PERGUNTA:
Fomos alvo de críticas de “salafis” por usarmos roupas da sunna nessa nossa era. Eles dizem que é um aspecto irrelevante e desnecessário da cultura e da tradição árabe que não carrega recompensa na religião. Qual é o ponto de vista do povo da sunna (ahl as-sunna) sobre a permissão dos “salafis” para rezar, liderar a oração e fazer sermões (khutba) sem usar nada na cabeça e com roupas no estilo ocidental?
RESPOSTA:
É reprovável não cobrir a cabeça durante a oração se puder cobrir, pois isso faz parte da excelência no adorno que Allah comandou quando disse: “Ó Filhos de Adão! Revesti-vos de vosso melhor atavio em toda hora e local de oração” (7:31). Se não tiver os meios para obter uma camisa longa ou algo para cobrir a cabeça, pode rezar sem, mas se tiver, então estará negligenciando a obediência a Allah e a atenção ao Profeta, como diz o hadith: “Allah gosta de ver o sinal da benevolência d’Ele no Seu servo.” (1) Quanto aos que puxam a oração e o sermão (khutba) com calças ocidentais e outros trajes apertados, tanto eles quanto quem os seguem estarão agindo de maneira indecente e ignorante, colocando a adoração deles em perigo, ignorando o excelente exemplo do Profeta e seguindo os modos dos descrentes. Uma das afirmações mais imbecis é “se o Profeta viesse no nosso tempo ele usaria jeans azuis.” Busco o perdão de Allah! (Astaghfirullah.)
Usar o manto (jilbab), a saia longa (izar), a camisa longa (thawb), o turbante (‘imama)(2), a jaqueta longa (jubba), as calças largas (sirwal) e assim por diante é a sunna profética de se vestir, e não damos a mínima para os seculares que reduzem este aspecto do islam para uma sunna insignificante ou desnecessária. Nenhuma sunna é insignificante ou desnecessária. Que Allah nos proteja de insultos assim contra o Profeta, banalizar a sunna. Devemos lembrar que sempre que abandonamos uma sunna do Profeta, adotamos uma inovação (bid‘a) em seu lugar. Ele disse:
“Quem der vida a uma das minhas sunnas que tenha sido eliminada depois do meu tempo receberá a recompensa de todos aqueles que a praticavam sem que a recompensa deles seja diminuída…” (3)
“Quem der vida a uma das minhas sunnas, ele me ama: e quem me ama está comigo.” (4)
“Quem observar a minha sunna no tempo que a minha comunidade tiver caído na corrupção receberá a recompensa de um mártir.” (5)
E Abu Hurayra narra o seguinte hadith em Muslim, Nasa‘i, Malik e Ahmad:
“O Profeta veio ao cemitério e disse: ‘Que a paz esteja convosco, ó morada de um povo de crentes! Certamente nos uniremos a vós, se Allah quiser. Como anseio ver meus irmãos!’ Eles disseram: ‘Ó Mensageiro de Allah, nós não somos seus irmãos?’ Ele respondeu: ‘Vocês são meus Companheiros! Quanto aos meus irmãos, eles são aqueles que ainda não apareceram.’ Eles disseram: ‘Como você reconhecerá os membros da sua Comunidade que ainda não apareceram (no seu tempo), ó Mensageiro de Allah?’ Ele respondeu: ‘Suponha que um homem tenha cavalos com marcas brilhantes nas testas e nas pernas: por acaso ele não os reconheceria entre outros cavalos que fossem todos pretos?’ Eles disseram: ‘Sim, ó Mensageiro de Allah!’ Ele prosseguiu: ‘Em verdade, eles (meus irmãos) virão com suas testas e membros brilhantes por suas abluções, e eu os guiarei ao meu Lago.’”
Longe de nós com a afirmação de que a religião consiste de externalidades. No entanto, o Profeta, seus Companheiros, seus Sucessores e todos os virtuosos que vieram depois deles até a nossa era no decorrer dos séculos, todos eles usavam o turbante, a barba, e as roupas largas associadas ao islam. Al-Munawi disse: “O turbante é uma sunna, principalmente na oração e para a própria beleza , por causa das muitas tradições que o citam.”(6) Somente os ignorantes podem concordar com o abandono de qualquer um desses aspectos da religião sob o pretexto de que eles são coisas externas, apenas costumes ou que sejam “do passado”. E somente os inimigos do islam se oporiam contra quem é fiel a cada um dos aspectos da sunna, inclusive a maneira profética de se vestir, de comer e de levar a vida diária. O que diriam do Companheiro ‘Abd Allah ibn ‘Umar, que costumava descer de sua montaria para andar pisando sobre as pegadas onde o Profeta havia pisado, mesmo que andar daquela forma não fosse parte da legislação? (7)
Eles afirmam: “Usar um gorro, roupas brancas, a saia longa (izar) ou o manto (jilbab) não é ato de adoração. Portanto, não é um dos atos de servidão (‘ibadat) que leva à excelência (hasanat).” A nossa resposta é: Vocês estão errados. É sim um ato de adoração quando a intenção é agradar a Allah, e acarreta em ainda mais recompensas quando consiste em seguir a sunna do Profeta, mesmo se forem somente os detalhes da vestimenta dele. Sobre o hadith: “As ações vão de acordo com as intenções,” Nawawi comentou:
“Quem alimentar seu animal com a intenção de obedecer ao comando de Allah, ele é recompensado, ao passo em que, se ele tiver a intenção de preservar a sua renda, não há recompensa: al-Qarafi (8) diz isso. Uma exceção nesse caso é a montaria do combatente no caminho de Allah. Se ele a preparar com essa intenção e ela beber num momento que ele não teve como intenção dar de beber a ela, ele ainda obterá a recompensa, como é dito no Sahih de Bukhari. (9) É semelhante com as interações com a esposa, ao fechar a porta e ao extinguir as chamas das lâmpadas antes de dormir: se a pessoa tiver como intenção nesses atos obedecer ao comando de Allah, será recompensada e, se tiver outra coisa como intenção, não será…”
Fizeram para a intenção uma categoria na jurisprudência para que pudéssemos distinguir hábitos de atos de adoração e também para diferenciar o patamar dos atos de adoração em relação a outros atos. Para ilustrar essa distinção, vejamos a ação de sentar-se na mesquita: seu propósito poderia ser descanso se fosse por hábito, ou poderia ser adoração com a intenção de “retiro e devoção” (i‘tikaf). Nesse caso, o que diferencia entre hábito e adoração é a intenção.
Se o ato de apagar as luzes antes de dormir pode trazer recompensas, então o que dizer sobre entrar em conformidade com o modelo exterior do Melhor da Criação? A explicação do Imam Nawawi sobre intenção deixa claro que o muçulmano usar vestes da sunna tanto em oração quanto fora dela é adoração, que constitui uma obra excelente (hasanah) e que traz recompensa quando a intenção é de obedecer a Allah e ao Profeta, seguindo o exemplo do Profeta.
