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Refugiados se mobilizam para ajudar vítimas da explosão no Líbano

Refugiados vindos principalmente da Palestina e da Síria ofereceram abrigos e doaram sangue às vítimas afetadas pela explosão no porto de Beirute.
  • A explosão no Líbano provocou diversas mortes e deixou milhares de feridos.
  • Durante a tragédia, a ajuda veio dos refugiados, que nem sempre tem muito o que oferecer, mas que doaram sangue e disponibilizaram abrigos às vítimas.
  • A maior parte dos refugiados do Líbano vieram da Palestina e da Síria, dois locais que estão enfrentado grandes conflitos.

A explosão no porto de Beirute, no Líbano, na última terça-feira (04/08) deixou 158 mortos, e cerca de 5 mil feridos. Muitas pessoas que moravam no perímetro afetado pela explosão de 2.750 toneladas de nitrato de amônio, foram obrigadas a deixarem suas casas.

Diante de um momento tão difícil, um ato de solidariedade veio de um povo que nem todos esperavam que pudessem ajudar – os refugiados. O Líbano, abriga uma grande comunidade de pessoas da Palestina e da Síria, que vieram para o país fugindo dos conflitos vividos nessas regiões. Após a grande explosão, eles se mobilizaram para ajudar as vítimas da tragédia.

Muitos refugiados recorreram às redes sociais para oferecer abrigo e assistência aos atingidos pela explosão, muitos deles começaram a doar sangue para ajudar aqueles que ficaram feridos, e outros chegaram a oferecer transporte e até dinheiro às vítimas. 

Iniciativa solidária

Na última quarta-feira (05/08), o jornal Newsweek entrevistou um refugiado palestino, que foi identificado pelo pseudônimo de Kamal. Ele estava dirigindo no momento da explosão, e o forte estrondo fez com que ele perdesse o controle do carro por alguns instantes, deixando-o desorientado. Em princípio, ele pensou que aquilo era um bombardeio.

Ao chegar em casa, Kamal ficou sabendo a razão daquela catástrofe, e prontamente começou a buscar uma forma de ajudar os atingidos. O jovem, que possui 28 anos, recorreu às redes sociais oferecendo abrigo, no entanto as vítimas preferiram procurar pelos parentes que moravam em áreas que não foram afetadas.

Kamal relatou que precisou fazer várias viagens para ajudar as vítimas a irem para outros locais no qual pudessem se abrigar. Ele também conta que, além dele, muitos outros sírios e palestinos que vivem no campo de refugiados em Shatila, em Beirute, fizeram as mesmas ofertas, além de doarem sangue na esperança de amenizar a dor daqueles que perderam tudo.

Ao explicar sobre o motivo da ajuda, Kamal, que trabalha na Cruz Vermelha, relatou que os refugiados conhecem de perto esta dor. “Sabemos em primeira mão o que significa não poder dormir sob um teto adequado à noite; vivemos em guerra uma geração após a outra; sabemos como é estar com medo e fome sem ter para onde ir”, afirma. “Então nosso instinto é oferecer tudo isso quando vemos outros passando por isso.”

A tragédia no Líbano

As investigações sobre as causas da explosão ainda não foram concluídas, no entanto, o presidente Michel Aoun apontou que a carga de nitrato de amônio estava em um navio russo atracado no porto de Beirute há seis anos. A carga do navio era de 2.750 toneladas do composto químico que teria causado a explosão, e estava armazenado de maneira irregular.

Enquanto isso, o Crescente Vermelho Palestino em parceria com a Cruz Vermelha do Líbano estão fazendo um trabalho humanitário de apoio às vítimas da tragédia. Diversas instituições e frentes internacionais estão se mobilizando para ajudar os atingidos.

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