qual o conceito de Ummah no Islam?

Pergunta

O que o conceito de “Ummah” significa no Islam?

Resposta

O Conceito no Alcorão:

O Glorioso Alcorão é o primeiro constituinte que estabelece o conceito de nação em seu novo significado; seu conceito vasto e balanceado que se desdobra em unidade do credo. Foi o primeiro a alcançar toda a existência com seu chamado universal e humano que põe de lado qualquer tribalismo ou fanatismo. Ele se dirige à humanidade em geral sem qualquer restrição a tempo ou lugar.

A palavra “nação” foi mencionada no Alcorão no singular mais de 50 vezes e podemos facilmente extrair pelo menos cinco ou seis conceitos da palavra “nação” do Alcorão.

1 – O tempo e época

“E, se lhes adiamos o castigo, até um tempo contado…” (Alcorão 11:8)

“E aquele, dos dois, que se salvou, e que se lembrou de José, depois de algum tempo disse: Informar-vos-ei de sua interpretação. Então, enviai-me a José.” (Alcorão 12:45).

2 – O Imam que ensina a retidão e guia para o caminho correto

“Por certo, Abraão era prócer, devoto a Allah, monoteísta sincero, e não era dos idólatras.” (Alcorão 16:120)

3 – A prática ou curso seguido

Mas dizem: “Por certo, encontramos nossos pais em um credo, e, por certo, em suas pegadas, estamos sendo guiados.” (Alcorão 43:22)

4 – Um grupo de pessoas no geral

“E, quando chegou ao poço de água de Madian, encontrou, junto dele, uma multidão de homens, que abeberava os rebanhos…” (Alcorão 28:23)

“Por que exortais um povo, que Allah aniquilara ou castigara com veemente castigo?” (Alcorão 7:164)

Este significado acima foi mencionado em muitos outros versos.

5 – Um grupo de pessoas que tem a mesma fé

Os versos são numerosos quando se trata deste conceito particular.

“E, se Allah quisesse, far-vos-ia uma única comunidade…” (Alcorão 16:93)

“E, se Allah quisesse, haveria feito de vós uma única comunidade, mas não o fez, para pôr-vos à prova, com o que vos concedeu.” (Alcorão 5:48)

“E para cada comunidade há um termo…” (Alcorão 7:34)

Al–Tabari pensa que o conceito acima é o original para o termo “nação” apesar de que ele aceita – em muitas instâncias – a interpretação da palavra equivalente a “comunidade” ou “grupo de pessoas”.

6 – Um grupo parcial pertencente a uma fé particular

“E que seja formada de vós uma comunidade, que convoque ao bem, e ordene o conveniente, e coíba o reprovável. E esses são os bem-aventurados.” (Alcorão 3:104)

“Cada vez que uma comunidade ai entrar, amaldiçoará sua irmã…” (Alcorão 7:38)

O dicionário Al-Wasit define “nação” como: Cada grupo para qual um mensageiro foi enviado, crendo eles ou não.

Os estudos ocidentais trazem um conceito diferente, pois eles veem “nação” como sendo resultante de uma interação entre dois tipos de fatores:

Primeiramente estão os fatores objetivos como a linguagem, história, raça, região, interesses em comum, mesmas aspirações, mesmas tradições e hábitos e mesma cultura, etc. Em segundo estão os fatores subjetivos, como a consciência individual que cada pessoa e seu caráter singular e distinto, instando-o a manifestar este caráter distinto de maneira organizada.

Aos olhos dos Muçulmanos a palavra “nação” estende-se muito além de todas as vezes em que chamamos de “A Religião de Deus”. Aqui a nação começa com Adão e engloba todos os profetas e mensageiros através de sua passagem sagrada pela história. A nação após o Profeta Muhammad estende-se através de todos os tempos e lugares, sob todas as circunstâncias e para todos igualmente.

