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Ensinando o Islam para nossos filhos: O Profeta, sua Cidade e seus Companheiros

Conheça mais sobre o Profeta, sua cidade – Medina – e seus Companheiros.

O Profeta Muhammad (que a paz esteja com ele)

O caráter do Profeta

O Profeta (que a paz esteja com ele) tinha 40 anos quando Allah começou a lhe revelar o Alcorão e lhe disse para contar aos outros que ele era um Profeta de Allah. No entanto, mesmo antes da Revelação, todos o conheciam como a pessoa mais confiável e verdadeira, eles sabiam que ele nunca tivera contado uma mentira. Inclusive, as pessoas até deixavam suas coisas com ele, visto que eles sabiam que ele nunca traía ou roubava. Ele tinha o melhor dos modos; ele era sempre educado e nunca discutiu ou se envolveu em brigas.

Ele sempre fazia o que podia para ajudar outras pessoas, especialmente os órfãos e os pobres, e até mesmo os animais. Ele também nos ensinou a não causar males às plantas e às árvores. O Profeta sempre tinha um sorriso em seu rosto. Ele gostava de passar o tempo com suas esposas, conversando e brincando com elas, e ajudando-as com afazeres domésticos. Ele amava crianças, ele brincava com elas e tomava parte de seu tempo para conversar com elas sobre o que estava ocorrendo em suas vidas. Ele pedia conselhos a seus amigos e seguidores ao invés de tomar decisões por conta própria, para mostrar que ele se importava e os respeitava.

O Profeta amava apenas a Allah, não coisas mundanas

Apesar de a religião comum na Arábia naquela época ser a de adoração de ídolos, o Profeta (que a paz esteja com ele) nunca fez isso. Ele sabia que era errado adorar peças de pedra que não o beneficiavam ou prejudicavam de forma alguma. Ele passava horas e até mesmo dias sentado numa caverna na montanha de Hira, meditando e se recordando de Allah. Ele não amava as coisas mundanas, ele não queria ser rico ou ter uma mansão, ou vários cavalos ou camelos; quando tinha alguma pepita de ouro ou dinheiro, ele os dava para os pobres.

Há um hadith no qual o Profeta estava com o Arcanjo Gabriel (que a paz esteja com ambos) quando os Céus se abriram e outro Anjo desceu. Quando ele os alcançou, ele disse ao Profeta que Allah lhe enviou para dar-lhe uma escolha, se ele queria ser um Profeta que vive como um rei ou um Profeta que vive como um escravo. O Profeta olhou para Sayyidina Gabriel, que lhe aconselhou a escolher viver uma vida humilde. O Profeta, então, escolheu viver como um escravo.

O Profeta sempre quis ajudar aos outros, mesmo seus inimigos

Quando Allah começou a ensinar-lhe o Alcorão e ele contou aos outros a respeito de sua Profecia, sua comunidade, vizinhos e até parentes se tornaram seus inimigos. Eles o chamavam de mentiroso, poeta, mago, louco. No entanto, ele nunca lhes respondeu com ofensas ou xingamentos; ao invés disso, ele tentava ensinar-lhes sobre o Islam, sobre Allah. Isso ocorria porque ele estava preocupado com eles, sobre o que lhes aconteceria caso não aceitassem a mensagem do Islam e continuassem a pecar; que Allah os puniria e os enviaria ao Inferno. O Profeta amava a todos, queria que eles agradassem a Allah e fossem recompensados com o Paraíso.

As pessoas não apenas diziam coisas ruins para ele; eles também o machucavam. Enquanto orava na Caaba, eles jogaram o intestino de um camelo sobre ele e tentaram lhe estrangular. Eles jogavam ramos de espinhos, partes de animais mortos e lixo na porta de sua casa e em seu caminho. Na cidade de Taif, o apedrejaram até que seus sapatos estivessem cheios de sangue. Na Batalha de Uhud, eles machucaram seu rosto e quebraram seu dente. Eles torturaram e até mataram seus seguidores, enquanto o resto teve de abandonar suas famílias, casas e pertences em Meca para fugir para a cidade de Medina.

Mas mesmo quando o Profeta (que a paz esteja com ele) possuía um exército de muçulmanos e podia se vingar e matar as pessoas que feriram a ele e seus seguidores, ele os perdoou e orou por eles. Vendo o quão gentil era, até mesmo seus inimigos quiseram se tornar amigos dele e muitos se converteram ao Islam apenas por causa disso.

O que podemos aprender com o caráter do Profeta (que a paz esteja com ele)?

Nisso há uma lição para nós; se copiarmos o caráter de nosso Profeta (que a paz esteja com ele) e tratar as pessoas com gentileza e boas maneiras, elas irão querer nos conhecer e se tornar nossas amigas. Quando eles descobrirem que nosso bom comportamento se deve ao fato de estarmos copiando o caráter do Profeta (que a paz esteja com ele), que isso é o que o Islam nos ensina, eles não acreditarão nas coisas ruins que eles escutam sobre os muçulmanos ou sobre o Profeta (que a paz esteja com ele). Se Allah os abençoar, é possível que eles até se tornem muçulmanos.

Perguntas

  • Como era o caráter do Profeta (que a paz esteja com ele)?
  • O que as outras pessoas pensavam dele?
  • Como ele se comportou com as pessoas que o trataram mal?
  • Ele gostava de passar seu tempo fazendo o que?

Atividades

  • Tente passar o dia inteiro sem discutir com ninguém – como foi fazer isso?
  • Siga o exemplo do Profeta (que a paz esteja com ele) e ajude nas tarefas domésticas;
  • Da próxima vez que você ver um animal de rua, seja gentil com ele; se você ver alguém sendo cruel com ele, diga-lhe para parar.

A aparência do Profeta

O corpo do Profeta (que a paz esteja com ele)

O Profeta (que a paz esteja com ele) tinha estatura média, não era muito alto nem baixo. Ele tinha ombros largos e não possuía mãos e pés pequenos. As pessoas que fazem trabalhos braçais ao longo de sua vida costumam ter mãos ásperas – no entanto, apesar de o Profeta realizar trabalhos braçais, sua pele era descrita como mais macia que veludo.

Quando ele andava, ele se inclinava levemente para a frente, como se estivesse descendo. Ele andava rapidamente, a passos largos, mas seus passos eram suaves, ele não pisava com força. Ele tinha um peito largo e uma barriga lisa.

Ele não tinha muito pelo em seu corpo e entre seus ombros estava o ‘Selo da Profecia’. Tratava-se de uma mancha na pele, do tamanho do ovo de um pombo, com pelos nela. Ela era da mesma cor de sua pele ou levemente avermelhada. Uma descrição dela foi dada a Profetas anteriores (que a paz esteja com todos eles) como uma forma de seus seguidores reconhecerem o Último Profeta.

O rosto do Profeta (que a paz esteja com ele)

A cor da pele do Profeta não era muito pálida nem escura, era esbranquiçada com um tom avermelhado. Seu cabelo era volumoso, levemente ondulado e alcançava a altura entre seus lóbulos da orelha e ombros. Seu rosto tinha formato oval, sua testa era larga e ele não tinha boca pequena. Seus olhos eram grandes e escuros, com longos cílios.

Ele costumava olhar para baixo e quando olhava para as pessoas, não as encarava. Suas sobrancelhas não se juntavam e ele tinha uma veia em sua testa. Ele não tinha um nariz largo; as maçãs do rosto altas, mas seu rosto não era muito fino. Seus dentes da frente tinham um leve espaçamento entre si e eram limpos e brancos. Sua barba era cheia e seu pescoço não era muito grosso nem muito fino.

Como era olhar para o Profeta (que a paz esteja com ele)

O Profeta (que a paz esteja com ele) era tão belo que seus companheiros comparavam sua face com a lua cheia ou com o sol radiante. Para algumas pessoas, era suficiente vê-lo e saber que ele era uma pessoa incapaz de mentir, que certamente era um Profeta de Allah. Há alguns relatos que chegam a dizer que ele não possuía sombra.

Na verdade, é dito que a beleza total do Profeta era ocultada por Allah, porque se esta fosse revelada para este mundo, ninguém seria capaz de olhar para ele. Sayyidina Hassan ibn Thabit (que Allah esteja satisfeito com ele), que era chamado de “o poeta do Profeta”, escreveu isso sobre ele:

“Mais excelso que tu, meu olho jamais viu e mais belo que tu, nenhuma mulher jamais deu a luz; tu foste criado livre de qualquer imperfeição, é como se tivesses sido criado à maneira que desejou!” (Diwan Hassan ibn Thabit)

Como o Profeta (que a paz esteja com ele) interagia com os outros

Quando o Profeta (que a paz esteja com ele) conversava com alguém, ele voltava sua face para elas completamente, para lhes dar toda a sua atenção. Ele não falava muito, mas também não era mesquinho com suas palavras. Quando interagia com as pessoas, estava feliz e sorridente. Mas se você olhasse para ele quando estivesse sozinho, ele aparentava estar bastante sério, um pouco triste, porque se recordava de Allah e pensava sobre todas as pessoas que tentou ajudar a salvar.