A prova de que seguir o exemplo do Profeta nos mínimos detalhes do vestuário é sunna está no seguinte hadith, por Bukhari:
Narrado por Ibn ‘Umar: O Profeta usava um anel de ouro e as pessoas, o seguindo, usavam anéis de ouro também. Então o Profeta disse: “Fiz esse anel de ouro para mim mesmo.” Então o jogou fora e disse: “Jamais o colocarei.” Assim as pessoas também jogaram fora seus anéis. (10)
O mínimo que os estudiosos da shari‘a dizem sobre esse assunto, é que seguir o Profeta na maneira de se vestir e nas tarefas do dia a dia como comer, andar e dormir é relacionado com a excelência (ihsan) e com a perfeição (kamal), é recomendável (mustahabb) e faz parte das boas maneiras na religião (adab). Toda prática recomendável que seja realizada baseada na intenção de seguir o Profeta, leva a um grau mais elevado no paraíso, que quem deixa de fazer essas coisas pode não alcançar. E Allah sabe mais.
O Profeta disse: “Rezem como me veem rezar.” E não há prova alguma de que ele tenha rezado alguma vez sem usar nada na cabeça. Em vez disso, como Bukhari demonstra num hadith que cita no capítulo “Sobre o uso de turbantes”, o Profeta usava seu turbante tão continuamente que lavava por cima dele na ablução, para não ter que tirá-lo.(11) Ele usava o turbante na guerra e durante a khutba e ele aceitava turbantes como presentes, como estabelecem os três hadiths a seguir:
Jabir disse: “O Profeta entrou em Meca no Dia da Vitória usando um turbante preto, e deixou as duas pontas soltas entre os seus ombros.” (12)
Ja‘far ibn ‘Amr narra do pai dele: “Vi o Profeta no púlpito usando um turbante preto, com a extremidade solta entre suas escápulas.” (13)
Abu Sa‘id al-Khudri relata que quando o Profeta obtinha alguma peça nova de roupa, ele a mencionava, quer fosse turbante, camisa longa ou capa, e dizia: “Ó Allah, todo o louvor e gratidão são para Ti. Tu me deste esta vestimenta. Busco de Ti o bem dela e o bem que com ela é feito e busco o refúgio em Ti contra o mal dela e contra o mal que com ela é feito.” (14)
São provas do Profeta, que as bênçãos e a paz de Allah estejam com ele, contra os “salafis” que propagam livros como A Oração do Profeta como se Pudéssemos Vê-lo (The Prophet’s Prayer as if You Saw Him), onde não mencionam o turbante uma única vez, porque os “salafis” imaginam que o Profeta é igual a eles e reza sem usar nada na cabeça, ao passo em que ele está distante deles e eles, distantes dele. (15)
A asserção do autor do livro Fiqh as-Sunna também não é aceitável, dados os hadiths que citamos. Ele diz: “Não há evidência alguma de que é recomendado cobrir a cabeça para rezar” na seção “Os requisitos da oração”. O autor menciona a narração de Ibn ‘Asakir, de Ibn ‘Abbas, que diz que o Profeta às vezes tirava o seu chapéu e o colocava na sua frente como barreira de oração (sutra), mas: ele não cita a cadeia de transmissão (isnad) do hadith, nem a validez dele, nem onde ele está exatamente na obra de Ibn ‘Asakir, que sabemos que menciona hadiths de todos os tipos de validez. Portanto, esse hadith não pode ser considerado como evidência.
É irônico que em outra parte de Fiqh as-Sunna, o autor inclui: “atos permitidos na oração: se prostrar sobre a própria roupa ou gorro com alguma justificativa válida”, se baseando no relato de Ibn ‘Abbas, incluído no Musnad do Imam Ahmad com uma cadeia de transmissão válida, onde o Profeta reza sobre uma roupa e protege o seu rosto com parte dela contra o calor ou o frio do chão. Então, Sayyid Sabiq acrescenta: “É detestável se for feito sem algum motivo genuíno.” Me pergunto qual a razão dele de não falar a mesma coisa sobre a evidência mais fraca que ele cita para apoiar a afirmação de que é desnecessário rezar usando algo na cabeça.
Fiqh as-Sunna conclui a breve seção sobre rezar sem nada na cabeça com outro erro: “Segundo os Hanafis, é permitido rezar com a cabeça descoberta. Na verdade, eles dão preferência a rezar assim, se for feito por humildade e reverência.” Onde o tradutor de Fiqh as-Sunna acrescenta: “Que Allah recompense Sabiq por mencionar a posição dos Hanafis quanto a isso. Conheci muitos muçulmanos desinformados que insistem em cobrir suas cabeças enquanto rezam porque (dizem) que estão seguindo a escola de pensamento Hanafi. (J.Z.)”! Que Allah perdoe Sayyid Sabiq por representar erroneamente a escola Hanafi, e que Allah corrija “J.Z.” por perpetuar essa má representação. O que vem a seguir é a verdadeira opinião da escola Hanafi de jurisprudência (de fiqh, não “de pensamento”!):
Segundo a escola Hanafi, [entre] os atos detestáveis (al-makruhat) na oração, estão os seguintes: … i‘tijar, que é enrolar um pano na cabeça e deixar o centro dela descoberto;… [ou] rezar sem cobrir a cabeça por preguiça. Quanto a rezar com a cabeça descoberta por humildade e submissão, é permitido (ja‘iz), não detestável. (16)
É estranho que Sayyid Sabiq tenha mudado os juízos da escola Hanafi, um de “detestável” para “lícito” e outro de “lícito” para “recomendado”. É ainda mais estranho que o tradutor dele o louve pelo erro e não o corrija. Mas o pior de tudo é a arrogância do tradutor ao chamar os muçulmanos Hanafis que insistem em cobrir suas cabeças de “desinformados”!
Outros “salafis” têm uma posição em plena conformidade com a dos Hanafis e do resto do povo da sunna (Ahl al-Sunna) neste assunto. A seguir há um juízo (fatwa) de uma perspectiva Hanafi/Hanbali, seguido de duas fatwas de ponto de vista “salafi”:
“Fazer as coisas com a cabeça descoberta sem justificativa válida ou motivo válido é obviamente um hábito repreensível. É… o costume dos transgressores (fussaq). É juridicamente detestável (makruh). É necessário (wajib) se afastar do hábito. O mestre dos mestres, Hazrat Shaykh ‘Abd al-Qadir Jilani (que Allah tenha misericórdia dele) diz: ‘Descobrir a cabeça ou outras partes do corpo que não estejam inclusas na satr (as partes do corpo que devem sempre estar vestidas) em frente às pessoas, ao passo em que deixá-las cobertas é método ou hábito dos homens virtuosos civilizados ou ortodoxos, é abominável.’ (Ghunyat al-talibin 1:14) Allamah Jauzi (que Allah tenha misericórdia dele) diz: ‘Não é dúvida para o sábio que é abominável ficar com a cabeça descoberta em frente às pessoas. É um ato que é malvisto e vai contra a gentileza, a benevolência, a etiqueta e o cavalheirismo.’” ‘Abdul Rahim Lajpuri, Fatawa Rahimiyya, 3:202 #308.