Iniciando a era da nação a partir do tempo de Adão como afirmado no Alcorão dá um significado totalmente novo para a história; então não é apenas um reconhecimento do fato ou realidade, mas sim a consolidação de um conceito sobre o qual a unidade humana pode ser fundada. Então o que a história nos conta? Ela nos conta os seguintes fatos:

A) Que Adão veio da terra (pó), então a terra é sua mãe e pai. Consequentemente, seus filhos devem tratar esta terra da mesma maneira que um filho trataria seus pais; esta relação é afinal baseada em devoção. Também já que Adão é da terra isto significa que há igualdade entre todos os seus filhos já que todos vieram de Adão e Adão veio da terra (pó). Ibn Omar narra para nós que o Profeta Muhammad deu um discurso sobre a nação no dia que Makkah foi liberada e disse:

“Ó povo! Verdadeiramente Allah removeu as palavras de ordem da Jahiliyah de vocês, e sua reverência aos seus antepassados. Então agora existem dois tipos de homem: um homem que é virtuoso, e teme a Allah e é honrado perante Ele, e um homem ímpio, que é miserável e insignificante perante Allah. As pessoas são os filhos de Adão e Allah criou Adam do pó…”

Já que Adão é da terra então ele retornará à ela e sua vida é limitada por sua morte. Assim esta vida é somente um lugar onde somos testados e designados e não um local de imortalidade. Allah diz, “Dela vos criamos e à ela vos tomamos e dela vos faremos sair, outra vez. (Alcorão 20:55)”. Já que Adão é da terra então ele precisa de outros e ele nunca pode ser uma entidade solitária. Daqui vem o significado da palavra: “Não há força ou poder exceto em Allah”, para indicar a realidade da existência do homem na terra e a realidade da sua busca nela.

B) À Adão foi dado um sopro do Espírito de Allah e este Espírito é uma criatura graciosa Dele. Allah diz:

“E, quando o houver formado e, nele, houver soprado algo de Meu espírito, então, caí prosternados, diante dele.” (Alcorão 15:29)

C) Os anjos foram ordenados a prostrarem-se para Adão e isto nos diz que ele é honrado. Allah diz:

“E, com efeito, honramos os filhos de Adão e levamo-los por terra e mar e demo-lhes por sustento das cousas benignas, e preferimo-los, nitidamente, a muitos dos que criamos.”(Alcorão 17:70)

D) À Adão foi mostrado os dois caminhos! Allah diz, “…E indicamo-lhe os dois rumos?” (Alcorão 90:10); isto é para dizer o caminho do bem e o caminho do mal.

F) Adão foi honrado e dotado de responsabilidade! Allah diz:

“Por certo, Nós expusemos a responsabilidade aos céus e à terra e às montanhas; então, recusaram encarregar-se dela, e, dela, se atemorizaram, enquanto o ser humano encarregou-se dela…” (Alcorão 33:72)

Esta perspectiva para a humanidade identifica o conceito de “nação” que iniciou com Adão como Allah diz:

“E, por certo, esta é vossa religião, uma religião única. E sou vosso Senhor; então, temei-Me.” (Alcorão 23:52)

“Por certo, esta é vossa religião, uma religião única, e Eu sou vosso Senhor: então, adorai-Me.” (Alcorão 21:92).

Desta forma nós chegamos a: 1) A nação que foi convidada à mensagem (ummat al-dawa): Esta é toda a humanidade, 2) A Nação que Aceitou a Mensagem (ummat al-ijaba): Estas são as pessoas que creram no Profeta Muhammad, sua fé e estilo de vida. Este conceito abrange o todo da humanidade e faz os Muçulmanos considerarem os não-Muçulmanos como uma nação digna de ser endereçada como “Ó povo…!” mesmo se os Muçulmanos são abordados como “Ó vós que credes…!”. Em nossa crença como Muçulmanos nós vemos como a intercessão do Profeta será para toda a humanidade até que nas palavras de Allah “E não te enviamos senão como misericórdia para os mundos.” (Alcorão 21:107), se tornem realidade.

Dentre os pré-requisitos para a compreensão deste conceito é corrigir as prioridades, identificar uma abordagem para lidar com esta vida, identificar nossa relação com os outros, estabelecer um programa para popular a terra. Consequentemente compreender o conceito de “nação” é essencial se isto representará a plataforma de lançamento para todos estes assuntos e muitos outros. Ativar esta percepção, entretanto, é mais importante do que a própria percepção.

A Nação em Herança e História

Quando a revelação desceu para o Profeta Muhammad na caverna de Hiraa, não havia tal coisa como “nação” no Golfo Árabe. Havia tribos conflitantes, uma infinidade de dialetos e fés, aspirações confrontantes e nos arredores da península haviam entidades politicas exploradas pelos estados maiores na região naquele tempo; os Ghassanidas e o Manathira no Levante e Hayra que eram conectados aos romanos e os persas. As diferenças eram acertadas de acordo com a riqueza, o prestígio, a honra, gabando-se pelos pais e mães, tribos e raças. O povo naquele tempo adotava três classes básicas; os mestres, os plebeus e os escravos!