A natureza abençoada do corpo do Profeta (que a paz esteja com ele)

Coisas que vinham do corpo do Profeta (que a paz esteja com ele), ou mesmo que entraram em contato com ele se tornaram especiais. Seu suor tinha um odor tão doce que seus companheiros costumavam coletá-lo para usar como perfume.

Quando ele realizava a Umrah ou o Hajj, rapava o cabelo, o qual os companheiros (que Allah esteja satisfeito com eles) guardavam. Sayyidina Khalid ibn Walid (que Allah esteja satisfeito com ele) chegou a colocar o cabelo do Profeta em seu chapéu e nunca participou de uma batalha sem ele em sua cabeça.

Se um companheiro estivesse debilitado, eles iam até o Profeta (que a paz esteja com ele) e coletavam a água que caía de seu corpo quando ele estava realizando a ablução. Eles bebiam a água e ficavam saudáveis.

Se um companheiro estivesse machucado, o Profeta (que a paz esteja com ele) colocava sua saliva na parte do corpo que estava ferida e através do poder de Allah eles eram curados.

Conclusão

Somos muito sortudos de, apesar de não estarmos vivos no tempo do Profeta (que a paz esteja com ele), possamos vê-lo com nossos próprios olhos: seus companheiros (que Allah esteja satisfeito com todos eles) descreveram sua aparência de forma exata. Talvez, se lermos sobre qual era sua aparência e realmente quisermos encontrá-lo, possamos ser tão abençoados que cheguemos a vê-lo em nossos sonhos. O Profeta disse que se alguém o ver num sonho, é como se o tivesse visto na vida real, pois Satanás é incapaz de se fazer parecido com o Profeta (que a paz esteja com ele).

Perguntas

  • Como era a face do Profeta?
  • Como era o corpo do Profeta?
  • Como o Profeta caminhava, para onde mirava seus olhos?
  • Como o Profeta conversava com as pessoas?

Atividades

  • Pense em como você copiaria o comportamento e maneirismos do Profeta (que a paz esteja com ele).

Lidando com insultos aos nosso Profeta

Todos os Profetas de Allah tiveram vidas difíceis (que a paz esteja com todos eles)

No Alcorão, Allah diz o nome de 25 Profetas e algumas de suas histórias, mas sabemos que houveram muitas centenas enviados desde os tempos do Profeta Adão até o nosso Profeta Muhammad (que a paz esteja com todos eles). Allah nos diz como os povos desses Profetas não acreditavam neles, os insultavam, tentavam machucá-los e até mesmo matavam muitos deles e de seus seguidores.

Com o Profeta Muhammad (que a paz esteja com ele) não era diferente

Do Alcorão e da biografia do Profeta Muhammad (que a paz esteja com eles), sabemos o quão difícil sua vida se tornou depois que Allah lhe disse para contar ao povo de Meca que ele era um Profeta. Eles o chamaram de mentiroso, poeta, de copiador das histórias dos judeus e dos cristãos, de ser louco e de ser um mago.

Quando ele estava orando na Caaba, jogaram o intestino de um camelo sobre ele e tentaram matá-lo por estrangulamento. Ramos de espinhos e lixo eram constantemente jogados em seu caminho e quando foi para a cidade de Taif, para convidar seu povo ao Islam, eles o apedrejaram até que seus sapatos ficassem cheios de sangue.

Os não-muçulmanos fizeram a vida dos muçulmanos em Meca tão terrível que eles escaparam para a cidade de Medina, e ainda assim, os não-muçulmanos travaram guerras contra o Profeta e seus seguidores. Então, quando ouvimos as pessoas insultarem o Profeta, precisamos nos lembrar de que isso não é algo novo; ele encarou coisas muito piores em sua vida.

Como o Profeta Muhammad (que a paz esteja com ele) lidou com tais abusos?

Allah disse ao Profeta para ignorar estas pessoas, tratá-las com paciência e gentileza, a continuar orientando-lhes a fazer o bem e parar de cometer pecados. Mesmo após conquistar e se tornar o governante de Meca, e quando o Anjo das montanhas lhe perguntou se gostaria que ele esmagasse a cidade de Taif, o Profeta os perdoou ao invés de se vingar. Então, se ouvirmos alguém insultar o Profeta (que a paz esteja com ele), não deveríamos seguir o exemplo dele?

Devemos perceber que as pessoas que insultam o Profeta estão o fazendo só porque elas são pessoas desrespeitosas que ou não conhecem o verdadeiro caráter e ensinamentos do Profeta, ou que só querem machucar os sentimentos dos muçulmanos. Não devemos fazer o que essas pessoas querem: elas querem que fiquemos com raiva e as insultemos de volta, ou nos tornemos violentas. Isso não é o que o Profeta fez e não é o que quis que seus seguidores fizessem.

Allah abençoou a recordação de Seu Profeta (que a paz esteja com ele)

Allah diz no Alcorão que Ele elevou a recordação de Seu Profeta, mas o que Ele quer dizer com isso?

Allah diz que Ele era um tesouro escondido e que queria ser conhecido. A primeira coisa que Ele criou para este propósito foi o ‘Ruh’ (a alma) do Profeta (que a paz esteja com ele). Na Revelação dos Profetas anteriores (que a paz esteja com todos eles), o Profeta Muhammad é mencionado e Allah fez um acordo com todos eles para que acreditassem em sua Profecia. Para os muçulmanos, Allah juntou o nome do Profeta ao Seu próprio nome na Shahada (a declaração de fé) e o escreveu em Seu trono.

Conforme a terra gira, a cada minuto do dia em algum lugar do mundo a chamada para a oração (Azan) é recitada e nela anunciamos que Muhammad é o Mensageiro de Allah. Na oração, os muçulmanos ao redor do mundo estão constantemente recitando um pedido para que Allah dê paz e abençoe o Profeta (que a paz esteja com ele). Na verdade, até Allah e Seus Anjos estão enviando paz e bênçãos para o Profeta (que a paz esteja com ele).

No Alcorão, Allah nos diz que obedecer ao Profeta é a mesma coisa que Lhe obedecer. No Alcorão, Allah conversa com o Profeta de uma maneira muito amável, por respeito, Ele não chama o Profeta com seu nome, da mesma forma que Ele fez com os outros Profetas (que a paz esteja com todos eles), ao invés disso, Ele usa títulos e apelidos.

Na milagrosa viagem noturna, a Isra wal Miraj, Allah levou o Profeta (que a paz esteja com ele) até Sua presença, acima dos Céus, uma viagem que ninguém nunca fez e nunca fará. No Dia do Juízo, somente nosso Profeta poderá pedir a Allah para que perdoe outras pessoas.

Basicamente, Allah tomou toda oportunidade para nos dizer o quanto ama Seu Mensageiro final e juntou o nome de Seu amado Profeta ao Seu próprio nome, assim, sempre que Allah é mencionado, o Profeta é mencionado Consigo.

Conclusão

Visto que Allah mostrou tanto amor e respeito por Seu Profeta, do início ao fim dos tempos, as pessoas podem dizer o que quiserem e isso não afetará o Profeta de qualquer maneira. Tudo o que eles estão ganhando é a fúria de Allah. Talvez a maioria de nós devesse lamentar por estas pessoas e orar para que Allah as guie para o Islam.

Perguntas

  • Por que as pessoas tratavam os Profetas (que paz esteja com todos eles) de forma ruim?
  • Por que algumas pessoas insultam o Profeta Muhammad (que a paz esteja com ele)?
  • Como o Profeta (que a paz esteja com ele) se comportava com as pessoas que lhe insultavam e abusavam?
  • Como essas pessoas querem que os muçulmanos reajam aos seus insultos?

Atividades

  • Da próxima vez que alguém disser ou fizer algo ruim para você, pense no que o Profeta o faria e tente seguir seu exemplo;
  • Pense sobre a última vez que alguém disse ou fez algo ruim para você – como você se sentiu? Você faria algo parecido com alguém?
  • Faça uma lista de coisas que nos diz o quanto Allah ama Seu Profeta (que a paz esteja com ele)

Celebrando o nascimento de nosso Profeta

Uma prática islâmica universal

Desde o tempo do Profeta (que a paz esteja com ele), por mais de 1400 anos, muçulmanos ao redor de todo o mundo celebraram seu aniversário do dia 12 do mês de Rabi’ul Awwal (o terceiro mês do calendário islâmico).