“É permitido que o homem reze com a cabeça descoberta… mas é recomendado (yustahabb) que o adorador esteja vestido da maneira mais perfeita que seja apropriada para ele, da qual faz parte o acessório da cabeça: o turbante (‘imama), o gorro de turbante (qalansuwa), outros gorros que vão por baixo dele (kimma, taqiyya, ‘araqiyya) e coisas do tipo. Descobrir a cabeça sem justificativa válida é, assim, repreensível (makruh), principalmente nas orações obrigatórias e ainda mais em congregação… mas é somente detestável e ainda válido, como disse al-Balaghawi e muitos outros (c.f. Nawawi, al-Majmu‘ 2:51). É incorreto que a pessoa normal se abstenha de rezar atrás de um homem com a cabeça descoberta. No entanto, o imam é o primeiro entre os adoradores em que as condições de compleição e perfeição devem ser concretizadas, e ele deve ser o mais escrupuloso em observar atentamente a Sunna do Profeta.” Mashhur ibn Hasan Salman, al-Qawl al-mubin fi akhta’ al-mursalin (p. 58-60).
“Na minha opinião, rezar com a cabeça descoberta é algo repreensível, pois todos reconhecem que é melhor que o muçulmano vá vestido da maneira islâmica mais perfeita, de acordo com o hadith: “Allah é mais digno do seu embelezamento de si.” (hadith válido – hasan). Esse hábito de descobrir a cabeça não faz parte do costume dos antepassados (salaf) – andar assim na rua e entrar assim em locais de adoração. Pelo contrário, é um costume estrangeiro que infiltrou muitos países islâmicos quando os descrentes os invadiram e trouxeram seus hábitos com eles. Os muçulmanos começaram a imitá-los e, assim, perderam sua personalidade islâmica além de outras características do tipo… Também não é estabelecido que o Profeta já tenha rezado sem turbante, exceto enquanto em estado de consagração da peregrinação (ihram), mesmo com a grande quantidade de ocasiões para que reparassem e relatassem se ele tivesse rezado assim. Portanto, quem afirmar que ele já tirou o turbante para rezar, que demonstre com provas, pois a verdade é mais digna de ser seguida.” Albani, al-Din al-khalis (3:214) e Ajwiba al-nafi‘a ‘na al-masa’il al-waqi‘a (p. 110).
Outro ponto de vista ainda mais desviado é o que considera o fato de que cobrir a cabeça é “apenas uma Sunna” como desculpa para não cobrir! Recentemente, um irmão deu uma resposta excelente, refutando essa aberração num fórum eletrônico:
“É verdade que cobrir a cabeça não é obrigatório (fard) mas é altamente recomendado pela sunna. Um juízo (fatwa) em Radd al-Mukhtar [de Ibn ‘Abidin] afirma que deixar alguma sunna por menosprezá-la é descrença (kufr). Não devemos menosprezar as sunnas. Allah diz: ‘Dize [ó Meu Profeta, aos crentes]: se amam a Allah, sigam a mim.’ Então, a pessoa que deixar uma sunna só porque não é obrigatória, enquanto é capaz de observá-la, não está fazendo o que diz o ayah (versículo, sinal) e, assim, demonstra sua falta de amor por Allah.”
Afirmações do tipo de “afinal, é [apenas] sunna”, certamente demonstram uma falta de amor pelo Profeta, falta de amor essa que, por sua vez, indica uma fraqueza de fé (iman). O Profeta Muhammad, que a paz esteja com ele, diz: “A fé de ninguém é perfeita até que ele me ame mais do que ama seus pais, seus filhos e toda a humanidade.”
Que Allah nos abençoe com o caminho correto dos Imams e aumente o nosso amor pelo Profeta.
O Profeta deu muitas instruções para nos adornarmos e arrumarmos para a oração e até para meras interações sociais, como demonstram os três hadiths a seguir, citados pelo próprio Sayyid Sabiq:
O Profeta disse: “O que há de ruim se qualquer um de vocês tiver os meios para vestir duas peças de roupa na oração de sexta-feira além das duas peças de roupa que usam durante o trabalho diário?” (17)
Ibn Abi al-Ahwas disse: “Fui ver o Profeta vestindo roupas esfarrapadas e ele disse: ‘Você tem dinheiro?’ Eu disse que sim. Ele disse: ‘De onde vem o seu dinheiro?’ Eu disse: ‘Allah me deu camelos, ovelhas, cavalos e escravos.’ Ele disse: ‘Então se Allah lhe deu dinheiro e posses, ele gostaria que você os demonstrasse.” (18)
Abu al-Darda’ disse que o Profeta disse: “Vocês estão vindo até seus irmãos, portanto arrumem suas montarias e remendem suas roupas até que vocês se ressaltem entre as pessoas (com a sua excelência) como uma pinta se ressalta num rosto. Em verdade, Allah não gosta da fala obscena, nem do comportamento obsceno.” (19)
O significado desses hadiths é que os muçulmanos devem ser conspícuos com suas boas aparências dentro e fora da oração e também nas sua excelência, na ética e na religião. Ibn Qudama escreveu em seu Mughni no capítulo sobre as características da oração:
Quanto ao vestuário, há quatro distinções: o que é permitido, o que é recomendado, o que é ofensivo e o que é proibido. É permitido usar uma só peça de roupa longa que cubra a nudez (‘awra) ou as partes íntimas e jogar uma das suas pontas por cima do ombro… É recomendado rezar usando duas ou mais peças de roupa. Ao fazer isso, devemos fazer o nosso melhor para nos cobrirmos apropriadamente. Relata-se (por Abu Dawud e outros) que ‘Umar disse: “Se Allah lhe enriqueceu, se porte de acordo com a sua riqueza. Que o homem traje o que lhe cabe. Que reze com uma saia longa na cintura (izar) e um manto (burd), ou de izar e camisa longa (qamis), ou de izar e alguma peça de mangas longas (quba’), ou de calças largas (sarawil) e capa larga (rida’), ou de calças e camisa longa, ou de calças e mangas compridas, ou de bermuda (tubban) e camisa longa.” (20)…
Al-Tamimi disse: “Usar uma só peça de roupa para rezar é permitido, é melhor usar duas, e quatro peças é mais perfeito: uma camisa longa, calças, um turbante e um izar”… Al-Qadi disse: “Isso (a recomendação de se vestir bem para a oração) é mais estabelecido para o imam do que para as outras pessoas, pois ele está na frente de quem segue a oração, e a oração deles depende da oração dele.” (21)
Ibn Hajar comenta o seguinte sobre o hadith de ‘Umar:
No hadith (de ‘Umar em Abu Dawud) há uma prova da obrigatoriedade de rezar usando mais do que uma peça de roupa, pois rezavam usando apenas uma por causa da escassez de roupas. No hadith também há a prova de que é preferível rezar usando duas peças em vez de uma só. Qadi ‘Iyad até declarou que não há divergências de opinião quanto a isso. No entanto, a expressão utilizada por Ibn al-Mundhir pode sugerir que havia, já que quando ele menciona que os Imans permitiram a oração com somente uma vestimenta, ele diz: “Alguns deles disseram que é recomendado rezar com duas.” (22)
Uma boa demonstração de tudo isso foi dada pelo Imam Abu Hanifa, que era famoso por se vestir extremamente bem, se perfumando e se ajeitando especialmente para a oração, pois a oração é o momento da conversa íntima com Allah. Esse é o exato método de al-Hasan ibn ‘Ali no que diz respeito à oração, e Sayyid Sabiq também relata isso no livro dele. Quando al-Hasan rezava, ele usava suas melhores roupas. O questionaram sobre isso e ele disse: “Em verdade, Allah é belo e Ele ama a beleza. Por isso, fico belo para o meu Senhor.” É possível que alguém imagine que al-Hasan ou Abu Hanifa não compreendiam a importância de usar algo na cabeça? E se imaginarem, então por que al-Nadr relata que Abu Hanifa possuía nada menos do que sete gorros (qalansuwas)? (23)
Al-Khatib al-Baghdadi relata em seu Tarikh Baghdad que certa vez Abu Hanifa pediu a um homem que estava com as roupas esfarrapadas que ficasse um pouco mais depois que os outros fossem embora do seu círculo de estudos. Disse a ele: “levante o tapete de oração, pegue o dinheiro que está ali e compre algumas roupas boas para você.” O homem disse a ele que era rico e que não necessitava do dinheiro. Abu Hanifa disse: “Você não foi informado que o Profeta disse: ‘Allah gosta de ver o sinal da Sua benevolência em Seu servo’?” (24)
Bukhari também narra no livro da oração (Salat) que Hasan al-Basri disse que no tempo do Profeta, por causa do calor escaldante, “eles costumavam se prostrar no pano dos seus turbantes (‘imama) e nos seus gorros de turbante (qalansuwas), com as mãos sobre as mangas”, e Anas Ibn Malik disse:
“Costumávamos rezar com o Profeta e alguns de nós colocávamos as extremidades das nossas roupas no local da prostração por causa do calor escaldante.”
