O mês de Safar é o segundo do calendário islâmico e é uma época comum do ano, sem qualquer rito específico ou data sagrada. Na verdade, esta época é historicamente cercada de alguns mal-entendidos que remontam os tempos da Era da Ignorância, antes da revelação do Alcorão.
Em português, o nome deste mês significa “vazio”. Isso se deve ao fato de os árabes retomarem suas batalhas durante este período, deixando suas casas e suas cidades desertas, após passarem os meses de Zul al Qadah, Zul Hijjah e Muharram se abstendo de guerra.
Os idólatras da antiga Arábia costumavam acreditar que este era um mês de má sorte. Parte desta superstição se justificava por causa da retomadas das guerras. Não se tratava de alguma espécie de energia negativa sobrenatural trazida pelo mês, e sim de uma consequência das más ações daqueles povos que resultavam em mortes, roubos, crises financeiras, fome e uma série de calamidades.
Mesmo assim, em alguns locais do mundo islâmico, esta crença permanece até os dias atuais. Existem pessoas que evitam realizar casamentos e fazem até simpatias, como dissolver bolas de farinha para afastar o suposto azar que o mês carrega.
No entanto, isso não passa de uma simples superstição que o muçulmano deve evitar, pois tanto a boa quanto a má fortuna pertencem somente a Allah. É importante se afastar de crenças que estão alheias ao ensinamento religioso para que isso não se torne uma inovação repreensível, ou até mesmo gere distanciamento de Deus.
É claro que boas ações, como a distribuição de comida e as orações são atos recomendados ao muçulmano e podem ser feitos neste mês como em qualquer outro. No entanto, isso deve ser feito para a glória de Allah e não para afastar um suposto azar.
Apesar disso, o mês é reconhecido por alguns sábios como espiritualmente pesado, onde algumas práticas de adoração pode ser mais difíceis de serem praticadas. Deve-se buscar refúgio em Allah e ter persistência para evitar tais incômodos.
Após 12 meses em Medina, a primeira batalha liderada pelo Profeta Muhammad foi uma que, às vezes, passa despercebida quando nos lembramos somente dos eventos mais importantes da Missão Profética.
A campanha de Al Awba, ou Waddan, tinha como objetivo interceptar uma caravana dos coraixitas e foi conduzida pelo Profeta Muhammad com a ajuda de 70 homens. Não houve nenhuma luta e tudo terminou com um acordo de paz entre os muçulmanos e os membros da tribo dos Bani Dumrah, que viviam em Waddan, uma cidade que se localizava entre Meca e Medina.
A doença que tiraria a vida do Profeta o acometeu no dia 28 de Safar. Os relatos mostram que ele sentiu muitas dores, o que acabou debilitando-o a ponto de não permitir que ele conduzisse mais as orações na mesquita. Por isso, este ato foi passado aos encargos de seu companheiro Abu Bakr, que posteriormente assumiu a liderança da comunidade islâmica.
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