Estas celebrações incluem decorar nossa casa e mesquita local, ir até lá para ouvir sermões e poemas sobre o Profeta, fazer oração em congregação, fazer mais zikrullah, incluindo o pedido de paz e bênçãos sobre o Profeta (que a paz esteja com ele). Estas são coisas que fomos orientados a fazer por Allah no Alcorão e pelo Profeta (que a paz esteja com ele).

Por que celebrar o nascimento do Profeta (que a paz esteja com ele)?

Quando celebramos o nascimento do Profeta (que a paz esteja com ele), estamos celebrando a misericórdia de Allah. Estamos agradecendo a Allah por ter enviado o Profeta para nós e nos ter feito seguidores dele.

Allah nos diz no Alcorão que devemos agradecê-Lo por Suas bênçãos, e não há bênção maior que o Profeta (que a paz esteja com Ele). Então, da mesma forma que estamos felizes e agradecemos a Allah, e temos uma celebração e nossos próprios aniversários, e nos aniversários de nossos amigos e familiares, muçulmanos ao redor do mundo sempre celebraram o nascimento do Profeta (que a paz esteja com ele).

Celebrar seu aniversário não é obrigatório

Alguns muçulmanos dizem que não devemos celebrar o aniversário do Profeta (que a paz esteja com ele). Esta é sua escolha, e celebrar seu aniversário não é algo que temos que fazer, é apenas uma das muitas formas com as quais podemos mostrar nosso amor pelo Profeta (que a paz esteja com ele). Mas para aqueles que querem celebrá-lo, há boas razões que justificam sua permissibilidade e a consideram uma boa coisa a fazer.

Abu Lahab liberta uma escrava

Quando o Profeta (que a paz esteja com ele) nasceu, seu tio, Abu Lahab, estava muito feliz. Ele libertou uma escrava que lhe deu as boas novas balançando um de seus dedos.

Quando o Profeta (que a paz esteja com ele) alcançou os 40 anos e começou a difundir a mensagem do Islam, Abu Lahab se tornou um de seus piores inimigos. Após a morte de Abu Lahab, um dos companheiros (que Allah esteja satisfeito com eles) o viu num sonho e perguntou-lhe como estava. Abu Lahab disse que estava sendo punido terrivelmente no fogo do Inferno mas que toda segunda-feira chupava o dedo com o qual libertou a escrava para conseguir água gelada para beber.

O que essa história nos diz é que se um dos maiores inimigos de Allah e de Seu Profeta (que a paz esteja com ele) consegue um pouco de alívio de sua punição por ter celebrado o nascimento do Profeta (que a paz esteja com ele), Allah não recompensaria muçulmanos que o celebram?

Jejum nas segundas-feiras

O Profeta costumava jejuar nas segundas-feiras e quando foi questionado por um de seus companheiros (que Allah esteja satisfeito com todos eles) sobre por que ele fazia isso, ele disse que é porque ele nasceu numa segunda-feira.

Compartilhar carne com seus companheiros

Na biografia do Profeta (que a paz esteja com ele), também há o relato de como ele celebrou seu próprio aniversário. Isso ocorreu depois que anunciou sua Profecia, e foi sacrificando uma ovelha e compartilhando a carne com seus companheiros (que Allah esteja satisfeito com todos eles).

Conclusão

Uma das formas com as quais podemos mostrar nosso amor pelo Profeta (que a paz esteja com ele) é celebrando seu aniversário. Também podemos fazer isso jejuando nas segundas-feiras, tentando seguir sua Sunnah (o exemplo que ele estabeleceu para nós através da maneira que se comportava e as coisas que fazia) e pedindo a Allah por paz e bênçãos para ele. O Profeta (que a paz esteja com ele) nos disse que no Dia do Juízo estaremos com aquelas pessoas que amamos; não seria incrível estar com o Profeta nesse dia?

Perguntas

  • Quando foi o nascimento do Profeta (que paz esteja com todos eles)?
  • Por que as pessoas celebram o aniversário do Profeta (que a paz esteja com ele)?
  • Como as pessoas celebram o aniversário do Profeta (que a paz esteja com ele)?

Atividades

  • Antes do próximo aniversário do Profeta (que a paz esteja com ele), procure sobre algumas das coisas que ele costumava fazer (sua Sunnah) e tente segui-las, como uma forma de fazê-lo feliz;
  • No próximo aniversário do Profeta (que a paz esteja com ele), decore sua casa e coloque luzes nas suas janelas;
  • No próximo aniversário do Profeta (que a paz esteja com ele), participe das celebrações (se houverem) na mesquita local.

Enviar paz e bênçãos para o Profeta

Uma ordem do Alcorão

Allah nos diz no Alcorão que Ele e Seus Anjos enviam paz e bênçãos sobre o Mensageiro e que os muçulmanos também devem fazê-lo. No entanto, por causa da elevada posição do Profeta como a melhor criação de Allah, não somos capazes de fazer isso. Na verdade, o que estamos fazendo é pedindo a Allah para que envie paz e bênçãos sobre ele.

Uma forma muito especial de adoração

Allah também incluiu o envio de paz e bênçãos sobre Seu Profeta (que a paz esteja com ele) na oração, quando nos sentamos após o sujud (prostração) e recitamos o Attahiyat e a Oração de Abraão. Isso nos diz que apesar de estarmos enviando paz e bênçãos para o Profeta (que a paz esteja com ele), isso é contado como uma forma de adorar a Allah pois estamos fazendo o que Allah nos ordenou a fazer no Alcorão e na Oração, e porque aquele ao qual estamos enviando paz e bênçãos é o Profeta de Allah (que a paz esteja com ele).

Isso também nos diz sobre o quão especial é esta forma de adoração. Allah nos ordena a fazer a oração, mas Ele não ora. Allah nos ordena a pagar o zakat, mas Ele não paga o zakat. Allah nos ordena a fazer o hajj, mas Ele não faz o hajj. Enviar paz e bênçãos ao Profeta (que a paz esteja com ele) é a única coisa que Allah ordena os muçulmanos a fazerem o qual Ele também realiza.

Recompensas imensas

Como Allah nos recompensará se enviarmos paz e bênçãos ao Seu Profeta? O Profeta (que a paz esteja com ele) nos disse que se seu nome for citado em nossa presença e lhe enviarmos bênçãos, Allah nos enviará dez bênçãos, perdoar dez de nossos pecados e nos aproximará d’Ele, nos elevando em dez níveis.

O Profeta (que a paz esteja com ele) também nos disse que quando fazemos uma súplica, ela não alcança a Allah até que enviemos bênçãos para ele. Isso nos diz que a súplica de alguém que não envia bênçãos sobre o Profeta (que a paz esteja com ele) não são aceitas.

Quando enviamos paz sobre o Profeta (que a paz esteja com ele), sua alma é retornada ao seu corpo e ele responde nossa saudação de paz. O Profeta (que a paz esteja com ele) nos disse que a pessoa mais próxima dele no Dia do Juízo será aquela que lhe enviou mais bênçãos.

Remoção das preocupações e perdão dos pecados

Quanto tempo devemos passar enviando paz e bênçãos sobre o Profeta (que a paz esteja com ele)? Um de seus companheiros lhe fez essa pergunta, questionando se deveria usar todo o tempo que passaria fazendo atos de adoração facultativos (nawafil) enviando-lhe paz e bênçãos. O Profeta (que a paz esteja com ele) disse que se ele fizesse isso, Allah removeria todas as suas preocupações e perdoaria todos os seus pecados.

Muitas formas diferentes de Salam e Salat

Como devemos enviar paz (salam) e bênçãos (salat) ao Profeta (que a paz esteja com ele)? A forma mais simples é o que dizemos quando ouvimos o nome do Profeta: “Sallallahu aleihi wa salam” (que a paz esteja com ele). Na oração, recitamos o Salat al-Ibrahimiyah (a Oração de Abraão). Em algumas mesquitas, depois da oração congregacional da sexta-feira, nos levantamos e recitamos Salam sobre o Profeta (que a paz esteja com ele) na forma de um nashid (uma canção religiosa). Há também muitas outras formas de enviar paz e bênçãos que os Awliyah escreveram por amor ao Profeta (que a paz esteja com ele).

Conclusão

O Profeta sempre se lembrou de nós, orou por nós, implorou a Allah por nosso perdão, não apenas em sua vida na terra, mas também quando encontrou-se com Allah no Isra wal Miraj, e também de sua sepultura, em Medina. Não devemos nos lembrar dele sempre também?

Perguntas

  • Quem mais envia paz e bênçãos ao Profeta (que paz esteja com todos eles)?
  • Quais são as recompensas de enviar paz e bênçãos ao Profeta (que a paz esteja com ele)?
  • Quais são as diferentes formas de enviar paz e bênçãos ao Profeta (que a paz esteja com ele)?