Esse povo nobre usava turbantes e mangas longas no calor escaldante! Perguntamos aos ditos “salafis”: na sua opinião, isso indica que o Profeta e os nossos Antepassados (Salaf) abordavam a oração (salat) da mesma maneira que vocês, quando avançam, com as cabeças descobertas e de mangas curtas e calças justas, para liderar aqueles que confiam em vocês?
Há critérios estéticos também, e fomos ordenados a “vestir roupas belas em todo local de oração”. Sabemos das instruções do Profeta que o branco, por exemplo, se enquadra na categoria de “belo”, porque ele chamou as vestimentas brancas de “o seu melhor traje”. (25) O fato de que o próprio Profeta muitas vezes usava roupas brancas para rezar pode ser inferido do dito de ‘Umar ibn al-Khattab, narrado por Malik no Livro da Oração de Sexta-Feira, em seu Muwatta’:
“Eu amo ver o recitador do Alcorão (ou seja, o líder da oração de sexta-feira) usando branco.”
O uso do turbante também é bastante enfatizado, pois há mais evidências de que o Profeta e os Companheiros o usavam o tempo todo do que do contrário (implícito por causa da instrução de removê-lo durante a peregrinação [Hajj] e da permissão para esfregá-lo na ablução (wudu’), em vez da cabeça). É o acessório de cabeça preferido dos sábios em particular, e era costume chamá-los de al-mu‘ammamun, ou “o povo do turbante”. Dizem que Nawawi, durante toda sua vida, teve somente uma thawb (camisa longa) e um turbante. Quem dentre os sucessores (khalaf) ficava mais próximo da sunna do que ele? (26)
Citamos em outra ocasião os relatos de Ibn al-Jawzi e Ibn al-Qayyim sobre a beleza de Hasan al-Basri. Aqui os citamos novamente. Perceba no que consistia a beleza dele:
“Um grupo de mulheres saiu no dia do ‘Eid e foi andando e olhando para as pessoas. Perguntaram a elas: ‘Quem é o homem mais bonito que viram hoje?’ Elas responderam: ‘É um shaykh que usa um turbante preto.’ Elas se referiam a Hasan al-Basri.” (27)
Al-Hasan deixou para trás uma jaqueta longa (jubba) e branca feita de lã, que ele havia vestido à exclusão de qualquer outra pelos últimos vinte anos, inverno e verão. Quando ele morreu ela estava num estado imaculado de beleza, limpeza e qualidade. (28)
Tanto Nawawi quanto Ghazali recomendam o uso do turbante ao menos durante as sextas-feiras, da hora que sair para a oração de sexta-feira (Jum‘a) até a hora que voltar para casa, ainda mais para o imam. Citamos eles e outros sábios mais adiante, onde falamos sobre a etiqueta de se usar o turbante.
Além do mais, sobre o vestuário, a sunna é uma segurança para a oração e para outros atos como a interação social, já que ela sem dúvida cumpre o requisito da shari‘a de que os muçulmanos cubram sua nudez e se vistam modestamente, ao passo em que o vestuário ocidental muitas vezes não cumpre. A pior parte do vestuário ocidental são as calças masculinas, que, em sua grande maioria, têm um corte apertado demais.
Portanto, é recomendável (mandub) rezar usando “três das suas melhores roupas – a camisa longa, calças e um turbante ou gorro” na jurisprudência (fiqh) Hanafi, “um manto que vá até os tornozelos e um turbante” no fiqh Shafi‘i (30) e “uma camisa longa, calças, um turbante e um izar” no fiqh Hanbali, como já mencionamos. (31) O Imam Malik disse: “O turbante vem sido usado desde o começo do islam e até hoje não deixaram de usá-lo. Sempre que vi alguém do Povo da Excelência, estava usando o turbante – Yahya ibn Sa‘id, Rabi‘a e Ibn Hurmuz. No círculo de Rabi‘a, eu encontrava mais de trinta homens usando turbantes, e eu era um deles. Rabi‘a não o tirava até que as Plêiades subissem (a hora de dormir), e ele costumava dizer: ‘Juro que me parece que ele aumenta a inteligência.’” (32)
Os seguintes exemplos demonstram a importância do vestuário da sunna segundo os hadiths e a prática dos salaf:
Quanto ao versículo: “Vosso Senhor auxiliar-vos-á com cinco mil anjos portando sinais (musawwimin – marcas, sinais)” (3:125), Ibn ‘Abbas disse: “Dizem que musawwimin significa portar sinais ou usar turbantes (muta‘ammimin).”Isso também é relatado por Makhul, como cita Ibn Kathir no seu comentário sobre versículo.
Ibn Kathir, no seu Tafsir, relata de Ibn Abi Hatim que ‘Ali disse: “O sinal dos anjos no dia de Badr era a lã branca, e a marca deles também estava na testa dos seus cavalos.”
Ibn ‘Asakir in seu Tahdhib (6:232) e Suyuti em al-Haba’ik fi akhbar al-mala’ik relatam segundo a autoridade de ‘A’isha que o profeta disse: “A maioria dos anjos que vi usavam turbantes.”
Os próximos seis hadiths são do comentário do Alcorão de Suyuti, chamado de al-Durr al-Manthur fi al-tafsir al-ma’thur. Em Tabarani e Ibn Mardawayh segundo a autoridade de Ibn ‘Abbas com uma cadeia fraca de transmissão: “A respeito de musawwimin, o Profeta disse: ‘Significa mu‘allamin ou marcado.'” Ibn Kathir menciona o hadith.
No Musannaf de Ibn Abi Shayba, no Tafsir Ibn Jarir al-Tabari, Ibn al-Mundhir, Ibn Abi Hatim e Ibn Mardawayh segundo a autoridade de ‘Abd Allah ibn al-Zubayr: “Al-Zubayr estava usando um turbante amarelo no dia de Badr, então os anjos desceram usando turbantes amarelos. Abu Nu‘aym diz o mesmo em referência a Jibril em seu livro Fada’il al-Sahaba, sob a autoridade de ‘Urwa. Ibn Kathir menciona que Ibn al-Zubayr estava usando o i‘tijar (um só pano da cabeça aos pés).
