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Ozil critica Arsenal pela falta de apoio aos muçulmanos chineses

Clube inglês declarou que não se envolve com política, no entanto, em 2020 havia prestado solidariedade a outros movimentos sociais.
  • Desde 2019, o jogador Mesut Ozil se manifesta abertamente contra a perseguição sofrida pelo povo uighur, na China.
  • O atleta esperava que seu clube, o Arsenal, se posicionasse contra a violência promovida pelo governo chinês.
  • No entanto, o Arsenal declarou que a opinião de Ozil é pessoal e que o clube não irá se manifestar sobre o assunto.

O jogador Mesut Ozil, uma das estrelas do time inglês Arsenal, criticou o clube nesta quarta-feira (12/08) pela falta de apoio aos muçulmanos perseguidos e detidos pelo governo chinês. A declaração foi dada ao jornal The Athletic, na qual o atleta afirmou que “a reação foi decepcionante”. 

Em dezembro de 2019, Ozil começou a se manifestar abertamente sobre o assunto, quando publicou em sua conta no Instagram uma mensagem se posicionando contra a perseguição aos uighurs, uma etnia predominantemente islâmica que vive na província de Xinjiang e que está sofrendo forte perseguição pelo regime chinês, que acusa os detidos de terem ligações com o terrorismo.

Na publicação, Ozil descreveu alguns detalhes da perseguição vivida pelos muçulmanos que foram denunciados pelas vítimas, familiares e veículos de imprensa: “Eles queimam seus Alcorões. Eles fecharam suas mesquitas. Eles proíbem suas escolas. Eles matam seus homens santos. Os homens são forçados a entrar em campos e suas famílias são forçadas a viverem com homens chineses. As mulheres são forçadas a se casar com homens chineses.”

No texto, ele ainda questiona os países islâmicos por não se posicionarem diante da perseguição: “Eles não farão barulho. Eles os abandonaram. Eles não sabem que dar consentimento para a perseguição é a própria perseguição?” 

Arsenal não se envolverá na causa

O clube inglês decidiu que não irá colocar em risco os seus negócios na China. Em um comunicado divulgado na rede social chinesa Weibo, o Arsenal declarou que “o conteúdo publicado é a opinião pessoal de Ozil. Como clube de futebol, o Arsenal sempre aderiu ao princípio de não se envolver na política”

No entanto, a declaração foi questionada pelo jogador. “Eles disseram que não se envolvem na política, mas isso não é política e eles se envolveram em outras questões”.

Neste ano, o Arsenal apoiou o movimento Black Lives Matter durante os protestos contra o racismo, após o americano George Floyd morrer sufocado em uma abordagem policial nos EUA. O clube chegou a entrar em campo com uniformes especiais para prestar solidariedade ao movimento. Ozil, no entanto, esperava que o mesmo apoio pudesse ser dado aos muçulmanos.

“Há muitos jogadores e torcedores negros do Arsenal e é fantástico que o clube esteja apoiando”, afirmou Ozil. “Mas eu gostaria que as pessoas tivessem feito o mesmo pelos muçulmanos porque o Arsenal também tem muitos torcedores muçulmanos e é importante para o mundo dizer que a vida dos muçulmanos é importante”, completou.

Com informações de: mailonline

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