Atividades

  • Da próxima vez que orar, quando sentar depois do sujud e de recitar o Attahiyat, imagine que o Profeta (que a paz esteja com ele) está em sua frente e respondendo ao seu salam;
  • Da próxima vez que suplicar, envie bênçãos ao Profeta (que a paz esteja com ele) antes de começar e também no final, e imagine que sua súplica está na frente de Allah e que Ele está satisfeito em vê-la;
  • Imagine que o Profeta (que a paz esteja com ele) estivesse sentado na sua frente, pense no que você diria para ele.

Al-Madinah al-Munawwarah – a abençoada cidade do Profeta

A emigração de Meca para Medina

A cidade de Medina foi o lar do Profeta (que a paz esteja com ele) por pelo menos 13 anos de sua vida. Foi também a cidade onde o primeiro estado islâmico foi criado, no qual o povo vivia de acordo com o que Allah nos disse ser necessário para vivermos juntos para termos uma sociedade de paz que nos faria bem sucedidos nessa vida e na próxima. Este foi um evento tão importante da história do mundo que quando Sayyidina Omar (que Allah esteja satisfeito com ele) foi líder dos muçulmanos, a comunidade muçulmana decidiu que o novo calendário islâmico deveria começar a partir da migração da Medina.

Quando o Profeta migrou para lá, ela era chamada de Yathrib, e era uma cidade de doenças, pois as pessoas que viajavam para ela ficavam doentes. As pessoas até pensavam que se tratava de uma cidade amaldiçoada. Depois da migração, o Profeta (que a paz esteja com ele) viu que seus companheiros mequenses (chamados de Muhajirun – os emigrantes), estavam saudosos de Meca e alguns até ficaram doentes. Então, ele orou para Allah para que Medina se tornasse mais amada por eles que Meca, para remover todas as doenças dela e para dar-lhe o dobro de bênçãos que Ele deu para Meca.

O Profeta (que a paz esteja com ele) também proibiu que Yathrib fosse chamada por esse nome, e trocou para ‘Taybah’ (que significa puro ou bom) e ‘Medina’ (que significa cidade). Em honra ao Profeta (que a paz esteja com ele) ter transformado-a em sua casa, ela passou a ser chamada de al-Madinah al-Munawwarah (a cidade iluminada) e Madinatun Nabi (a cidade do Profeta).

O lugar de descanso do Profeta (que a paz esteja com ele)

O Profeta (que a paz esteja com ele) está enterrado na abençoada cidade de Medina. Seu túmulo está onde costumava ser a casa de Sayyidatuna Aisha (que Allah esteja satisfeito com ela). Esse é o lugar onde o Profeta (que a paz esteja com ele) faleceu, depois de um período de enfermidade. Durante sua vida, ele disse aos seus companheiros que os Profetas deveriam ser enterrados onde Allah escreveu que suas mortes deveriam ocorrer. Próximo do Profeta, estão enterrados dois de seus companheiros e conselheiros mais próximos, que também eram seus sogros e os dois primeiros califas após sua morte, Sayyidina Abu Bakr e Omar (que Allah esteja satisfeito com ambos).

Quando Sayyidina Abu Bakr estava próximo do fim de sua vida, ele pediu a Sayyidina Ali para que lavasse seu corpo morto com as mesmas mãos com que ele costumava lavar o corpo do Profeta (que a paz esteja com ele) e então levar seu corpo para onde o Profeta estava enterrado e pedir permissão para que Abu Bakr também fosse enterrado ali. Ele instruiu a Sayyidina Ali que se a permissão não fosse concedida (ou seja, se a porta não abrisse por si mesma), que então fosse enterrado em Jannatul Baqi (o cemitério de Medina). Sayyidina Ali fez como pedido e ficou diante da porta do túmulo do Profeta e disse: “Ó Profeta de Allah! Este é Abu Bakr as-Siddiq, que busca permissão para ser enterrado.” Sayyidina Ali disse que quando ele disse isso, ele viu a porta abrir sozinha, e ouviu a voz do Profeta pedindo para Abu Bakr entrar, já que estava aguardando ansiosamente para encontrá-lo.

Quando Sayyidina Omar foi atacado ao liderar as orações na Mesquita do Profeta (que a paz esteja com ele) e estava próximo da morte, com sangue escorrendo de suas feridas, ele pediu para que uma mensagem fosse leva a Sayyidatuna Aisha, perguntando se ele poderia ser enterrado com seu marido e seu pai. Sayyidatuna Aisha respondeu que ela tinha reservado aquele lugar para ela mesma, mas estava feliz em dá-lo para Sayyidina Omar.

Há um quarto túmulo, que está vazio, próximo a Sayyidina Omar (que Allah esteja satisfeito com ele). Ele é reservado para o Profeta Jesus (que a paz esteja com ele). Ele será enviado de volta para este mundo no fim dos tempos, para liderar os muçulmanos como um seguidor do Profeta Muhammad e um muçulmano. Quando a hora de sua morte chegar, ele será enterrado com o Profeta Muhammad, Sayyidina Abu Bakr e Omar (que a paz esteja com todos eles).

O Profeta (que a paz esteja com ele) está vivo em seu túmulo

O Profeta (que a paz esteja com ele) nos disse que Allah não permitiu que a terra consumisse os corpos dos Profetas, então eles estão vivos em seus túmulos. O Profeta (que a paz esteja com ele) também nos disse que sua morte será uma bênção para nós, pois nossos atos serão mostrados para ele e quando ele ver boas ações, ele agradecerá a Allah, e quando ele ver más ações, ele pedirá a Allah para que nos perdoe. Ele também nos disse que quando estamos próximos de seu túmulo e enviamos paz e bênçãos para ele, ele pode nos ouvir.

Visitando o Profeta (que a paz esteja com ele)

Sempre que realizamos Hajj ou Umrah (peregrinação para Meca), como podemos dizer que amamos nosso Profeta (que a paz esteja com ele) se não tivermos um desejo ardente de visitar sua cidade, sua mesquita, seu túmulo, visitá-lo? Como podemos não querer passar nosso tempo com ele e explorar o local onde ele seus abençoados companheiros viveram (que Allah esteja satisfeito com todos eles)?

O Profeta (que a paz esteja com ele) nos disse que quando deixamos nossas casas com o objetivo de viajar até sua mesquita, a cada passo que damos um de nossos pecados é perdoado e uma boa ação é registrada. Ele nos disse que: “Quem me visitar após a minha morte é como aquele que me visitou durante minha vida,” e “Quem empreende uma viagem para me visitar, especialmente, será meu vizinho no Dia do Juízo.” (Tabarani e Bayhaqi)

Ele também disse que quem fizer o Hajj e então viajar para Medina para visitá-lo, receberá a recompensa de dois Hajj e que ele pedirá a Allah para que Ele os perdoe no Dia do Juízo. Se fizermos o Hajj ou a Umrah e não visitarmos o Profeta (que a paz esteja com ele), ele disse que isso é como se tivéssemos ignorado.

Isso nos diz que o Profeta (que a paz esteja com ele) quer que o visitemos, ele aguarda por nossa visita, ele sabe quando vamos visitá-lo. As bênçãos que receberemos em retorno são imensas, se não fosse recompensa suficiente poder visitar nosso Profeta (que a paz esteja com ele). Quando o fazemos, estamos na companhia de Anjos, 70 mil que o visitam todas as manhãs e todas as noites, pedindo para que Allah envie paz e bênçãos ao Profeta (que a paz esteja com ele).

A etiqueta ao visitar o Profeta (que a paz esteja com ele)

No Alcorão, Allah nos diz que antes de irmos visitar o Profeta, antes de falarmos com ele, devemos dar algo em caridade. Fazer isso é melhor para nós, isso nos purificará, nos fará perceber o quão importante é a coisa que estamos prestes a fazer, e a ter o comportamento e a mentalidade correta.

Também no Alcorão, Allah nos diz que não devemos elevar nossa voz acima da voz do Profeta (que a paz esteja com ele), nem falar com ele de forma barulhenta (a forma com a qual talvez falemos com nossos amigos). Devemos ter o maior respeito quando estivermos na presença do Profeta, em sua mesquita. Allah nos avisa que se não formos respeitosos, todas as nossas boas ações podem ser apagadas sem percebermos – este é o tanto que Allah ama Seu Profeta (que a paz esteja com ele).

Saudando o Profeta (que a paz esteja com ele), conversando com ele e pedindo-lhe para orar por nós

Sayyidina Utbay (que Allah esteja satisfeito com ele) disse que um dia ele estava sentado no túmulo do Profeta, quando viu um beduíno (árabe do deserto) se aproximar. O beduíno saudou o Profeta e então citou um verso do Alcorão no qual Allah nos diz que se tivermos cometido pecados, devemos ir ao Profeta e pedir-lhe para que Allah nos perdoe. Então, o beduíno disse ao Profeta que é por isso que ele veio visitá-lo, porque queria que Allah o perdoasse por seus pecados e queria que o Profeta orasse a Allah por ele. O beduíno começou a chorar e a recitar versos de poesia em louvor ao Profeta e a pedir o perdão de Allah antes de partir. Quando Sayyidina Utbay dormiu naquela noite, o Profeta (que a paz esteja com ele) veio até ele num sonho e disse-lhe para encontrar o beduíno e dar-lhe as boas novas de que Allah o perdoou.