Por Abu Nu‘aym e Ibn ‘Asakir sob a autoridade de ‘Abbad ibn ‘Abd Allah ibn al-Zubayr: “No dia de Badr, al-Zubayr estava usando um turbante amarelo entre as pessoas, então o Profeta, que a paz esteja com ele, disse: ‘Os anjos desceram usando a mesma marca que Abu ‘Abd Allah,’ e o próprio Profeta veio usando um turbante amarelo.”
‘Abd al-Razzaq no seu Musannaf e Tabari no seu Tafsir relatam segundo a autoridade de ‘Urwa e Ibn al-Zubayr: “No dia de Badr os anjos desceram em cavalos malhados e usavam turbantes amarelos.”
Na Biografia do Profeta (Sira) de Ibn Ishaq e em Tabarani, segundo a autoridade de Ibn ‘Abbas: “O sinal dos anjos no dia de Badr era turbantes brancos cujas pontas estavam soltas nas costas deles e, no dia de Hunay, turbantes vermelhos.” Ibn Kathir cita esse hadith.
No comentário de Tabari, chamado Jami‘ al-bayan ‘na ta’wil al al-qur’an, um Companheiro entre os que batalharam em Badr e em Uhud, chamado Abu Usayd (Malik ibn Rabi‘a al-Sa‘idi) disse ao seu neto Zubayr ibn Mundhir: “Se eu tivesse a minha visão e fossemos até Uhud, eu lhe contaria sobre a trilha da montanha de onde vieram os anjos usando turbantes amarelos com as pontas por entre os ombros.” Suyuti também o cita com algumas palavras diferentes. Abu Usayd foi o último dos Companheiros de Badr a morrer (em 60 d.H.).
Malik disse: “Jibril foi visto na imagem (do Companheiro) Dihya (ibn Khalifa) al-Kalbi. Ele estava usando um turbante com a extremidade pendurada entre os ombros dele.” (42)
Esperamos que a provas e perspectivas dos sábios apresentadas acima ajudem a responder às inovações dos “salafis” sobre esse assunto e a dar fim às interpretações de alguns de fontes modernas, que podem não estar em alinhamento com a posição correta. Admoestamos os muçulmanos para que tomem cuidado com quem alega estar revivendo a sunna, enquanto descartam o turbante, a jaqueta longa (jubba), e a barba e introduzem camisas, calças e mesmo botas ocidentais na mesquita pensando que estão fazendo uma obra excelente! Buscamos refúgio em Allah do desvio e da inovação.
Concluímos esta seção com a tradução da fatwa do Shaykh al-Islam Imam Kawthari sobre o uso de acessórios na cabeça e nos pés durante o salat, do seu inestimável Maqalat.
A FATWA DE IMAM KAWTHARI (m. 1371/1951): SOBRE DESCOBRIR A CABEÇA NO SALAT (43)
Recentemente houve uma enxurrada de perguntas sobre a permissibilidade para os homens que não usem o gorro ou turbante, sem justificativa, durante a oração e sobre rezar usando sandálias. Um certo tipo de gente surgiu, que se deleita em criticar o bem e em disseminar a corrupção. Eles gostam de surpreender as massas indo contra o que todos herdaram das gerações anteriores, dos Salaf aos Khalaf. Esses pseudo-mujtahids (autoridades de jurisprudência) (44) vão atrás da divisão e da desordem (fitna) criando perturbações nas Casas de Allah entre os muçulmanos em seus atos de adoração. Eles são os mais estranhos no jeito de pensar e os que mais se assemelham aos Khawarij* em dar muita importância para assuntos pequenos e desconsiderarem os que são importantes. Não há necessidade de nos demorarmos na descrição deles. As pessoas têm percebido quem são eles e o esforço deles para dividir a unidade dos muçulmanos, então rejeitam a eles e ao seu trabalho missionário em todo lugar.
*[Os Khawarij são aqueles entre as tribos de Banu Hanifa, Banu Tamim e Wa’il na região de Najd na Arábia oriental que se rebelaram (baghi) contra o Califa e se opuseram contra o grupo majoritário dos muçulmanos. Eles declararam o Califa e Mu‘awiya descrentes e declararam o sangue e a propriedade deles como lícitos, e também o sangue e a propriedade daqueles ao lado deles. Eles transformaram a terra dos primeiros numa terra de guerra e declararam a própria terra como a morada da fé. Aceitavam a sunna do Profeta somente quando ela entrava em concordância com a própria doutrina deles e baseavam sua doutrina em derivações do que não era claro no Alcorão. Eles costumavam interpretar os versículos do Alcorão que se referiam aos descrentes como se fizessem referência aos crentes, como previu o Profeta. (44) Ibn ‘Abbas os debateu até que quatro mil deles retornaram à verdade. Eles foram os primeiros a se separar da Congregação dos Muçulmanos. O Profeta aludiu a eles como “Os cães do povo do Inferno” (45) e ordenou a combatê-los e matá-los com as palavras: “Eles atravessarão o islam como uma flecha atravessa a caça. Sempre que os virem, os matem!” (46)
Imam Ibn ‘Abidin (m. 1252/1836) disse:
O nome Khawarij é atribuído àqueles que se separam dos muçulmanos e os declaram descrentes, como ocorreu no nosso tempo com os seguidores de Ibn ‘Abd al-Wahhab, que saíram de Najd e atacaram os Dois Nobres Santuários (Meca e Medina). Eles (os wahhabis) alegavam seguir a escola Hanbali, mas tinham uma crença tal que, para eles, eles somente eram muçulmanos e todo o resto era politeísta (mushrik). Sob esse pretexto, disseram que matar o povo da sunna (Ahl al-Sunna) e os seus sábios era permitido, até que Allah, o Altíssimo, os aniquilou no ano de 1233 d.H./1818 d.C. nas mãos do exército dos muçulmanos. (47)]
Quanto à oração daquele que tira seu turbante ou gorro sem justificativa:
* ela é válida, desde que preencha os requisitos e pilares da oração. No entanto:
* vai contra a sunna transmitida do Profeta e contra a prática transmitida de muçulmanos para muçulmanos em todas as terras no decorrer dos séculos;
* e se assemelha à do Povo do Livro, pois eles rezam, como podemos ver, com as cabeças descobertas.
Fazer isso constitui uma rejeição do comando aos muçulmanos que “Revesti-vos de vosso melhor atavio em toda hora e local de oração” (7:31). Bayhaqi cita no seu Sunan al-kubra o hadith de Anas ibn ‘Iyad, de Musa ibn ‘Uqba, de Nafi‘, de ‘Abd Allah (ibn ‘Umar), e Nafi‘ disse que não tinha dúvida de que o hadith vinha do próprio Profeta:
“Sempre que um de vocês rezar, que use duas peças de roupa, pois, em verdade, Allah é o mais digno daqueles para quem nos adornamos. Se não tiver duas peças de roupa, que vista a saia longa (izar) sempre que rezar. Que nenhum de vocês se vista da maneira dos judeus.” (48)
Bayhaqi também cita o hadith de al-‘Abbas al-Duri, de Sa‘id ibn ‘Amir al-Dub‘i, de Sa‘id ibn Abi ‘Azuba, de Ayyub, de Nafi‘, que disse:
“Ibn ‘Umar me viu rezar usando apenas uma peça de roupa e ele disse: ‘Por acaso não lhe dei roupas?’ Respondi que sim. Ele prosseguiu: ‘E se eu lhe enviasse numa tarefa, você iria assim?’ Respondi que não. Ele disse: ‘Então Allah é mais digno do seu adorno.’”
