Os cristãos da Península Arábica ( Arábia Saudita, Barein, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Omã, Qatar, Iêmen) são, a principio deste século 21, aproximadamente 1,6 milhões, representando, segundo alguns países, entre 0,05 e 10,5% da população. São em grande maioria residentes originários dos países sul-asiáticos (Índia, Filipinas…), porém também árabes cristãos sobretudo libaneses, sírios e egípcios, sem mencionar os ocidentais.
Todos os países do Golfo, exceto a Arábia Saudita, dispõem em seus territórios igrejas em sua maioria de construção recente. Os Emirados Árabes Unidos acabam de chegar em primeiro lugar no número de igrejas. Este último passou de 20 países em 2005 para 40 em 2015. Outras igrejas ainda estão em obra, com a Igreja de São Elias de Abu Dabi. Abu Dabi é justamente a capital que hospeda a maior quantidade de igrejas. E até mesmo o ultraconservador Emirado Sharja abriga uma dúzia de lugares de culto cristãos , entre os quais uma das maiores igrejas do Golfo: a Igreja Ortodoxa San Filippo é construída em um terreno de mais de 2000 m² oferecido pelo emirado a essa comunidade. Este imponente edifício foi inaugurado em 2011 e pode receber até 3.000 fiéis.
A mais importante igreja católica de Abu Dabi (4600 m²) foi inaugurada em Junho de 2015 (foto acima). Em 2008, o Qatar apresentou sua primeira igreja católica a periferia de sua capital Doha. De fato, a igreja se encontra em um complexo construído sobre um terreno cedido pelo antigo emir, sheykh Hamad Bin Khalifa al Thani. A grande igreja de Nossa Senhora do Rosário (com 2.000 lugares) é rodeada por igrejas católicas, anglicanas, ortodoxas-gregas, ortodoxas-sírias e indianas de diferentes ritos.
O Barein é sem duvida o emirado mais aberto com relação a este tema. De fato, este minusculo território abriga o mais antigo local de culto cristão do Golfo. No total, uma dezena de igrejas sobre um território de 765 km². O Kuwait abriga também uma dezena de igrejas principalmente na capital, mesmo com a liberdade religiosa não sendo tão afirmada como nos países vizinhos.
Os cristãos são igualmente presentes no Sultanato de Omã e no Iêmen, países que também abrigam igrejas. Estas igrejas foram construídas em sua maior parte nos anos 90. Um período marcado pelas intervenções militares ocidentais seguidas pela instalação de bases militares nestes territórios, muito mal vistas pelas populações da Península Arábica, sem contar com as centenas de milhares de vítimas (primeira guerra do golfo, intervenção no Iraque em 2003), Porém, nenhuma igreja foi objeto de ataque ou de profanação em todos os países mencionados anteriormente. Nenhuma restrição relacionada ao financiamento destes edifícios foi imposta pelas autoridades locais ou nacionais. A situação não é tão positiva na França.
Aqui está a lista não exaustiva de algumas igrejas (as maiores) da Península Arábica:
(fotos e textos: https://www.desdomesetdesminarets.fr/)
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