Vamos citar esta narrativa da história para explicar nosso ponto mais profundamente. Nos primeiros dias do Islam, os Muçulmanos eram muito poucos em números, e os idolatras que eram oposição ao Islam costumavam perseguir os Muçulmanos. Sendo tão poucos, os muçulmanos não conseguiam fazer nada para parar esta perseguição, e eles pensaram ser melhor imigrar para a Abissínia (atualmente conhecida como Etiópia) onde eles poderiam viver livremente e de acordo com os princípios islâmicos. Al-Najashi (Negus, Rei da Abissínia) convocou os Muçulmanos para seu palácio e na presença dos estudiosos Cristãos, perguntou a eles: “Qual era sua religião prévia? Qual é sua religião atual? Por que imigraram para esse país?”. O porta voz dos Muçulmanos era Jafar Ibn Abu Talib, um jovem altruísta e cheio de fé. Ele respondeu:

“Ó Rei! Nós éramos pessoas ignorantes e vivíamos como animais selvagens. O forte entre nós vivia a predar os fracos. Não obedecíamos a nenhuma lei e não reconhecíamos autoridade alguma a não ser pela força bruta. Adorávamos ídolos feitos de pedra e madeira e não sabíamos nada da dignidade humana. E então Deus em Sua Misericórdia, nos enviou Seu mensageiro que era um de nós. Sabíamos de sua veracidade e sua integridade. Seu caráter era exemplar, e ele era o mais bem nascido dos Árabes. Ele nos convidou a adorar o Deus Único, e ele nos proibiu de adorar ídolos. Ele nos exortou a dizer a verdade e proteger os fracos, os pobres, os humildes, as viúvas e os órfãos. Ele nos ordenou a mostrar respeito às mulheres, e nunca as caluniar. Nós o obedecemos e seguimos seus ensinamentos. A maioria das pessoas em nosso país ainda é politeísta e eles ressentiram-se de nossa conversão para a nova fé que é chamada Islam. Eles começaram a nos perseguir e foi para escapar da perseguição que procuramos e encontramos santuário em seu reino.”

Quando o Profeta Muhammad faleceu, ele deixou o Golfo Árabe para trás como uma nação completa, uma fé única e direcionando-se para uma direção para a oração (qibla). Eles todos adoravam um Deus, seguiam uma lei (sharia), e estavam todos sob uma liderança política…etc.

Então a terra na qual os Muçulmanos viviam expandiu para incluir outros países como Levante, a Pérsia, Ásia, Egito, etc. Esta nação abrangia em seu  caldeirão muitos outros povos como os Persas, os Turcos, os Romanos, os Bérberes, os Curdos, etc. Então ela abraçou várias civilizações, ciências e culturas que eram encontradas nesses países para eventualmente formar uma única civilização que tem uma característica; uma das mais proeminentes civilizações da história da humanidade.

Em seu livro “The Pivotal Nation” (tradução direta A Nação Central), Dra. Mona Abdul-Fadl argumenta que a continuidade da nação através da história e transcendendo o fato histórico temporizado que vai de uma passagem fugaz até a realidade habitável dos dias de hoje apesar da ausência de sua forma consubstanciada institucional (o califado) desdobra-se em várias regras:

  1. O Profeta Muhammad esforçou-se para estabelecer a nação mesmo antes do estado ou da soberania que iria institucionalmente incorporar esta nação.
  2. O Profeta Muhammad deixou para trás uma ‘nação’ ao invés de um ‘líder’; se não houvesse uma nação, não haveria ninguém para liderá-la. Consequentemente o líder (imam) é um derivativo da nação e a nação (ou a comunidade) é a entidade original.
  3. Neste sentido a ‘nação’ se torna depositária da mensagem de Muhammad; ou para deixar claro, a nação se torna o recipiente do Alcorão.
  4. Esta relação física que deu caminho para a nação liga isto de alguma forma a causa e não ao efeito. Então a nação sobreviverá contanto que o Nobre Alcorão sobreviva, mas o desaparecimento do “imam” ou do “califado” mesmo que isto enfraqueça a eficácia da nação, (sendo seu símbolo personificado) ainda assim, nunca terminará sua existência a qual, ao invés, garantirá sua regeneração. A nação no Islam é a entidade que dá caminho a sistemas políticos, econômicos e sociais sob o pretexto do Islam como uma doutrina e lei. Este pretexto todo é adotado pela nação que crê na abordagem holística da vida sem nenhuma dicotomia entre esta vida e a próxima. Ao final isto gera para a nação potência máxima e impulso para prosseguir com determinação a implementar seu sistema até que este seja consubstanciado no campo da realidade. Louis Gardet expressou este significado claramente dizendo:

    “O Islam presume este fundamento inseparável da ligação entre a religião e o estado e entre a comunidade e o credo. Esta correlação física inevitavelmente impõe a si mesmo e extrai estas formações positivistas apropriadas que irão incorpora-la, e sem esta o sistema estará incompleto.”

Isto dá a dimensão histórica da nação islâmica uma capacidade total em relação ao tempo e lugar e faz com que interaja com o que a precedeu e qualquer coisa que possa absorver sem qualquer senso de alienação. Esta interação histórica também não irá resultar em travo ou vagueza.

Uma Nação, Múltiplos Povos

Os Muçulmanos, por uma perspectiva islâmica, são uma nação que incluem múltiplos povos, múltiplas raças, idiomas e pátrias. Allah diz:

“…e vos fizemos como nações e tribos, para que vos conheçais uns aos outros. Por certo, o mais honrado de vós, perante Allah é o mais piedoso. Por certo, Allah é Onisciente, Conhecedor.” (Alcorão 49:13).

Sendo feita de múltiplos povos não constitui um problema para a nação Muçulmana contanto que o Islam guie esta nação e governe suas ações. O Islam dissolve as diferenças entre os povos com suas doutrinas, valores, regras e ética. Ele funde todos em um único molde até que as diferenças se torne uma enriquecedora diversidade ao invés de um antagonismo. Todos são leais à Allah e à comunidade Muçulmana! Todos são orgulhosos da fé com a qual Allah os honrou:

“…Hoje, eu inteirei vossa religião, para vós, e completei Minha graça para convosco…” (Alcorão 5:3)

Os leais patriotas e nacionalistas não devem nunca se sentir desconfortáveis por pertencerem à nação Muçulmana porque pertencer à uma nação maior nunca poderia anular pertencer a países ou povos. O Islam não nega nosso amor por nossa pátria ou povo porque isto é natural para todos os seres humanos. Os seres humanos pertencem à vários círculos que se entrelaçam e integram sem conflito. Os companheiros pertenciam aos seus povos e tribos sem temor algum, nós temos; Salaman o Persa, Bilal o Abissínio, Suhaib o Romano e muitos outros Quraishs, Awsis, Khazrajis…etc. Não há contradição entre nacionalismo, Islamismo, Arabismo e globalismo se cada um é colocado dentro do contexto correto. Não se admira que os Muçulmanos sejam Uma nação porque o seu Senhor é Um, seu mensageiro é um, seu livro é um, a direção de sua oração é uma, seus rituais são os mesmos e sua lei de governança (a sharia) é uma.

Pertencer à nação Muçulmana engloba até mesmo os não-Muçulmanos já que eles todos pertencem à morada do Islam como concordado pelos juristas.

O Alcorão conecta todos os Muçulmanos com um laço indestrutível; o laço da irmandade na fé. Allah diz:

“Sabeis que os crentes são irmãos uns dos outros…” (Alcorão 49:10)

Não há significado para irmandade se o irmão não sente as dores e as preocupações de seu irmão. O Profeta Muhammad disse, “Os crentes, sem seu amor mútuo, misericórdia e compaixão, são como um corpo: se um órgão reclama, o resto do corpo desenvolve uma febre.” Este tipo de compaixão dá caminho para a cooperação como ilustrada pelo Profeta Muhammad em, “O crente para o crente é como os tijolos de uma parede, reforçando uns aos outros.” E então ele apertou suas mãos, entrelaçando seus dedos. Em outra narração ele diz:

“O Muçulmano é o irmão de um Muçulmano, Ele não comete injustiça contra ele e nem o abandona.”