Tahawi narra em Sharh ma‘ani al-athar (1:221), Tabarani, Bayhaqi em seu Sunan al-kubra (2:236) e Haythani disse em Majma‘ al-zawa’id (2:51): “A sua cadeia de transmissão é válida (hasan).” Albani o incluiu em al-Silsila al-sahiha (1369).
Bayhaqi também cita no hadith de Yusuf ibn Ya‘qub al-Qadi, de Sulayman ibn harb, de Hammad ibn Zayd, de Ayyub, de Nafi‘:
“Certo dia, ‘Umar me interrompeu enquanto eu rezava com uma só peça longa de roupa e disse: ‘Você não possui duas peças de roupa?’ Eu disse que sim. Ele disse: ‘Na sua opinião, se eu lhe enviasse numa tarefa até alguém em Medina, você iria somente com uma peça de roupa?’ Eu disse que não. Ele disse: ‘Então quem é mais digno do seu embelezamento? Allah ou as pessoas?’”
O que é citado acima ilustra o discernimento dos juristas ao declararem que é detestável e repreensível realizar as orações com vestes que não usaríamos se fossemos sair para encontrar quem respeitamos, e não há dúvida de que nos costumes sociais dos muçulmanos, dos Salaf até os Khalaf, ninguém vai de encontro àqueles a quem respeita com a cabeça descoberta. Consequentemente, a oração com a cabeça descoberta é detestável…
A ETIQUETA DO USO DO TURBANTE (ADAB AL-‘IMAMA) SEGUNDO OS SÁBIOS
O Profeta ordenou a ‘Abd al-Rahman ibn ‘Awf que se preparasse para uma expedição militar para a qual ele o estava enviando. Na manhã seguinte, o Profeta usava um turbante de algodão preto. Ele convocou ‘Abd al-Rahman, desfez o próprio turbante e o enrolou nele, e deixou cerca de quatro dedos (4 x 8 cm) de ponta solta por detrás dele, dizendo: “[Use-o] assim, ó Ibn ‘Awf. Se assemelha mais aos árabes e é mais bonito.” Então o Profeta ordenou que Bilal desse a ele o estandarte. Ele glorificou a Allah, e disse: “Conduza seus ataques por Allah e combata quem não crê em Allah; não ultrapasse limites, não aja traiçoeiramente, não mutile e não mate mulheres.” Esse é o pacto do Mensageiro de Allah entre vocês.
Haythami diz em Majma‘ al-Zawa’id: “Ibn Majah narra uma parte; al-Bazzar o narra inteiro, e os outros narradores são confiáveis (thiqat).”
Tirmidhi narra que ‘Abd Allah Ibn ‘Umar disse:
“Quando o Profeta amarrava o turbante, ele deixava a extremidade solta entre as suas escápulas.” (49)
Nafi‘, quem narra de Ibn ‘Umar, acrescenta:
“E Ibn ‘Umar costumava deixar a extremidade do seu turbante pendurada entre as suas escápulas.”
‘Ubayd Allah, o neto de ‘Umar e quem narra de Nafi‘, acrescenta:
“E eu vi al-Qasim (o neto de Abu Bakr) e Salim (o filho de ‘Umar) fazerem o mesmo.”
Munawi explica as afirmações de Nafi‘ e ‘Ubayd:
“Significa que é uma sunna enfatizada (sunna mu’akkada) que deve ser mantida. Abandoná-la é inaceitável para os piedosos (sulaha’). (50)
Mubarkafuri, no seu comentário sobre o comentário de Ibn al-‘Arabi sobre Tirmidhi, diz:
“Este hadith indica que é preferível deixar a ponta do turbante entre as escápulas, e aparenta ser válido (hasan).” (51)
Qari em Jam‘al-Wasa’il cita Mayrak:
“É firmemente estabelecido nas biografias do Profeta (siras) com hadiths autênticos que o Profeta certas vezes deixava a ponta do seu turbante solta entre os seus ombros e, outras vezes, não deixava.” (52)
Mubarkafuri cita al-San‘ani no Subul al-salam:
“A etiqueta do turbante é que se deve encurtar a sua ponta solta para que ela não alcance um comprimento indecente… e deixar ela solta entre as escápulas, mas é permitido deixá-la presa.” (53)
Ele também cita Nawawi em Sharh al-madhhab:
“Deixar a ponta do turbante solta num comprimento excessivo, da mesma forma que com o manto, é proibido se for por presunção e é detestável se for por qualquer outro motivo… e é lícito usar o turbante com ou sem a ponta solta; não é detestável usá-lo sem ela solta, e é extremamente errado proibir alguém de usá-lo com a ponta presa.” (54)
Munawi cita a opinião de Shafi‘i:
“Apesar de o Profeta temer que deixar a ponta solta poderia resultar em presunção, ele não nos proibiu de fazer isso, mas que continuássemos fazendo-o para manter o ego sob controle.” (55)
Qari e Munawi também citam Ibn al-Qayyim, que narra que o shaykh Ibn Taymiyya contou a ele algo belo: que quando o Profeta viu que o seu Senhor colocou Sua mão entre os seus ombros, ele honrou aquele lugar com a ponta do turbante. Isso é uma referência ao hadith já citado de Tirmidhi, onde o Profeta diz: “Meu Senhor veio até mim na melhor imagem e perguntou sobre o que os anjos do paraíso competiam e eu disse que não sabia, então Ele pôs a Sua mão entre os meus ombros, e eu senti o frio dela no meu interior, e veio a mim o conhecimento de todas as coisas.”