Esta história nos conta que quando visitarmos o Profeta (que a paz esteja com ele), devemos falar com ele, pedir a Allah para que lhe abençoe e lhe dê paz, e pedir-lhe para que ore para Allah por nosso perdão. Também devemos saudar Sayyidina Abu Bakr e Omar, recordar-nos de seu amor pelo Profeta e seus serviços ao Islam, louvá-los e pedir a Allah para que nos perdoe por causa deles.

Jannatul Baqi

Jannatul Baqi (que pode ser traduzido como Jardim do Céu) é um dos cemitérios islâmicos mais antigos e mais abençoados. Ela contém os túmulos de muitas das esposas dos Profeta e seus filhos, outros parentes e descendentes, muitos de seus famosos companheiros e grandes eruditos do Islam.

O Profeta (que a paz esteja com ele) visitava Jannatul Baqi regularmente, falando com o povo lá enterrado, lembrava que todos morreremos um dia e orava a Allah para lhes perdoar.

Sempre que formos para Medina devemos também visitar Jannatul Baqi e saudar a família e os companheiros do Profeta, e os muçulmanos de todas as gerações que foram abençoados ao serem enterrados nesse cemitério. Devemos orar para que Allah os perdoe e para que Ele nos perdoe por causa dele.

Riyadul Jannah

Dentro da Mesquita do Profeta, ele nos disse que na área entre seu mimbar (o púlpito de onde o sermão é dado) e sua casa (onde ele está enterrado), há um jardim dos jardins do paraíso. Devemos fazer um esforço especial para passar quanto tempo pudermos lá (enquanto somos generosos com os outros convidados do Profeta), fazendo oração e zikrullah.

Inicialmente, o Profeta (que a paz esteja com ele) dava sermões na mesquita enquanto se encostava num tronco de uma tamareira. Quando um mimbar foi construído e ele começou a usá-lo, os companheiros relataram que eles ouviram o som de um choro que era tão triste que fez todos eles começarem a chorar também. O Profeta (que a paz esteja com ele) foi até a tamareira, colocou sua mão sobre ela e falou com ela gentilmente, perguntando-lhe se gostaria de ser plantada no Paraíso, onde poderia beber dos rios e nascentes do Paraíso, e que carregaria frutos que os amigos de Allah poderiam comer. A árvore parou de chorar e disse a Allah que gostaria disso. Um buraco foi cavado no chão e a árvore foi enterrada pelo Profeta (que a paz esteja com ele). Agora, na Mesquita do Profeta, há um pilar em seu lugar chamado Ustuwanah Hannanah (o pilar choroso).

A plataforma de Ashab as-Suffah

Defronte ao túmulo do Profeta há uma plataforma baixa. Este é o lugar no qual os Ashab as-Suffah (os companheiros do banco) se sentavam. Eles eram companheiros pobres que não tinham casa, nem trabalho e dependiam da caridade para comer e beber. Eles viviam fora da casa do Profeta, se beneficiando de sua companhia o tanto quanto podiam, às vezes se mantendo ocupados com a adoração de Allah.

Talvez o mais famoso dos companheiros do banco seja Sayyidina Abu Hurayrah (que Allah esteja satisfeito com ele). Por ter passado tanto tempo na companhia do Profeta (que a paz esteja com ele), ele narrou o maior número de hadices. Outros membros conhecidos são o Muezim do Profeta, Sayyidina Bilal e Sayyidina Salman al-Farsi, a quem o Profeta chamou de membro de sua própria família (que Allah esteja satisfeito com ambos).

As bênçãos de orar na Mesquita do Profeta (que a paz esteja com ele)

O Profeta (que a paz esteja com ele) nos disse que fazer uma oração em sua mesquita vale de mil a cinquenta mil orações feitas em qualquer outro lugar. Ele também nos disse que quem fizer quarenta orações em sua mesquita, em seguida (sem perder nenhuma), será salvo de ser um hipócrita e da punição no Inferno.

A Mesquita de Quba

Durante a migração, quando o Profeta (que a paz esteja com ele) e Sayyidina Abu Bakr (o companheiro que migrou com ele – que Allah esteja satisfeito com ele) chegaram nos arredores de Medina, eles pararam numa vila chamada Quba. O Profeta construiu uma mesquita ali, colocando a primeira pedra ele mesmo e foi lá onde a primeira oração congregacional de sexta-feira foi feita, liderada pelo Profeta (que a paz esteja com ele). Esta é uma mesquita muito especial que Allah menciona no Alcorão.

Quando o Profeta (que a paz esteja com ele) vivia em Medina, ele visitava esta mesquita uma vez por semana e orava lá, Ele disse que quem fizer ablução em casa e então for para a Mesquita de Quba para orar, receberá a recompensa de uma Umrah.

Conclusão

Quão sortudos somos de, apesar de não vivermos no tempo do Profeta (que a paz esteja com ele), podermos visitá-lo em sua abençoada cidade de Medina onde ele espera por nós! Devemos orar para que Allah nos permita visitar Seu Último Mensageiro e ter a certeza de que estamos preparados para este imenso privilégio enviando paz e bênçãos para o Profeta o quanto pudermos. Devemos procurar sobre como ele viveu sua vida para que possamos viver nossas vidas da mesma forma e devemos recitar, entender e implementar o Alcorão que Allah nos enviou através de Seu Último Mensageiro (que a paz esteja com ele). E se formos abençoados por Allah para nos tornar convidados de Seu abençoado Profeta, devemos ler sobre como seus companheiros se comportavam em sua presença para que possamos nos comportar com o mesmo respeito.

Perguntas

  • Qual era o nome original de Medina e por que?
  • Quais companheiros (que Allah esteja satisfeito com todos eles) estão enterrados próximos do Profeta (que a paz esteja com ele)?
  • Quais companheiros e membros da família do Profeta (que Allah esteja satisfeito com todos eles) estão enterrados em Jannatul Baqi?
  • Que bênçãos recebemos por visitar o Profeta (que a paz esteja com ele)?
  • Como devemos nos comportar quando visitarmos o Profeta (que a paz esteja com ele)?

Atividades

  • Da próxima vez que orar, ao fazer o Sujud, recite o Attahiyat imaginando que o Profeta (que a paz esteja com ele) está na sua frente e respondendo ao seu salam;
  • Da próxima vez que suplicar, envie bênçãos ao Profeta (que a paz esteja com ele) antes de começar e ao terminar a súplica, imagine que sua súplica está na frente de Allah, e que Ele está satisfeito em vê-la;
  • Imagine que o Profeta (que a paz esteja com ele) está sentado na sua frente, pense no que você diria para ele.

Masjid al-Aqsa e o Isra wal Miraj

Uma antiga casa de adoração

A Mesquita de al-Aqsa está na cidade de Jerusalém. O Profeta (que a paz esteja com ele) nos disse que essa foi a segunda mesquita a ser construída na terra, quarenta anos depois da Caaba. Então, pode ter sido o Profeta Adão (que a paz esteja com ele) quem originalmente construiu estas duas mesquitas durante sua vida, ou pode até mesmo ter sido os Anjos muito antes de sua vida, visto que a terra sobre as quais estas mesquitas estão sempre foram sagradas.

A primeira Qiblah

A Mesquita de al-Aqsa costumava ser a Qiblah (a direção da oração) para os muçulmanos antes de Allah mudá-la para a Caaba após a migração para Medina. A Mesquita de al-Aqsa é a única mesquita além da Caaba que é mencionada por nome no Alcorão. Seu nome é traduzido como ‘a Mesquita mais distante’.

A terra dos Profetas (que a paz esteja com todos eles)

Neste versículo do Allah está nos dizendo como Ele abençoou os arredores da Mesquita de al-Aqsa, ou seja, a terra de Jerusalém. Em árabe, Jerusalém é chamada de ‘al-Bayt al-Maqdis’ (a Casa da Santidade) e ‘al-Quds’ (a Sagrada). O Profeta (que a paz esteja com ele) nos disse que os Anjos de Allah abrem suas asas sobre al-Sham (a terra do ‘Sham’ corresponde à região moderna da Síria, Líbano, Israel, Palestina, Jordânia e Chipre). Sayyidina ibn Abbas (que Allah esteja satisfeito com ele) nos disse que ‘não há uma polegada sequer em al-Quds onde um Profeta não orou e um Anjo não ficou de pé.’

