No Islam, o Profeta Jó, conhecido como Ayyub em árabe, é reverenciado por sua imensa paciência e fé durante um período de intensa aflição e sofrimento.
A prova de Jó é frequentemente citada como um teste de fé, onde, apesar de perder sua saúde, riqueza e filhos, ele permanece firme em sua devoção e gratidão a Deus.
A narrativa islâmica enfatiza a completa submissão e confiança de Jó em Deus, tornando-o um modelo de resistência e confiança divina.
Deus, no final, recompensa a paciência de Jó, restaurando sua saúde, concedendo-lhe ainda mais bênçãos do que antes e demonstrando Sua misericórdia e compaixão.
A história do Profeta Jó no Islam é uma poderosa lembrança da importância da paciência, fé e total confiança em Deus diante das adversidades.
Antes de suas provações, Jó era conhecido por sua riqueza, saúde e grande família, além de sua profunda piedade e devoção a Deus.
Ele era um homem abençoado em muitos aspectos da vida, incluindo a posse de terras férteis, gado e uma grande e unida família.
Mais significativamente, Jó era profundamente devoto e sempre grato a Deus por todas as Suas bênçãos, nunca se afastando da adoração sincera e da gratidão, independentemente de sua condição próspera.
O Alcorão e as tradições islâmicas enfatizam que a verdadeira medida de um indivíduo não se encontra na riqueza ou no sucesso material, mas sim na sua relação e fidelidade a Deus.
A história de Jó, portanto, começa a partir de uma posição de grande favor e bênção, estabelecendo o cenário para os testes subsequentes que destacariam sua paciência excepcional, fé inabalável e submissão completa a Deus.
As dificuldades que acometeram o Profeta Jó envolvem a perda de bens como saúde e riqueza.
A narrativa corânica sobre Jó não entra em detalhes específicos sobre como exatamente suas dificuldades começaram, diferentemente de outras fontes e tradições que narram a história com mais detalhes.
No entanto, o Alcorão destaca a severidade de suas provações e sua reação a elas.
O Alcorão menciona Jó várias vezes, mas os versículos mais relevantes sobre suas dificuldades e sua paciência são encontrados em:
“E lembra-te de Nosso servo Ayyub, quando invocou o seu Senhor, dizendo: ‘O Satanás me afligiu com fadiga e tormento!’ (Alcorão 38:41)
Apesar de não detalhar as especificidades das suas dificuldades, o Alcorão enfatiza sua reação: a invocação a Deus em meio ao sofrimento causado, segundo ele diz, pelo Satanás.
“E Jó, quando clamou ao seu Senhor, dizendo: ‘A adversidade me atingiu, e Tu és o Mais Misericordioso dos misericordiosos.’ (Alcorão 21:83)
Depois de ser acometido pelas dificuldades, a história de Jó (Ayyub) no Alcorão se volta para a sua recuperação e a recompensa divina por sua paciência e fé inabalável. A narrativa corânica enfatiza a resposta de Deus à invocação de Jó e como Sua misericórdia se manifesta na restauração da saúde, riqueza e família de Jó.
Um dos versículos mais citados sobre a recuperação de Jó é encontrado na Surata Sad, onde se narra:
Foi-lhe dito: ‘Pisa firme; eis uma água fresca para te banhares e beberes.’ E concedemos-lhe a sua família e o mesmo tanto, como misericórdia de Nossa parte, e como lembrança para os sensatos. (Alcorão 38:42-43)
Neste trecho, é destacado que após Jó clamar a Deus por ajuda, Deus lhe instrui a golpear o chão com o pé, fazendo surgir uma fonte de água fresca para ele se banhar e beber, simbolizando sua purificação e a restauração de sua saúde.
Além disso, Deus abençoa Jó com o retorno de sua família e lhe dá ainda mais do que tinha antes, em termos de riqueza e descendentes, como uma recompensa pela sua paciência.
Outra referência importante é encontrada na Surata Al-Anbiya , onde a oração de Jó e a subsequente misericórdia de Deus são novamente mencionadas:
“Então, atendemos ao seu chamado e removemos a adversidade que o afligia, e lhe restituímos a sua família e o mesmo tanto com eles, como uma misericórdia de Nossa parte e como uma lembrança para os adoradores.” (Alcorão 21:84)
Exegese corânica dá corpo à história de Jó. O exegeta Ibn Kathir menciona uma história semelhante à da Bíblia hebraica, na qual Satanás ouviu os anjos de Deus falarem de Jó como sendo o homem mais fiel de sua geração.
O Profeta Jó orava diariamente e frequentemente fazia súplicas a Allah, agradecendo constantemente por suas bênçãos, riquezas e por sua grande família.
Portanto, Satanás planejou afastar Jó de Deus, e torná-lo um descrente corrupto.
Allah permitiu que Satanás afligisse Jó com angústia e intensa doença e sofrimento, pois Ele sabia que Jó nunca se afastaria da senda reta.
Satanás apareceu a Jó disfarçado de um homem idoso e sugeriu que Deus não estava recompensando Jó por sua oração.
Jó, porém, repreendeu Satanás e disse-lhe que Deus é onisciente e faz o que acha melhor.
Diz-se que então Satanás, tendo falhado em tentar Jó, voltou-se para a esposa de Jó, que também era uma mulher fiel.
Satanás lembrou à esposa de Jó sua vida antes da aflição de Jó e como eles eram abundantes em família e fortuna.
A esposa de Jó, embora não tenha perdido a fé, começou a chorar e pediu a Jó que dissesse a Deus para remover esse sofrimento da casa.
Jó, em sua miséria, repreendeu sua esposa e disse-lhe que esse sofrimento já durava um período de tempo relativamente curto e, sem pensar, disse-lhe que iria bater nela com 100 golpes por reclamar.
Depois que Jó foi curado, Deus ordenou que ele pegasse um pequeno capim e batesse nela 100 vezes.
Ao fazer isso, Jó cumpriu sua promessa a Deus, mas não a machucou. Esta narrativa islâmica tornou-se agora simbólica e é frequentemente usada pelos pregadores islâmicos como um lembrete para serem gentis com as esposas.
De fato, existe um versículo no Alcorão que menciona uma promessa feita por Jó relacionada a sua esposa. Este episódio é mencionado na Surata Sad (38:44).
A instrução divina é uma forma cumprir sua promessa de uma maneira não prejudicial, que causasse danos ou ferimentos em sua esposa.
O Profeta Jó (Ayyub) no Islam é uma figura emblemática que simboliza a fé, a paciência infinita e a perseverança diante das adversidades mais severas.
Sua história, conforme relatada no Alcorão, oferece lições valiosas sobre a confiança em Deus mesmo nas circunstâncias mais desafiadoras.
Jó é celebrado por sua resignação diante das provações impostas a ele, mantendo-se firme em sua fé e adoração a Deus, apesar da perda de saúde, riqueza e bem-estar familiar.
A narrativa de Jó ensina que a verdadeira fé é testada nas adversidades e que a paciência é uma virtude que leva à redenção e à misericórdia divina.
A resposta de Deus às súplicas de Jó, aliviando sua aflição e restaurando suas bênçãos em dobro, enfatiza que Deus está sempre próximo, ouvindo e respondendo aos chamados de Seus servos fiéis.
A história também destaca a importância de cumprir as promessas de maneira ética e misericordiosa, refletindo os princípios de justiça, compaixão e misericórdia que são fundamentais no Islam.
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