Quanto ao significado do hadith de Rukana anteriormente citado, onde o Profeta diz: “A diferença entre nós e os idólatras é o turbante em cima dos gorros de turbante,” al-Qari cita Ibn al-Jawzi dizendo que na opinião de alguns estudiosos, a sunna é usar o gorro (qalansuwa) e o ‘imama, e que usar somente a qalansuwa é a maneira dos não muçulmanos. Al-Munawi conclui que a sunna é realizada usando o ‘imama ou direto na cabeça ou em cima da qalansuwa, e que usar somente a qalansuwa, apesar de permissível, não cumpre a sunna. (56)
O mestre em hadiths e lexicógrafo Murtada al-Zabidi – que compilou o al-Tajrid al-sarih e Taj al-‘arus – disse no seu comentário exaustivo sobre a Ihya’ ‘ulum al-din de Ghazali, chamado Ithaf al-sadat al-muttaqin: “O turbante é recomendado (mustahhab) nas sextas-feiras tanto para o imam quanto para a congregação, e Nawawi disse que é recomendado que o imam melhore a sua aparência (isto é, mais do que todos os outros) usando o turbante e a rida’ (ou jubba, uma peça de roupa larga, manto ou jaqueta, que vai por cima das outras roupas). É preferível usar um turbante grande, mas é preciso definir o seu comprimento e a sua largura de acordo com os costumes da época e do lugar. Acrescentar a isso é detestável segundo a Lei. (57)
Perguntaram a Suyuti qual o comprimento do turbante do Profeta e o que ele usava por baixo dele. Ele responde no “Capítulo do vestuário” do seu tratado Hawi li al-fatawa:
“Al-Barizi menciona em Tawthiq ‘ura al-iman [Qari em al-Mirqat também menciona que Rawyani e Ibn ‘Asakir relatam segundo a autoridade de Ibn ‘Abbas] que o Profeta, que a paz esteja com ele, costumava usar a qalansuwa [o gorro] sob o ‘imama [o turbante], e ele costumava usar a qalansuwa sem o ‘imama, e ele costumava usar o ‘imama sem a qalansuwa, e ele costumava usar a qalansuwa com alças [de metal] durante a guerra. Muitas vezes ele usava um turbante preto (harqaniyya) nas viagens e o usava completamente coberto da cabeça aos pés com um só pano (i‘tijar), e em i‘tijar, usamos outro acessório por baixo do turbante. É possível que não fosse o turbante, mas uma bandana amarrada (a ‘isaba, não a kufiyya, que é usada solta) na cabeça e na testa. Ele tinha um turbante que, quanto ele amarrava, era chamado de al-sahab (as nuvens), que ele colocou em ‘Ali ibn Abi Talib, e quando ‘Ali aparecia o Profeta dizia: “‘Ali veio a vocês entre as nuvens”, dizendo que ‘Ali estava usando o turbante que ele deu. É isso que Braizi diz. Al-Qazzaz diz que a qalansuwa é uma cobertura revestida (ghisha’un mubattan) que se usa para ocultar a cabeça, e Bayhaqi [também Tabarani e Qari] relata de Ibn ‘Umar que o Profeta, que a paz esteja com ele, costumava usar uma qalansuwa branca. Tudo isso indica que o Profeta e os Companheiros costumavam usar a qalansuwa sob o ‘imama.
Quanto ao comprimento do pano do nobre turbante (‘imama), não é estabelecido em hadith. Bayhaqi relata em Shu‘ab al-iman, de Abu ‘Abd al-Salam que ‘Abd al-Salam disse: ‘Perguntei a Ibn ‘Umar: ‘Como o Profeta usava o ‘imama?’ Ele respondeu: ‘Ele costumava enrolar o ‘imama na cabeça, prendê-lo na parte de trás e deixar sua extremidade solta entre suas escápulas.’’ Isso indica que o turbante era bastante longo, evidentemente por volta de dez braços ou ainda mais.” (58)
A dedução de Suyuti do comprimento de dez braços do ‘imama do Profeta pelo hadith de Ibn ‘Umar é contestada por Shawkani, que disse que a mesma ação (enrolar, prender e deixar a ponta solta) pode ser feita com um turbante menor do que três braços. Jazari disse em Tashih al-masabih: “Consultei os livros, as biografias e os livros de história para descobrir o comprimento do turbante do Profeta, que a paz esteja com ele, e não encontrei nada, até que alguém que eu confio me disse que encontrou algo de Nawawi que diz que o Profeta tinha um ‘imama longo e um curto, e que o curto media sete braços e o longo, dez.” Qari, no Mirqat, cita Jazari e diz: “Pela linguagem empregada no al-Madhkal, me parece que o turbante do Profeta media sete braços, sem nenhuma referência a um longo e outro curto.” Mubarkafuri cita todas as opiniões acima e conclui: “Quem alegar que o comprimento do turbante do Profeta for de alguma medida específica deve apoiar a alegação com provas autênticas. Somente suposições são inválidas e não significam nada.” Munawi cita Ibn Hajar al-Haytami dizendo que todos os relatos que falam do comprimento do turbante do Profeta não têm fundamentos.
Ibn al-Qayyim e al-Qari (em Jam‘ al-Wasa’il) dizem que usar um turbante muito grande expõe a cabeça a dificuldades, que um turbante pequeno não protege nem do calor e nem do frio, e que o tamanho do turbante do Profeta estava entre curto e longo. Finalmente, al-Qari cita o autor de al-Madkhal dizendo: “Você deve usar a sarwal (calça) enquanto sentado e o turbante enquanto de pé.” E Allah sabe mais.
Referências
(1) al-Hakim e Tirmidhi (hasan).
(2) Não se deve confundir com a ‘araqiyya ou “gorro de suor,” o gorro pequeno que hoje chamam de taqiyya e que foi feito para ser usado por baixo da qalansuwa e do ‘imama, não à exclusão deles.
(3) Tirmidhi (hasan), Livro do Conhecimento; al-Baghawi, Sharh al-sunna 1:233.
(4) Tirmidhi (hasan gharib), Livro do Conhecimento.
(5) Al-Mundhiri, al-Targhib 1:87; al-Hakim.
(6) Al-Munawi, Comentário sobre o al-Shama’il de Tirmidhi.
(7) Bayhaqi, al-Sunan al-kubra, 5:245; Ibn al-Athir, Usd al-ghaba, 3:341; Dhahabi, Siyar a‘lam al-nubala’ 3:213; al-Qal‘aji, Mawsu‘at fiqh ibn ‘Umar, p. 52.
(8) Ahmad ibn Idris al-Sanhaji al-Qarafi (626-684 a.H /1228-1285 d.C.), um contemporâneo Nawawi e, como ele, jurista Ash‘ari e mestre em hadith.
(9) Bukhari, Livro da Jihad 45.
(10) Tradução ao inglês de Bukhari, Volume 9, Livro 92, Número 401.
(11) Bukhari, Livro da Ablução, hadith do pai de Ja‘far ibn ‘Amr.
(12) Muslim e Abu Dawud. A primeira parte também está em Tirmidhi (hasan), em Ibn Majah, e Nasa’i.
Qari disse em Jam‘ al-wasa’l fi sharh al-shama‘il: Alguns dos ulamá concluíram deste hadith que é permitido vestir a cor preta, ainda que o Profeta tenha dito: “Seus melhores trajes são os brancos.” Jazari disse: “O preto indica a religião que não muda – como o preto não muda, diferente das outras cores.” No entanto, quando al-Rashid perguntou ao Imam al-Awza‘i sobre vestir preto, ele respondeu: “É detestável [essa também é a opinião de al-Ghazali], pois a noiva não comemora nele, o peregrino não o veste para a oração de talbiya e os mortos não são enterrados com ele.” Nawawi disse: “O hadith demonstra que é permitido durante a khutba, mas o branco é melhor.” E al-Qari não comenta mais.
(13) Muslim, Tirmidhi, Abu Dawud, Nasa’i e Ibn Majah.
(14) Abu Dawud e Tirmidhi: Allahumma, laka al-hamd, anta kasawtanih, as’aluka khayrahu wa khayra ma suni‘a lahu, wa a‘udhu bika min sharrihi wa sharri ma ma suni’a lah.
(15) Contudo, Albani é citado em al-Qawl al-mubin fi akhta’ al-musallin de Mashhur Hussain dizendo: “Rezar com a cabeça descoberta é detestável (makruh).” (p. 58 da edição de 1993).
(16) al-Jazayri, al-Fiqh ‘ala al-madhahib al-arba‘a, Kitab al- Salat, p. 280-281.
(17) Abu Dawud, com uma cadeia válida de transmissão (Livro da Oração de Sexta-feira) e Malik no Muwatta’, Livro do chamado à oração. Malik também narra que perguntaram Abu Hurayra se o homem pode rezar com apenas uma peça de roupa e ele disse: “Sim. Eu rezo apenas com uma peça enquanto as minhas roupas estão guardadas.”