É por isso que o Alcorão menciona a Mesquita de al-Aqsa, Jerusalém e o Sham mais de setenta vezes, pois muitos Profetas cujas histórias Allah nos conta no Alcorão viveram, morreram e provavelmente foram enterrados nesta região (como os Profetas Adão, Abraão, Isaque, Jacó, Davi, Salomão, Moisés, Jonas, Ló e Shuaib – que a paz esteja com todos eles).

O povo escolhido que vive ao redor da Mesquita de al-Aqsa

Allah disse que o povo que Ele escolheu para viver no Sham são de Seus servos especiais. O Profeta (que a paz esteja com ele) disse que haverá um grupo de seus seguidores dentro e ao redor de al-Bayt al-Maqdis que sempre estará no caminho correto e ninguém será capaz de fazê-los mal até o fim dos tempos.

As bênçãos de visitar e orar na Mesquita de al-Aqsa

O Profeta (que a paz esteja com ele) nos disse que deveríamos fazer viagens especiais para três mesquitas para ganhar grandes recompensas: a Caaba, sua Mesquita em Medina e a Mesquita de al-Aqsa. Ele também nos encorajou a ir e orar lá, uma vez que cada oração será recompensada de quinhentas até cinco mil vezes. Se não pudermos viajar para lá, ele nos disse que deveríamos enviar óleo para suas lamparinas e isso seria como se tivéssemos orado lá. Nos tempos modernos, isso poderia incluir dar dinheiro para instituições de caridade que estão envolvidas com o cuidado da Mesquita de al-Aqsa.

O período mais difícil da vida do Profeta (que a paz esteja com ele)

O Profeta Muhammad só visitou a Mesquita de al-Aqsa uma vez, durante o Isra e o Miraj. Isra significa uma viagem noturna, e o Miraj significa ascensão (de um lugar para outro). Segundo o Alcorão, este foi o milagre mais incrível que Allah já deu para qualquer um de seus Profetas (que a paz esteja com eles).

Esta jornada foi realizada após o período mais difícil da vida do Profeta. Os coraixitas boicotaram o seu clã, os Banu Hashim, por três anos. Este boicote foi tão brutal que eles tiveram de comer folhas para sobreviver. Depois disso, ele foi para Taif para convidar seu povo para o Islam e encontrar um local de segurança para que os muçulmanos praticassem sua religião, mas eles se recusaram rudemente de sequer ouvir o que o Profeta tinha a dizer e o atingiram com pedras conforme saía da cidade, machucando-o e fazendo com que seus sapatos se enchessem com sangue.

A Isra – de Meca até a Mesquita de al-Aqsa

Depois disso, no dia 27 do mês de Rajab, o Profeta dormia de noite quando o Arcanjo Gabriel (que a paz esteja com ambos) o acordou. Ele abriu o peito do Profeta e retirou seu coração, então o lavou com a água de Zamzam. Ele esvaziou um recipiente dourado contendo sabedoria e fé em seu coração antes de colocá-lo de volta em seu peito.

Sayyidina Gabriel, então, levou o Profeta (que a paz esteja com ambos) para uma criatura similar a um cavalo chamada de Buraq (da palavra árabe ‘Barq’, que significa relâmpago). O Profeta montou nele e disse que esta criatura corria tão rapidamente que cada passo dado o levava para o ponto mais distante que o olho podia ver.

Da Caaba, o Profeta e Sayyidina Gabriel viajaram até a Mesquita de al-Aqsa. Aqui, todos os Profetas de Allah, de Adão até Jesus, estavam esperando pelo Profeta Muhammad para que os liderasse em oração como seu Imam (que a paz esteja com todos eles).

O Imam dos Profetas (que a paz esteja com todos eles)

A Mesquita de al-Aqsa é extraordinária na terra por ser o único local onde todos os Profetas oraram juntos (que a paz esteja com todos eles). O fato de o Profeta Muhammad (que a paz esteja com ele) ser o Imam nos mostra que ele é o líder dos Profetas, e isso é um sinal para os seguidores dos Profetas anteriores (como os judeus e os cristãos) de que agora eles devem seguir a Mensagem final e se tornarem muçulmanos.

O Miraj – Da Mesquita de al-Aqsa até os Céus

Seguindo esta parte da jornada, o Miraj começa quando Sayyidina Gabriel e o Profeta (que a paz esteja com ambos) viajaram para os Céus. A Mesquita de al-Aqsa foi escolhida por Allah para ser o local por onde esta viagem começou.

Conforme o Profeta (que a paz esteja com ele) viajou de um Céu para o outro, ele se encontrou novamente e teve conversas com vários Profetas que Allah mencionou no Alcorão (que a paz esteja com todos eles), além de vários Anjos a quem Allah deu deveres importantes (que Allah esteja satisfeito com todos eles).

Ao Profeta (que a paz esteja com ele) também foi mostrado os horrores do Inferno e as punições dadas às pessoas por terem cometido pecados maiores; tal qual o Paraíso – a beleza inimaginável e a delícia que Allah preparou para os crentes.

Sidrat al-Muntaha – a árvore lótus do limite mais distante

Finalmente, além do sétimo Céu, o Profeta (que a paz esteja com ele) alcançou a Sidrat al-Muntaha, a árvore de lótus do limite mais distante. O Profeta (que a paz esteja com ele) disse que esta é uma criação indescritível de Allah que cresce embaixo do Arsh (o Trono de Allah) e tem folhas tão grandes quanto orelhas de elefantes e frutos tão grandes quanto jarros de barro. Ela está coberta de mariposas de ouro e em cada folha há um Anjo louvando a Allah. De suas raízes fluem os rios do Paraíso.

Esta é a estação de Sayyidina Gabriel, onde ele aguarda as ordens de Allah. Deste ponto em diante, o Profeta continuou sua viagem sozinho; Sayyidina Gabriel (que a paz esteja com ambos) disse que se ele desse um passo sequer adiante, teria suas asas queimadas.

Na presença de Allah

Allah levou o Profeta (que a paz esteja com ele) até Sua presença e Se desvelou para o Profeta, conforme descrito na Surata Najm:

Então, aproximou-se dele estreitamente,
Até a uma distância de dois arcos (de atirar setas), ou menos ainda,
E revelou ao Seu servo o que Ele havia revelado.
O coração (do Mensageiro) não mentiu, acerca do que viu.
(Alcorão 53:8-11)

E, em alguns versículos depois:

Não desviou o olhar, nem transgrediu.
Em verdade, presenciou os maiores sinais do seu Senhor.
(Alcorão 53: 17-18)

Presentes de Allah

Este foi o pináculo do Miraj, e durante este encontro inimaginável e único, o Profeta (que a paz esteja com ele) estava pensando sobre sua Ummah, sobre mim e você, e pedindo a Allah por nosso perdão. Allah deu a seu amado Profeta três presentes especiais:

  1. A de que se morrermos muçulmanos, nossos pecados maiores não serão punidos com a eternidade no Inferno, mas serão eventualmente perdoados.

  2. As cinco orações diárias – se as fizermos da maneira que o Profeta nos disse para fazer, como se estivéssemos vendo a Allah, ou ao menos sabendo que Allah está nos vendo, então seremos capazes de ter nosso próprio Miraj.

  3. E os dois últimos versículos da Surata al-Baqarah (285 e 286). Nestes versículos, Allah nos conta quais são as crenças fundamentais de um muçulmano: acreditar em Allah, Seus Anjos, Seus livros (da Revelação) e em todos os Seus Mensageiros. Ela contém uma súplica pedindo a Allah para nos perdoar e não nos punir por nossos erros e negligências. Também nos é dito que Allah só nos dará um fardo que Ele sabe que podemos suportar. E os dois versículos terminam pedindo ajuda a Allah contra os descrentes.

Os dois últimos versículos da Surata al-Baqarah

Estes dois versículos especiais do Alcorão eram garantias para o Profeta (que a paz esteja com ele) e para seus companheiros (que Allah esteja satisfeito com todos eles) de que apesar dos difíceis testes de Allah pelos quais estavam passando, Ele sabia que eles eram capazes de lidar com elas e que no fim Allah os daria a vitória sobre os descrentes que pareciam estar em vantagem naquele momento.

Nisto também há uma lição para nós. Allah é Aquele que controla nossas vidas; todo teste difícil que encaramos vem d’Ele e Ele escolheu aquele teste especificamente para nós sabendo que somos capazes de superá-lo. Nosso trabalho é entender isto e continuar a orar para Ele, pedir-Lhe ajuda, ter paciência e permanecer gratos por Suas incontáveis bênçãos com as quais nos favoreceu. Outra benção contida nestes versículos é a mensagem de que não prestaremos conta por pecados cometidos por engano ou devido esquecimento, apenas se os fizermos intencionalmente.

O Profeta (que a paz esteja com ele) nos disse que estes dois versículos fazem parte dos tesouros que se encontram sob o Arsh (Trono) de Allah e são uma fonte de luz que não foi dada a nenhum outro Profeta ou nação antes dele. Ele também disse que quem recitar estes dois versículos de noite será protegido de Satanás e que receberá as mesmas bênçãos de se tivesse orado o Tahajjud.

