O mundo todo está aguardando a vacina contra COVID-19 e esta esperança está perto de ser concretizada em um laboratório da Alemanha, graças aos esforços de um casal de cientistas de origem turca e muçulmana. Ugur Sahin, 55, e Ozlem Tuereci, 53, estão por trás da criação das doses da vacina da Pfizer e BioNTech, que apresenta 90% de eficácia no combate ao vírus que causou a pandemia.
A vacina está na fase 3 de testes, mas os laboratórios responsáveis pretendem solicitar uma licença emergencial nos EUA em novembro. Os testes estão sendo feitos com dezenas de milhares de pacientes e os resultados são verificados continuamente a fim de acelerar o processo de aprovação.
A esperança é que as doses sejam a solução para os mais de 51 milhões de casos ativos de COVID-19 pelo mundo até o momento. A doença também já causou cerca de 1,3 milhão de mortes.
Sahin nasceu na Turquia e, aos quatro anos, ele foi com sua família para Alemanha, onde seus pais começaram a trabalhar na fábrica da Ford. Começou a estudar na Universidade de Colônia, se formou em 1990 e concluiu seu doutorado em 1993. Ele fez oito anos de residência no Hospital Universitário em Sarre. Em 2008, ele conseguiu o cargo de professor na Universidade Mainz.
Ozlem também é de origem turca e saiu do país ainda durante a infância, quando seu pai, que era médico, foi trabalhar na Alemanha. Ela também estudou medicina na Universidade do Sarre, onde conheceu Sahin, e hoje é professora na Universidade de Mainz. Ozlem é considerada uma das pioneiras na imunoterapia contra o câncer.
Eles se casaram em 2002 e têm uma filha que hoje é adolescente. No entanto, esta união se destacou, sobretudo, profissionalmente. Em 2001, eles criaram um laboratório focado em remédios imunoterápicos contra o câncer, a Ganymed Pharmaceuticals, que foi vendida em 2016. Em 2008, eles fundaram a BioNTech, que desenvolvia tecnologias e medicamentos para imunoterapia contra a mesma doença.
Hoje, mais de 1300 funcionários trabalham para a empresa, em mais de 60 países – a maioria são mulheres com alto nível de escolaridade: mais de um quarto deste quadro tem doutorado ou PhD.
Normalmente, o desenvolvimento de uma vacina pode demorar entre oito e dez anos, mas a vacina da Pfizer e BioNTech começou a ser desenvolvida em janeiro de 2020, quando o vírus afetava especialmente a China, mas não gerava muitas preocupações na Europa.
Três meses após o início dos testes, eles já tinham as primeiras substâncias candidatas à vacina, que foram obtidas após os testes clínicos. O projeto foi batizado com o nome “Velocidade da Luz” e, até o momento, os resultados fizeram juz ao título – agora, faltam apenas algumas informações, que serão suficientes para que as doses possam ser comercializadas em todo o mundo.
Com informações de: DW e Muslimmirror
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