(18) Narrado por Abu Dawud com uma cadeia válida no Livro do Vestuário e por al-Nasa’i no Livro dos Ornamentos. Ahmad narra algo semelhante em seu Musnad.
(19) Narrado por Abu Dawud com uma cadeia válida no Livro do Vestuário e por Ahmad em seu Musnad.
(20) Bukhari, Livro da oração (c.f. a versão em inglês, vol. 1, livro 8, 361): Narrado por Abu Hurayra: Um homem se levantou e perguntou ao Profeta sobre rezar usando uma só peça de roupa. O Profeta disse: “Todos vocês têm duas peças?” Um homem fez uma pergunta parecida a ‘Umar, à qual ele respondeu: “Quando Allah o enriquece, você deve agir com a riqueza. Que o homem obtenha as roupas que lhe cabem. É permitido rezar com uma saia longa e um manto, ou uma saia e uma camisa longas, ou uma saia longa e alguma roupa de mangas longas, ou com calças e uma capa, ou com calças e uma camisa longa, ou com calças e mangas longas, ou com calças largas e mangas longas ou de bermuda e camisa longa.” E o narrador acrescenta: “E acho que ele disse: ‘Ou de bermuda e capa.’”
(21) Ibn Qudama, al-Mughni (edição de 1994) 1:404-405.
(22) Ibn Hajar, Fath al-Bari (edição de 1989) 1:627.
(23) Narrado por Haytami em seu al-Khayrat al-hisan, p. 56.
(24) al-Khatib, Tarikh Baghdad, 13:263.
(25) Tirmidhi (hasan sahih), Livro de Jana’iz; Nasa’i, Livro dos Ornamentos; Abu Dawud, Tibb e Libas; Ibn Majah, Libas e Jana’iz; Musnad Ahmad; e Tabarani, 12:65.
(26) Ver as referências de Nuh Keller em suas notas biográficas sobre Nawawi em Reliance of the Traveller (A Garantia do Viajante).
(27) Ibn al-Qayyim, Rawdat al-muhibbin, p. 225.
(28) Ibn al-Jawzi, Sifat al-safwa, 2(4):10 (570).
(29) al-Shurunbali em Muhammad Abul Quasem, Salvation of the Soul and Islamic Devotions (A Salvação da Alma e as Devoções Islâmicas) (Londres, Kegan Paul), p. 91.
(30) al-Misri em Reliance of the Traveller (A Garantia do Viajante), p. 122.
(31) Ibn Qudama, al-Mughni (edição de 1994) 1:404-405.
(32) Ibn Abi Zayd, al-Jami‘ fi al-sunan (edição de 1982) p. 228.
(33) Narrado por Abu Dawud (Libas) e Ahmad (2:50, 2:92) com uma cadeia de transmissão que tem algumas fraquezas segundo Sakhawi em al-Maqasid al-hasana, no entando ele afirma que a autenticidade é verificada por outros hadiths. Também narrado por Ibn Abi Shayba em seu Musannaf (5:313), Ibn Hajar em Fah al-Bari 10:274 [edição de Dar al-Fikr], e Ibn Kathir em seu Tafsir (8:53). ‘Iraqi diz que essa cadeia é válida (sahih). Al-Bazzar também relata de Hudhayfa e Abu Hurayra, Abu Nu‘aym de Anas, e al-Quda‘i o relata por Tawus, uma cadeia que Ibn Hibban declarou que é válida. Ibn Taymiyya, no seu Iqtda’ al-siratal-mustaqim (p. 82) fala que a cadeia de transmissão de Abu Dawud e Ahd é “uma boa cadeia”.
(34) Al-Najm al-Razi o relata de al-‘Askari sob a autoridade de Humayd al-Tawil. Al-‘Ajluni o menciona em Kashf al-khafa (2436).
(35) Ibn Taymiyya, Iqtida’ as-sirat al-mustaqim (edição de 1907), p. 60. Esta passage em particular, por algum motive, foi omitida na tradução para o inglês do Iqtida’, chamada de Ibn Taymiyya’s Struggle Against Popular Religion (A Luta de Ibn Taymiyya Contra a Religião Popular) (1976).
(36) al-Turtushi, Siraj al-muluk, p. 282.
(36.1) Narrado por Ibn Abi Zayd em al-Jami‘ fi al-sunan (edição de 1982), p. 228.
(37) Narrado no al-Mu‘jam al-kabir (1:162) de Tabarani, no Zawa’id de Bazzar, no Mustadrak (4:193) de al-Hakim, no Tarikh Baghdad (11:394) de al-Khatib al- Baghdadi e no Tahdhib tarikh dimashq al-kabir (5:178) de Ibn ‘Asakir.
(38) Haythami, Majma‘ al-zawa’id, 5:119.
(39) Ibn al-Jawzi, al-Mawd‘at, 3:45.
(40) Suyuti, al-La’ali’ al-masnu‘a fi al-al-Ahadith al-mawdu‘a, 2:139; Ibn ‘Iraq, Tanzih al-shari‘a min al-ahadith al-mawdu‘a, 2:271.
(41) Ver al-Kamil fi du`afa’ al-rijal (6:2082) e Kanz al-‘ummal (41135-6) de Ibn ‘Adi.
(42) Ibn Abi Zayd, al-Jami‘ fi al-sunan (edição de 1982) p. 229.
(43) al-Kawthari, Maqalat (Riyad, Dar al-ahnaf, 1414 d.H. /1993 d.C.), p. 201-218.
(44) Bukhari, edição em inglês, 9:50.
(45) Hadith autêntico (sahih) transmitido em várias cadeias por Ibn Majah, Muqaddima 12, e Ahmad, 4:355, 382, 5:250, 253, 256, 269.
(46) Bukhari e Muslim têm esse hadith em mais de uma forma.
(47) Imam Muhammad Ibn ‘Abidin, Hashiyat radd al-muhtar ‘ala al-durr al-mukhtar, 3:309 “Bab al-Bughat” [Capítulo sobre os Rebeldes].
(48) Bayhaqi, Sunan al-kubra, 2:236.
(49) Tirmidhi (hasan gharib). Mubarkafuri disse: “Parece ser íntegro (hasan).”
(50) Al-Munawi, Comentário sobre o capítulo chamado “Sobre o Turbante do Profeta” no livro de Tirmidhi al-Shama’il.
(51) Al-Mubarkafuri, Tuhfat al-ahwadhi, capítulo sobre o turbante.
(52) Al-Qari, Jam‘ al-Wasa’il, capítulo sobre o turbante.
(53) Al-Mubarkafuri, Tuhfat al-ahwadhi, capítulo sobre o turbante.
(54) Al-Mubarkafuri, Tuhfat al-ahwadhi, capítulo sobre o turbante.
(55) Al-Munawi, Comentário sobre o al-Shama‘il de Tirmidhi.
(56) Al-Qari e al-Munawi, comentários sobre o capítulo sobre o turbante do Profeta no al-Shama’il de Tirmidhi.
(57) al-Zabidi, Ithaf al-sadat al-muttaqin, 3:253.
(58) Suyuti, al-Hawi li al-fatawi (Beirute: Dar al-kutub al-‘ilmiyya, 1395 d.H. /1975 d.C.), p. 72-73.
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