Num abrir e fechar de olhos

Quando o Profeta voltou para Meca é como se ele tivesse acabado de sair. Em outras palavras, através do poder de Allah, toda a viagem ocorreu fora do tempo e do espaço.

Conclusão

Devemos ter uma intenção firme de que tentaremos visitar a Mesquita de al-Aqsa ao menos uma vez em nossas vidas. Até que realizemos este objetivo, devemos criar o hábito de doar dinheiro todo ano, em caridade, para ajudar na manutenção desta mesquita extremamente abençoada. Também devemos fazer o que pudermos para ajudar aqueles muçulmanos especiais que vivem na Terra Santa de al-Bayt al-Maqdis (Jerusalém), que passam incríveis dificuldades, como forma de agradar a Allah e Seu Profeta (que a paz esteja com ele).

Perguntas

  • Qual é o significado do nome Masjid al-Aqsa?
  • O que há de especial na terra que cerca a Mesquita de al-Aqsa?
  • Qual é o milagre especial associado com a Mesquita de al-Aqsa?
  • Que presentes especiais Allah deu ao Seu Profeta durante a Isra wal Miraj?
  • Como podemos empreender nosso próprio Miraj?

Atividades

  • Veja fotos do Monte do Templo, que inclui a Mesquita de al-Aqsa e a Mesquita do Domo da Rocha.
  • Dê algo de seu dinheiro em caridade para ajudar na manutenção da Mesquita de al-Aqsa.
  • Pesquisa sobre a história de como os muçulmanos conquistaram Jerusalém sob a liderança de Sayyidina Omar (que Allah esteja satisfeito com ele) e então sob liderança de Sayyidina Salahuddin (que Allah tenha misericórdia dele).
  • Pesquisa sobre as dificuldades que os muçulmanos que vivem em Jerusalém (e ao redor dela) atualmente.

Os companheiros do Profeta (que Allah esteja satisfeito com todos eles)

Os companheiros do Profeta são Awliyah-Allah

Os muçulmanos mais abençoados que já viveram, depois dos Profetas de Allah (que a paz esteja com todos eles), são os companheiros (Sahabah) dos Profetas (que Allah esteja satisfeito com todos eles). O Profeta Muhammad foi o último, de grau mais elevado e mais amado Profeta de Allah. Da mesma forma, seus companheiros são os mais elevados e amados companheiros de qualquer Profeta.

Os companheiros de um Profeta são Awliyah-Allah (amigos de Allah). Mas o status de ser um companheiro de um Profeta é maior. Os Awliyah-Allah que vieram depois tinham inveja dos companheiros (em uma boa maneira); eles desejariam sacrificar todas as ações de suas vidas por um dia ou noite sequer na presença de seu Profeta.

O difícil trabalho de um Profeta (que a paz esteja com todos eles)

O trabalho de um Profeta (que a paz esteja com todos eles) é o mais difícil que você pode imaginar. O pai do Profeta Muhammad faleceu antes de ele nascer e sua mãe morreu quando ele tinha 6 anos. Seu avô, Abdul Muttalib, cuidou dele, mas logo faleceu. Depois disso, seu tio, Abu Talib, tomou conta dele.

Quando o Profeta tinha 40 anos, a Revelação do Alcorão começou e Allah lhe disse para anunciar sua Profecia para os coraixitas (a tribo árabe que vivia em Meca e tinha a posse da Caaba). Este foi um trabalho dificílimo – contar à sua família, amigos, vizinhos e comunidade que sua religião, que herdaram de seus pais e ancestrais, estava errada. E que a menos que acreditassem nele como o Último Profeta de Allah, e vivessem e adorassem a Allah de acordo com o que Ele lhes dizia, estariam sendo ingratos e ganhariam a ira de Allah. Isso resultaria na punição eterna na vida após a morte, na qual eles não acreditavam antes.

De um dia para o outro, os coraixitas deixaram de respeitá-lo e desejá-lo como um de seus futuros líderes e passaram a odiá-lo. Este foi um período muito difícil para o Profeta (que a paz esteja com ele) e o pequeno grupo de muçulmanos que eram crentes e o seguiam.

O abuso sofrido pelo Profeta e seus seguidores (que a paz esteja com todos eles)

Os coraixitas propagavam rumores falsos sobre o Profeta (que a paz esteja com ele) para desencorajar as pessoas de escutá-lo, contando-lhes que ele era um poeta, um contador de histórias, um mentiroso, um louco. Seu próprio tio o seguia e fazia barulhos quando ele tentava falar com o povo. Eles divorciaram suas filhas, celebravam nas ruas quando seus filhos morriam, tentavam estrangulá-lo até a morte, jogaram intestinos de um camelo sobre ele enquanto orava, dentre outras formas de abuso. Quando ele foi até Taif para convidar seu povo para o Islam, eles não o escutaram e, conforme saía da cidade, apedrejaram-no, machucando-o a tal ponto que seus sapatos ficaram cheios de sangue.

Seus seguidores também sofreram. Eles foram rejeitados por suas tribos e clãs e foram repudiados por suas famílias. Na Arábia, naquela época, não havia regras ou leis, não havia polícia. Quem era rico e forte podia fazer o que quisesse contra os pobres e fracos. Sua única fonte de proteção era sua família, seu clã ou sua tribo. Os companheiros do Profeta eram espancados até desmaiar, eram acorrentados no escaldante calor do sol do meio-dia da Arábia, eram obrigados a se deitar em brasas ardentes, grandes rochas eram colocadas sobre seus peitos para que não pudessem respirar e em alguns casos, eram até assassinados quando se recusavam a deixar sua crença em Allah e em Seu Profeta (que a paz esteja com ele).

Conforme os anos passaram, quando os abusos se tornaram demais para suportar, o Profeta disse a um grupo de companheiros para que migrassem centenas de quilômetros de Meca até a Abissínia (atual Etiópia), deixando tudo para trás, para que pudessem praticar sua religião em segurança. Enquanto isso, o clã do Profeta, os Banu Hashim, foram boicotados por três anos por outros clãs da tribo coraixita. Era possível ouvir as crianças gritando e chorando por causa da fome e os adultos acabaram tendo de comer folhas para se manterem vivos.

Um teste de paciência e de força da fé

Enquanto o Profeta e seus companheiros estavam em Meca, Allah não lhes deu permissão para lutar contra aqueles que os abusavam. Este era um teste de paciência para ver o quão forte sua fé era.

Porventura, pensam os humanos que serão deixados em paz, só porque dizem: “Cremos!”, sem serem postos à prova? Havíamos provado seus antecessores, a fim de que Deus distinguisse os leais dos impostores. (Alcorão 29:2-3)

O Profeta (que a paz esteja com ele) disse: “... dentre as nações antes da vossa, um crente poderia ser colocado num fosso que foi cavado para ele, e uma serra seria colocado sobre sua cabeça e ele seria cortado em dois pedaços; ainda assim, essa tortura não o faria desistir de sua religião. Seu corpo seria penteado com pentes de ferro que removeria sua pele dos ossos e nervos, e ainda assim isso não o faria abandonar sua religião…” (Bukhari)

Deixando tudo para trás

Finalmente, depois de 10 anos sofrendo abusos terríveis nas mãos dos coraixitas, o Profeta (que a paz esteja com ele) e seu pequeno grupo de companheiros chamados de Muhajirun, os emigrantes (que Allah esteja satisfeito com todos eles), migraram para Medina, onde os árabes das tribos de Aws e Khazraj aceitaram o Islam. A migração ocorreu em grupos e em segredo porque os coraixitas estavam fazendo o possível para impedi-los de abandonar a cidade, capturando e torturando-os, dividindo famílias e só deixando alguns irem se deixassem seu dinheiro e posses.

Eles até planejaram matar o Profeta antes que ele pudesse partir, mas Allah enviou o Arcanjo Gabriel (que a paz esteja com ele) para informar o Profeta sobre seu plano. Quando eles descobriram que ele escapou de suas garras, eles colocaram uma recompensa por sua cabeça e enviaram caçadores atrás dele.

Acolhendo estranhos de braços abertos e estando prontos para a guerra

Os muçulmanos das tribos de Aws e Khazraj são chamados de Ansar (os ajudantes). Quando os muçulmanos chegaram em Medina, o Profeta estabeleceu um sistema de irmandade, associando cada Muhajirun com um Ansar. Os Ansar acolheram os Muhajirun de braços abertos, compartilhando sua comida, suas casas, seu dinheiro. Eles juraram proteger o Profeta (que a paz esteja com ele) e os Muhajirun com tudo que tinham, incluindo suas vidas.

