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Armênios destruíram 90% das mesquitas de Nagorno-Karabakh

Durante 30 anos, os armênios ocuparam a região que legalmente pertencia ao Azerbaijão. Neste período, várias mesquitas e monumentos foram depredados.
  • Desde 1991, os armênios ocuparam a região de Nagorno-Karabakh, ignorando que o território pertencia, por lei, ao Azerbaijão.
  • Os armênios depredaram boa parte do patrimônio cultural dos azerbaijanos e 63 das 67 mesquitas da região foram destruídas.
  • Após reconquistar a região, o governo do Azerbaijão pretende restaurar o patrimônio destruído pelos invasores.

Depois de quase dois meses de conflitos entre as forças armadas da Armênia e do Azerbaijão, a região de Nagorno-Karabakh está vivendo os primeiros dias sem confrontos após os armênios se renderem. No entanto, muitos sinais de destruição ainda podem ser vistos e nem mesmo as mesquitas escaparam desta depredação. 

Um levantamento feito pela Academia Nacional de Ciências do Azerbaijão, divulgado pela agência de notícias Trend, do Azerbaijão, mostrou que 63 das 67 mesquitas de Nagorno-Karabakh foram completamente destruídas pelos armênios durante a ocupação, enquanto 4 mesquitas foram parcialmente danificadas. Os dados foram compilados sob a supervisão da UNESCO.

De acordo com o Presidente da União Pública para a Proteção de Monumentos Históricos e Culturais, Faig Ismayilov, as mesquitas serão reconstruídas ou restauradas pelo poder público. Além dos templos, outros 768 monumentos históricos e culturais foram danificados pelos armênios durante a guerra.

Uma guerra contra o patrimônio cultural

As operações militares não visavam somente conter as tropas inimigas, mas também sufocar a cultura azerbaijana. Nos territórios ocupados pelos armênios, foram espalhadas diversas khachkars, que são lápides cristãs feitas em estilo armênio e albanês, além de outros monumentos albaneses. 

No entanto, as cenas mais absurdas de desrespeito com a cultura foram vistas na cidade de Zangilan. Um vídeo registrado durante a ocupação das tropas do Azerbaijão mostrou que os armênios transformaram a mesquita da cidade em um chiqueiro, e alguns porcos estavam sendo criados ali. 

Armênios transformaram mesquita em chiqueiro. (Foto: Reprodução)

Na cidade de Tartar, nem mesmo os cemitérios foram poupados pelos armênios, que chegaram a usar o local para executar civis. Pelo menos quatro pessoas foram alvejadas no local, mas há registro de outras pessoas que foram feridas pelos soldados.

O governo azerbaijano havia registrado 903 monumentos oficialmente mas, além deles, havia outros 1.647 não oficialmente registrados. Todos eles são de importância regional e até mesmo internacional. Há estimativas de que as destruições possam ter causado prejuízos em bilhões de dólares ao Azerbaijão. 

O conflito de Nagorno-Karabakh

A guerra entre a Armênia e o Azerbaijão tem como pano de fundo séculos de disputa pela região de Nagorno-Karabakh. No entanto, os conflitos mais recentes estão ligados à queda da URSS, da qual os dois países eram membros, o que reacendeu a disputa política pelo território.

Em 1991, os armênios decidiram ocupar militarmente a região que, legalmente, pertencia ao Azerbaijão. Em 1993, o conflito já havia matado milhares de pessoas e cerca de 20% do território do Azerbaijão, incluindo Nagorno-Karabakh, havia sido dominado pelos armênios.

Em 1994, um cessar fogo foi tratado mas, até 2008, ambos os lados sofreram algumas baixas em conflitos. Durante todo este período, a ONU e outras organizações internacionais chegaram a exigir a retirada imediata e incondicional das forças armadas armênias do território ocupado

Em 2016, um combate entre os dois países durou quatro dias e o Azerbaijão conseguiu recuperar alguns hectares ao norte e leste.

O último confronto durou entre os dias 27 de setembro e 9 de novembro e terminou com a conquista militar de sete territórios pelas forças armadas do Azerbaijão. Os armênios que vivem na região terão um prazo para deixar as áreas conquistadas até o dia 25 de novembro. Mais de 4.000 pessoas morreram durante a guerra.

Com informações de: Trend, Andalou Agency, AlJazeera

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