Ainda é surpresa para muitas pessoas que os muçulmanos acreditam em Jesus e seguem a Palavra que ele transmitiu. Os adeptos do Islam creem que o Messias teve um nascimento miraculoso, fruto da concepção virginal de sua mãe, Maria. Sua vida foi dedicada a espalhar a mensagem de Deus entre seu povo, e reavivar a verdadeira religião que havia sido corrompida. Além disso, vários milagres foram operados por Deus através dele, como curar os doentes e ressuscitar os mortos.
Um fato contestado é a crença na trindade, que afirma que Jesus é o filho de Deus, ou mesmo que o próprio Criador teria assumido a forma humana para poder livrar os pecados da humanidade. Afinal, ninguém pode ser responsabilizado pelo que o outro faz.
“O Messias, Jesus, filho de Maria, foi tão-somente um mensageiro de Allah e o Seu Verbo, com o qual Ele agraciou Maria por intermédio do Seu Espírito.” (Alcorão 4:171)
Muitas pessoas acham que se os muçulmanos acreditam que Jesus é o Messias, então supostamente deveriam celebrar a Páscoa. No entanto, a resposta deste questionamento também guarda uma das diferenças o Islam e o cristianismo: O Alcorão afirma que Jesus não foi crucificado.
Isto pode parecer insensato para alguns, afinal, a “Paixão de Cristo” narrada pelas doutrinas cristãs foi testemunhada por diversas pessoas, inclusive por seus discípulos. No entanto, o Alcorão não nega que a crucificação aconteceu, apenas afirma que o homem pregado na cruz não era o Messias.
A escritura sagrada islâmica narra este episódio da seguinte forma:
“E por dizerem: ‘Matamos o Messias, Jesus, filho de Maria, o Mensageiro de Allah’, embora não sendo, na realidade, certo que o mataram, nem o crucificaram, mas o confundiram com outro. E aqueles que discordam quanto a isso estão na dúvida, porque não possuem conhecimento algum, mas apenas conjecturas para seguir; porém, o fato é que não o mataram.” (Alcorão 4:157)
Quem seria o “outro” que foi crucificado no lugar de Jesus é algo controverso entre os estudiosos do Islam. Afinal, isto não foi revelado por nenhuma fonte sagrada islâmica.
Muitos eruditos acreditam que quem morreu, na verdade, foi Judas Iscariotes, o discípulo do Messias que o entregou aos romanos. Nesta interpretação, Deus teria transformado a fisionomia do traidor para que ele ficasse idêntico a Jesus e fosse pregado na cruz no lugar de seu mestre.
Outros creem que quem morreu foi algum de seus seguidores que se entregou no lugar dele, por amor a Jesus. Não há um consenso estabelecido.
Se o Islam afirma que Jesus não foi crucificado, resta dizer o que teria acontecido com o seu corpo e espírito. O Alcorão afirma que o Messias foi elevado aos céus, ainda está vivo e voltará antes do fim dos tempos para estabelecer um reinado de justiça no mundo. Ele voltará quando o mundo estiver tomado pela corrupção e injustiça, causadas pelo anticristo, o falso messias.
“E quando Allah disse: Ó Jesus, por certo que porei termo à tua estada na terra; ascender-te-ei até Mim e salvar-te-ei dos incrédulos, fazendo prevalecer sobre eles os teus prosélitos, até ao Dia da Ressurreição. Então, a Mim será o vosso retorno e julgarei as questões pelas quais divergis.” (Alcorão 3:55)
Jesus voltará como líder dos crentes, atestará a veracidade do Islam e corrigirá as crenças incorretas, inclusive a respeito da crucificação.
“Jesus, filho de Maria, que paz esteja com ele, virá e o líder o convidará para liderar a oração, mas ele dirá: ‘Não, alguns de vocês são líderes sobre outros e isso é uma honra para esta nação.” (Sahih Muslim)
No entanto, quando Jesus irá voltar é algo que somente Deus possui conhecimento.
“Perguntar-te-ão acerca da Hora (do Desfecho): Quando acontecerá? Responde-lhes: Seu conhecimento está só em poder do meu Senhor e ninguém, a não ser Ele, pode revelá-lo; (isso) a seu devido tempo.” (Alcorão 7:187)
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