E eles tinham que fazer isso. Porque mesmo quando o estado muçulmano foi estabelecido em Medina, os coraixitas travaram guerras contra eles. As tribos judias que viviam em Medina, com quem o Profeta formou uma aliança, também os traíram e lutaram contra eles.

Os companheiros são aqueles que sacrificaram tudo para ajudar o Profeta

Uma das razões pelas quais os companheiros (que Allah esteja satisfeito com todos eles) são os muçulmanos de nível mais elevado é porque eles ajudaram o Profeta com tudo que tinham. Eles estavam prontos para sacrificar suas vidas e todas as suas posses por amor ao Profeta e para ajudar a difundir a religião do Islam num período em que ele estava sendo atacado por todos os lados.

Este era um tempo no qual seria mais seguro e fácil ser um dos descrentes ou dos hipócritas (pessoas que fingiam ser muçulmanas, mas na verdade não eram). Isso era especialmente verdade em relação aos Muhajirun e aos Ansar, que ajudaram o Profeta na época em que seus inimigos os superaram em número, cercando-os e sempre planejando e conspirando como os matarem. Sobre eles, Allah diz no Alcorão:

… Não se iguala, dentre vós, quem despendeu e combateu antes da conquista a quem despendeu e combateu após. Esses têm escalão mais elevado que os que despenderam e combateram após… (Alcorão 57:10)

Allah e Seu Profeta (que a paz esteja com ele) estavam satisfeitos com os companheiros

Em relação aos companheiros do Profeta (que Allah esteja satisfeito com eles), Allah diz no Alcorão que Ele está satisfeito com eles, e que eles estão satisfeitos com Ele, especialmente os primeiros muçulmanos que passaram pelas maiores dificuldades.

Allah diz que Ele adquiriu comprou suas vidas e posses e, em troca, prometeu-lhes o Paraíso. O Profeta (que a paz esteja com ele) nos disse para honrar seus companheiros porque eles são os melhores dentre nós, e que o melhor povo é aquele que viveu em sua geração (os Sahabah – companheiros), sucedidos por aqueles que viveram após eles (os Tabi’in – sucessores), seguidos por aqueles que viveram após eles (os Tabi’ul Tabi’in – sucessores dos sucessores).

Ele também nos disse que o fogo do Inferno não tocará os muçulmanos que o viram, nem aqueles que viram aqueles que o viram. Há muitos hadices que falam de companheiros em específico, ou grupos de companheiros, que receberam as boas novas do Paraíso durante sua vida pelo próprio Profeta, como os Asharra Mubasharra (as dez pessoas a quem foi prometido o Paraíso) e os participantes da Batalha de Badr.

Cuidado para não desrespeitar os companheiros

Devemos ser muito cuidadosos de sequer pensar nos companheiros do Profeta de uma forma desrespeitosa, quem dirá falar mal deles (que Allah esteja satisfeito com todos eles). O Profeta (que a paz esteja com ele) disse, “Quem ama meus companheiros o faz porque me ama, e quem tem inimizade pelos meus companheiros o tem porque tem inimizade por mim.” (Tirmidhi)

Se tivéssemos um amigo próximo, alguém com quem gostávamos de passar nosso tempo, que nos ajudou quando estávamos em dificuldade e alguém fosse rude com ela, iríamos gostar dessa pessoa?

Não podemos sequer começar a imaginar o tipo de dificuldades encaradas pelos companheiros do Profeta nos desertos da Arábia há mais de 1400, dado os confortos e facilidades que temos hoje. Como seria, de verdade, passar um dia sequer experimentando o que eles passaram? Podemos passar todas as nossas vidas lendo histórias mas, felizmente, nunca passaremos pelo que eles passaram por causa de seu amor por Allah e Seu Profeta (que a paz esteja com ele).

É por isso que o Profeta (que a paz esteja com ele) disse: “Não amaldiçoem meus companheiros! Se algum de vós gastasse a quantidade de ouro equivalente à montanha de Uhud em caridade, ainda não iríeis alcançar sua recompensa em dar apenas um mudd (uma medida de peso, aproximadamente 750g), nem mesmo metade disso.” (Muslim)

Os melhores professores e os melhores estudantes

Allah ensinou ao Profeta (que a paz esteja com ele) e ele ensinou aos companheiros (que Allah esteja satisfeito com todos eles). Eles tinham o melhor dos professores – o Profeta de Allah (que a paz esteja com ele) e eles eram os melhores estudantes. Eles memorizavam o Alcorão e viviam suas vidas de acordo com suas instruções. Eles escutavam e memorizavam cada palavra dita pelo Profeta. Eles copiavam todas as suas ações e tentavam viver suas vidas da mesma forma que ele vivia a sua. O conhecimento e entendimento que eles tinham da religião era a mais profunda, a mais pura de qualquer geração de muçulmanos.

Foi através dos companheiros do Profeta (que Allah esteja satisfeito com todos eles) que o Islam se difundiu ao redor do mundo. E foi através deles que Allah preservou o Alcorão e que o mesmo foi escrito em forma de livro (os Mus’haf). E é por causa deles que sabemos cada detalhe de como era o Profeta, como ele vivia sua vida e seus ditos (a Sunnah e os Hadith). Só sabemos como praticar nossa fé por causa dos companheiros.

As recompensas de toda a Ummah

O Profeta (que a paz esteja com ele) nos disse que se encorajarmos alguém a realizar uma boa ação e eles o fizerem, Allah não os recompensará somente, como também nos dará a mesma recompensa. Esta é uma forma de Sadaqah Jariya – uma caridade contínua, que pode nos beneficiar mesmo após a nossa morte.

Isso significa que além das recompensas por nossos próprios atos, o Profeta e seus companheiros também receberão a recompensa por toda boa ação de todo muçulmano que viveu e viverá até o Dia do Juízo.

Mesmo entre seus companheiros, o Profeta estava se lembrando de nós

Não importa o quanto queiramos, nunca poderemos ser companheiros do Profeta (que a paz esteja com ele) porque não estávamos vivos durante sua vida. Mas se nos lembrarmos e desejarmos estar com ele, ele também se lembrará e desejará estar conosco:

O Profeta de Allah (que a paz esteja com ele) disse, “Espero poder conhecer meus irmãos.” Os companheiros do Profeta disseram, “Nós não somos teus irmãos?” O Profeta disse, “Vós sois meus companheiros, mas meus irmãos são aqueles que têm fé em mim, apesar de nunca terem me visto.” (Ahmad)

Conclusão

Ouvimos histórias dos companheiros e gostamos de pensar que se estivéssemos vivos na época do Profeta, seríamos um de seus companheiros, que nós seríamos um de seus ajudantes e conquistaríamos o prazer de Allah. No entanto, devemos nos lembrar que haviam até membros de sua própria família que se tornaram um de seus piores inimigos e morreram neste estado, conquistando a ira de Allah e uma terrível punição na vida após a morte. Em que grupo estaríamos? Uma forma de responder isso é ver como vivemos nossa vida – defendemos aquilo que é correto? Estamos dispostos a sacrificar o que temos; nosso tempo, nossa riqueza, nosso conforto, para ajudar aqueles que necessitam? Falamos contra aquilo que é errado, mesmo que isso signifique causar dano ou perda para nós mesmos? Este é o exemplo dos companheiros do Profeta que deveríamos tentar seguir.

Perguntas

  • Qual é a definição de um companheiro do Profeta (que a paz esteja com ele)?
  • Qual era o nome dos dois grupos de companheiros e por que?
  • Por que os companheiros são tão especiais?
  • O que Allah e Seu Profeta (que a paz esteja com ele) disse sobre os companheiros?
  • É correto pensar ou dizer coisas ruins sobre os companheiros?
  • O que o Profeta disse sobre nós para seus companheiros?

Atividades

  • Se você tem um amigo que está sofrendo bullying ou alguém está dizendo coisas ruins sobre ele, pense em como isso faz você se sentir em relação a essa pessoa. Então pense se você quer que o Profeta se sinta assim em relação a você, se você não gostar, caso falasse coisas ruins sobre seus companheiros;
  • Pesquise sobre a vida do Profeta (que a paz esteja com ele) para conhecer sobre as dificuldades que ele passou;
  • Pesquisa sobre os vários companheiros para descobrir como eles aceitaram o Islam e como suas vidas mudaram depois disso;
  • Pesquise sobre como o Islam se difundiu na Arábia e para tantos lugares do mundo, incluindo onde você vive.

Esta postagem se baseia conteúdo e nos objetivos do livro Teach Your Child Islam, Iman and Ihsan escrito por Dr. Abdul Qader Ismail que visa servir de recurso para pais, mães, pessoas que tenham interesse em ensinar (e até aprender) os fundamentos e aspectos básicos do Islam de uma maneira simplificada e objetiva para seus filhos, sobrinhos, netos ou até mesmo para recém-convertidos e não-muçulmanos. Para ver as outras postagens, acesse o link principal.

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