Após isso vem a aplicação prática desta irmandade nas mãos do Profeta Muhammad no incidente da irmandade entre os imigrantes e partidários. Ibn Ishaq diz, “O Profeta Muhammad fez pactos de irmandade entre seus amigos os muhajirin, (os imigrantes que fugiram de Makkah) e os ansar, (os partidários que viviam em Madinah). Eles se tornaram irmãos aos pares. Então ele pegou a mão de Ali Ibn Abu-Talib e disse, ‘Este é meu irmão!’. Foi assim que o Profeta Muhammad – o mestre de todos os mensageiros, o líder de todos aqueles que temem à Allah, o mensageiro do Senhor dos mundos que não tem correspondente ou similar em toda a humanidade – se tornar irmão de Ali. Havia também Hamza Ibn Abdul-Mutalib (o leão de Allah e Seu Profeta) e Zaid Ibn-Haritha (o escravo liberto do Profeta) que se tornaram irmãos.”

Dentre as virtudes e temperamento puro dos ansar é que Allah diz sobre eles no Alcorão:

“E os que habitaram o lar [Madinah] e abraçaram a Fé, antes deles, amam os que emigraram para eles, e não encontraram em seus peitos cobiça do que lhes foi concedido. E preferem-nos a si mesmos, mesmo estando em necessidade. E quem se guarda de sua própria mesquinhez, esses são os bem-aventurados.” (Alcorão 59:9)

Allah também diz:

“…Se houvesses despendido tudo o que há na terra, não lhes haverias posto harmonia entre os corações, mas Allah pôs-lhes harmonia entre eles. Por certo, Ele é Todo-Poderoso, Sábio.” (Alcorão 8:63)

Al-Shawkani diz em seu livro “Fathul-Qadir”, “Isto é falando de forma geral, e a aliança dos corações dos crentes era uma das causas da vitória com a qual Allah endossou Seu Mensageiro. A maioria dos interpretes dizem, “Isto denota as tribos Aws e Khazraj desde que eles tinham guerras em curso e tribalismo intenso. Allah combinou seus corações através de sua crença no Profeta Muhammad. Outros intérpretes dizem:

“Isto significa a aliança entre os muhajirin e os ansar em geral. Os Árabes antes da revelação de Muhammad praticamente alimentavam-se uns dos outros. Eles nunca respeitaram propriedades ou sangue até que o Islam chegou, os uniu em um e afastou este fanatismo do meio deles.”

A este respeito foi narrado por Anas Ibn-Malik que ele disse:

“Os muhajirin disseram, ‘Profeta de Allah, nós nunca vimos qualquer povo que fosse uma melhor compensação para o que quer que seja do que perdemos e nem um melhor consolo por tão pouco que nós tivéssemos. Eles nos satisfizeram para não implorarmos, dividiram conosco todas as suas bênçãos até que nós temêssemos que eles fossem colher as recompensas.”

Mas o Profeta Muhammad disse:

“Não, isto não acontecerá contanto que vocês os agradeçam e chamem à Allah por eles.”

Ibn-Khatir disse, “Abdul-Rahman Ibn-Zayd Ibn-Aslam disse, ‘O Profeta de Allah disse para os ansar, “Seus irmãos deixaram seu dinheiro e filhos e vieram até vocês.” Então eles disseram, “Nós dividiremos nosso dinheiro com eles igualmente.” O Profeta disse, ‘Vocês podem fazer melhor?’ Eles perguntaram, ‘Diga-nos o que fazer Profeta de Allah!’ Ele disse, ‘Estas pessoas não estão acostumadas a trabalharem. Vocês proverão para eles e dividirão com eles seus frutos?’ Eles disseram, ‘Sim, o faremos!’

Montgomery Watt diz sobre o conceito de nação:

“O conceito de nação como aparece no Islam é a ideia mais magnifica e sem precedentes. Até nossos tempos ele ainda permanece como uma fonte para todo fluxo de fé exortando aos Muçulmanos para “unirem-se” em uma única “nação” onde todas as fronteiras de raça, língua, fanatismo a linhagem ou família desaparecem. O Islam é único em criar esta unidade entre seus seguidores para incluir diferentes espectros de árabes, persas, indianos, mongóis, chineses, bérberes, negros e brancos, alastrando por todo o globo e com todos os seus interesses diversos. Ninguém nunca saiu desta nação tentando cortar esta ligação ou tentando se desconectar dela.”

Fonte: http://eng.dar-alifta.org/foreign/ViewFatwa.aspx?ID=8037